As coisas começaram a mudar discretamente após o confronto entre Valentina e Giulia. Enzo sabia que a ex-amante não iria aceitar a humilhação em silêncio. O problema era: ninguém sabia quando e como ela atacaria.
Mas Giulia era filha de Alfonso Conti — capo de uma das famílias mais antigas da Sicília. E Valentina, por mais que agora fizesse parte da máfia, era uma ameaça nova, de fora, que subiu rápido demais.
E por isso, precisava ser eliminada.
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Na manhã seguinte, Valentina participava de uma reunião com os capos russos e italianos. Era a primeira vez que ela sentava à mesa como uma igual. Ao lado de Enzo, com o olhar firme, ela ouvia os detalhes de um carregamento de armas que cruzaria a fronteira entre a Itália e a Eslovênia.
— Essa rota está limpa? — ela perguntou, apontando para o mapa aberto sobre a mesa.
O capo russo, Vadim, franziu a testa.
— Aparentemente sim. Recebemos garantias de Giulia.
Valentina travou. Enzo também.
— Giulia não tem autoridade pra garantir nada — Valentina disse, séria. — Essa rota passa por território Bianchi.
Vadim levantou uma sobrancelha, provocador.
— Você está sugerindo que a filha de Alfonso Conti mentiu?
Valentina olhou para todos na mesa e respondeu com frieza:
— Estou sugerindo que ela está armando uma emboscada. E colocando meu nome na jogada.
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Mais tarde, Enzo a puxou para o escritório, sozinho com ela.
— Giulia está tentando incriminar você. Se o carregamento for apreendido, os russos vão achar que você sabotou a operação. Vai perder a confiança deles.
— Ela quer me queimar com os aliados pra me isolar — Valentina disse, inteligente. — E se conseguir, você vai ser forçado a escolher: ou me protege, ou mantém a aliança com os Conti e os russos.
Enzo se aproximou, sério.
— Eu já fiz minha escolha.
— Tem certeza?
— Sim. E se for preciso romper com os Conti, eu rompo. Por você, Valentina, eu enfrento qualquer um.
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Naquela madrugada, eles foram pessoalmente interceptar o caminhão no porto antes que a polícia chegasse. Graças aos contatos antigos de Valentina na corporação, souberam da batida com uma hora de antecedência.
Ao abrirem o contêiner… bingo.
— Droga... — murmurou Lorenzo. — Essa armação foi feita com perfeição.
Entre os fuzis escondidos, havia uma placa policial forjada com o nome de Valentina gravado. Como se ela tivesse plantado tudo para ferrar a máfia.
Era um golpe sujo. De mestre.
Valentina fechou os olhos, respirando fundo.
— Essa vadia quer que todos acreditem que eu ainda sou uma traidora. Que nunca deixei a polícia de verdade.
Enzo a segurou pelos ombros.
— Mas eu conheço você. E agora vamos fazer todos verem quem é a verdadeira cobra nessa história.
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Quando chegaram à mansão, a tensão no ar era densa. Valentina entrou direto no banho, o corpo sujo da correria do porto, os nervos à flor da pele.
Enzo entrou logo depois, sem dizer nada, e a abraçou de costas sob o jato quente da água. Suas mãos percorreram o corpo dela devagar, mas com firmeza.
— Você está comigo nessa guerra. E eu estou com você até o fim.
Ela se virou, olhando nos olhos dele.
— Se eu cair, você vai cair junto?
Ele a beijou forte. A resposta estava ali.
O beijo evoluiu para toques. As mãos dela deslizaram pelas costas dele, enquanto ele colava os corpos. A tensão virou desejo. E ali mesmo, no chuveiro, ele a tomou com força e carinho, como se quisesse apagar cada ameaça, cada sombra de dúvida.
Valentina gemeu baixo, envolvida no calor dele, no vapor, na fúria transformada em prazer.
— Eu sou sua mulher — ela sussurrou, contra os lábios dele. — E vou mostrar pra essa máfia quem eu sou.
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Na manhã seguinte, Valentina se sentou sozinha no jardim da mansão. Pegou papel e caneta. Iria escrever uma carta formal.
Carta aberta às Famílias Aliadas.
Ela contaria tudo: a sabotagem, a armadilha, os detalhes do que viu, os nomes dos envolvidos.
Era hora de jogar o jogo de Giulia… mas com as próprias armas.
Agora, não era mais apenas guerra entre duas mulheres.
Era uma guerra por poder.
E Valentina não ia recuar.
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Atualizado até capítulo 36
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