O relógio marcava 06h17 quando Lorenzo encontrou o envelope jogado discretamente sob a porta principal da mansão Bianchi. O papel pardo estava seco, mas o vento da madrugada ainda o balançava de leve no chão de mármore frio. O nome “Valentina” estava escrito em letras finas e precisas, como se tivesse sido desenhado com calma... por um assassino.
Ao abrir o envelope, Lorenzo prendeu a respiração.
A foto mostrava Valentina do lado de fora da transportadora, de costas, com a mira de um rifle sobre sua cabeça. Era clara, nítida, tirada por alguém experiente. E deixava evidente uma coisa:
Ela poderia ter morrido.
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— Por que não puxaram o gatilho? — Enzo perguntou, irritado, ao ver a imagem. — Isso não foi uma ameaça. Foi um recado. Querem brincar com nosso medo.
Valentina, ao lado dele, segurava a foto com frieza. Por dentro, seu coração batia acelerado. Mas ela não deixaria o medo tomar o controle. Não mais.
— Porque ainda não chegou a hora deles — respondeu. — Estão criando pânico. Querem que a gente reaja no impulso, que cometa erros.
Lorenzo, pálido, encostou-se à parede.
— Isso significa que há um atirador próximo. Alguém que conhece nossos movimentos. E que provavelmente... ainda está nos observando.
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Naquela mesma manhã, Valentina e Lorenzo acessaram os arquivos da segurança da mansão e de suas rotas. E foi ali que encontraram algo que gelou o sangue dos dois.
— Essa câmera... — Valentina apontou. — Ela estava desligada no dia da emboscada e também ontem, durante a patrulha da área dos fundos.
Lorenzo ampliou a imagem. A responsável pelo controle da vigilância daquela ala era Clara, uma das funcionárias contratadas recentemente.
Valentina se virou lentamente para ele.
— Ela está dentro. Giulia tem alguém plantado aqui dentro.
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No fim da tarde, Valentina e Enzo armaram uma emboscada. Chamaram Clara para uma reunião de “revisão de segurança”, e enquanto ela se dirigia para a sala de câmeras, Valentina observava pelo espelho falso instalado naquele setor.
Clara parecia nervosa. Suava. Digitava com as mãos trêmulas.
Até que… ela pegou um pen drive escondido sob a cinta da meia e inseriu no computador principal.
— Temos ela — sussurrou Valentina.
Clara foi rendida segundos depois, por dois seguranças armados.
— Acha que podem me prender? — disse Clara, com um sorriso amargo. — Giulia tem um exército. Eu sou só uma gota. Mas vocês vão se afogar.
Valentina se aproximou, encarando-a com firmeza.
— Diga a Giulia que a mira virou. Agora sou eu quem observa. E da próxima vez, eu puxo o gatilho.
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Mais tarde, Valentina estava no quarto, sentada à beira da cama. A tensão dos últimos dias a deixara cansada, exausta... mas não quebrada. Enzo entrou em silêncio, fechando a porta atrás de si.
— Hoje, você salvou sua própria vida. De novo.
Ela olhou para ele, os olhos brilhando de adrenalina e orgulho.
— Hoje, eu mostrei que sei jogar.
Enzo a puxou com força, encostando-a contra a parede, os lábios colando-se aos dela com desejo bruto, como se quisesse marcar cada pedaço do corpo dela como território.
As mãos dele desceram pelas costas nuas dela, puxando sua saia para cima, enquanto Valentina gemia entre beijos. Ele a virou de costas, pressionando seu corpo contra a parede fria. O contraste da temperatura só aumentava o calor entre eles.
— Você é minha maldição e minha salvação, Valentina — ele murmurou em seu ouvido. — Quando estou dentro de você, tudo faz sentido.
Ela o puxou de volta para si, ofegante.
— Então nunca mais saia.
Eles fizeram amor ali mesmo, contra a parede, como se o mundo pudesse explodir lá fora e nada mais importasse. Era selvagem, cru, intenso. O tipo de paixão que só nasce quando dois corações estão unidos não só pelo amor, mas pela guerra.
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Naquela noite, Clara foi entregue aos homens de confiança de Enzo. E um novo nome apareceu nos documentos que ela escondia: Riccardo Vieri, o novo fornecedor de armas da Família Conti — e um ex-aliado de Enzo.
Valentina analisou os dados com calma e murmurou:
— Ele é o próximo.
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Atualizado até capítulo 36
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