O silêncio na Villa Conti era sepulcral. Giulia caminhava furiosa de um lado ao outro da sala do pai. O salto alto marcava o chão com batidas secas, acompanhando sua respiração acelerada. Alfonso Conti a observava em silêncio, sentado atrás de sua mesa de carvalho, os dedos entrelaçados sobre os papéis.
— Ela me expôs na frente de todos. Ridicularizou meu nome! — Giulia explodiu. — Uma policial! Uma intrusa! Uma vadiazinha metida a rainha da máfia!
Alfonso a olhou por longos segundos antes de se levantar. Era um homem alto, imponente, com olhos escuros e frios. Seu rosto marcado pela idade e pela experiência de quem já tinha enterrado dezenas de inimigos.
— Valentina Romanelli virou um problema. E problemas precisam ser... resolvidos.
— Vai declarar guerra?
— Guerra? Não. Ainda não. Mas vou cortar as pernas dela — ele disse, sorrindo de canto. — A primeira coisa que se ataca é o coração.
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Enquanto isso, na mansão Bianchi, Valentina estava deitada na cama com Enzo, com os cabelos espalhados no peito nu dele. Seus dedos deslizavam preguiçosamente sobre a tatuagem no ombro esquerdo do Don.
— Você está estranho hoje… — ela comentou.
— Alfonso não é do tipo que aceita perder. E você o humilhou. Ele vai reagir.
— Deixe que venha. Agora eu não sou só sua amante. Eu sou parte disso. Ele sabe que se me derrubar, também atinge você.
Enzo passou a mão pelos cabelos dela.
— É isso que me preocupa. Ele pode tentar algo sujo. Algo pessoal.
Valentina o olhou nos olhos. Sua expressão endureceu.
— Deixe que tente. Ele vai ver que não sou a mulher fraca que ele imagina.
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Três dias depois, uma emboscada aconteceu na sede da transportadora da Família Bianchi, que servia como fachada para a movimentação de armas e dinheiro. O ataque foi rápido, preciso. Dois homens mortos. Um carregamento de rifles russos desaparecido.
Era um aviso.
Valentina chegou antes de Enzo. Viu os corpos. O sangue. As marcas de pneus no asfalto molhado.
— Isso foi obra dos Conti — murmurou Lorenzo, o braço-direito de Enzo. — Um ataque cirúrgico. Eles sabiam exatamente onde acertar.
— Eles querem nos provocar. Nos fazer reagir primeiro pra nos culpar.
— E o que você quer fazer?
Valentina observou os funcionários recolhendo os corpos. Respirou fundo.
— Quero sangrar devagar. Começar tirando os aliados menores. Um por um. Cortar as raízes antes do tronco.
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Naquela noite, Valentina preparou uma lista com os aliados da família Conti em Roma. Comerciantes, informantes, políticos corruptos. Enzo entrou no escritório e a encontrou debruçada sobre os documentos, os olhos brilhando de determinação.
— Você tem sede de guerra — ele disse, fechando a porta.
Ela levantou o olhar.
— Eu tenho sede de justiça.
Enzo a puxou para si com força. O beijo foi quente, urgente. Valentina gemeu baixo ao sentir as mãos dele percorrendo sua cintura e puxando-a para seu colo.
— Preciso de você inteira pra essa guerra — ele sussurrou em seu ouvido. — Preciso sentir que ainda está comigo, corpo e alma.
Ela desabotoou a camisa dele lentamente, seus olhos fixos nos dele.
— Eu sou sua, Enzo. Cada parte de mim.
O sexo foi intenso e apaixonado, como um pacto silencioso de que, acontecesse o que acontecesse, eles lutariam juntos. A cada movimento, a cada gemido abafado no pescoço dele, Valentina parecia dizer: Eu estou aqui. Até o fim.
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Horas depois, enquanto dormiam, um envelope foi deixado discretamente na entrada da mansão Bianchi.
Dentro dele, uma única fotografia: Valentina, na mira de um rifle de precisão. Tirada a metros de distância. Em frente à transportadora.
Alguém já tinha ela na mira.
E estava apenas esperando o comando para atirar.
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Atualizado até capítulo 36
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