O sol mal havia nascido quando Valentina acordou. Enzo ainda dormia profundamente ao seu lado, nu, o corpo grande envolto nos lençóis bagunçados. O cheiro da noite anterior ainda pairava no quarto: sexo, suor, desejo.
Mas naquela manhã, algo estava diferente.
Era sua primeira missão como mulher do Don.
Ela levantou-se, vestiu-se com precisão: calça preta justa, camiseta básica colada ao corpo, cabelo preso em um rabo de cavalo firme. Olhos maquiados com delineado escuro. A policial dentro dela ainda sabia se preparar para o campo. Mas agora… não era pela lei.
Era pela máfia.
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Na sala de reuniões, Lorenzo — braço direito de Enzo — esperava com uma pasta cheia de informações.
— Você tem certeza que ela está pronta? — ele questionou o Don, sem disfarçar o tom cético.
Enzo lançou um olhar mortal.
— Ela tem mais preparo que muitos dos nossos. E agora é minha mulher. O respeito a ela é o mesmo que a mim.
Valentina entrou no cômodo com passos silenciosos, mas olhos atentos.
— Se querem testar minha lealdade, que comecem logo. Não tenho tempo pra joguinhos — ela disse, com frieza.
Lorenzo abriu um leve sorriso de canto. Respeitou.
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A missão era clara: interrogar um traidor que roubou informações e pretendia vender dados sobre rotas da família para a polícia federal. Ele havia sido capturado, estava amarrado em um dos armazéns no subsolo do porto — e coube a Valentina conseguir as informações dele.
Sem uniforme. Sem distintivo. Sem apoio legal.
Era o teste final. Ou entrava de vez… ou caía.
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O armazém era escuro, úmido, com cheiro de mofo e sangue. No centro, o traidor estava preso a uma cadeira de ferro, ensanguentado, com o rosto inchado.
Valentina caminhou até ele devagar, olhos firmes.
— Sabe quem eu sou? — ela perguntou.
— A polícia que se vendeu pro diabo — ele cuspiu no chão.
Ela se abaixou, puxou o queixo dele com força.
— Não me vendi. Escolhi um lado. E escolhi o mais forte.
Ele riu, zombeteiro.
— Vai me torturar com palavras bonitas?
Valentina então sacou a faca curta do coldre na coxa. Sem hesitar, cortou superficialmente o antebraço dele. O sangue escorreu.
— Não — ela disse. — Vou fazer o que a polícia nunca me deixou fazer.
E ela começou o interrogatório com frieza. Precisão. Técnica. Sua expressão não mudou, mesmo enquanto o homem gritava. Lorenzo observava à distância, impressionado.
Quinze minutos depois, o traidor cedeu. Confessou tudo.
Rotas, contatos, entregas futuras.
Valentina limpou a faca, virou-se para os homens.
— Ele falou. Podem fazer o que quiserem com ele agora.
E saiu andando sem olhar para trás.
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Naquela noite, de volta à mansão de Enzo, ela entrou no escritório sem pedir permissão.
Enzo estava ali, sozinho, tomando uísque. Quando viu Valentina, levantou-se imediatamente.
— Lorenzo me contou o que você fez. Disse que ninguém teve coragem de encarar aquele filho da puta assim. Nem mesmo nossos veteranos.
Valentina jogou a faca sobre a mesa.
— Eu fiz o que precisava ser feito. Pela família.
Enzo se aproximou, os olhos queimando de desejo e admiração.
— Você está mudando, Valentina.
— Não. Estou mostrando quem sempre fui. Só não me deixavam ser.
Ele a beijou com força. Um beijo quente, faminto. Mas havia algo mais ali: orgulho. Respeito. Um tipo de amor bruto, mafioso.
— Você é minha rainha. Meu vício — ele murmurou contra sua boca.
— Então trate de me proteger. Porque se o mundo quiser me destruir, vai ter que passar por você.
E ali, no escritório, ele a pegou sobre a mesa. Os papéis voaram. Ela gemeu alto quando ele a invadiu, com força e paixão. O prazer veio rápido, desesperado. Ela era dele. E ele… completamente dela.
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No fim da noite, enquanto ela adormecia em seu peito, Enzo passou os dedos em seus cabelos e disse:
— A prova foi superada. Agora você não é só minha mulher. É parte da máfia. E isso… não tem volta.
Ela sorriu com os olhos fechados.
— Eu nunca quis voltar mesmo.
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Atualizado até capítulo 36
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