Uma carta misteriosa chegou à mansão. Sem remetente, apenas um convite para um encontro em um restaurante discreto no centro de Roma.
Lorenzo estava pronto para ignorar, mas Helena viu algo que chamou sua atenção. No rodapé do bilhete, uma assinatura.
— Meu pai — ela sussurrou, o coração disparando.
Lorenzo não confiava naquilo, mas sabia que Helena precisava de respostas. Prepararam-se para o encontro, cientes de que poderia ser uma armadilha.
Quando chegaram ao restaurante, um homem de cabelos grisalhos os esperava em um canto isolado. Ele se levantou quando os viu.
— Helena…
Ela prendeu a respiração. Depois de tudo, finalmente estava frente a frente com o homem que iniciou essa guerra.
O jantar foi carregado de tensão. O pai de Helena explicou que nunca quis traí-la, mas que suas escolhas erradas o colocaram em um caminho sem volta. Ele fugiu para protegê-la, mas acabou colocando-a no centro do caos.
— Eu nunca quis que você se envolvesse nesse mundo — ele disse.
— Mas agora estou envolvida, e não posso voltar atrás — Helena respondeu.
Lorenzo permaneceu calado a maior parte do tempo, estudando cada palavra do homem. Quando a conversa terminou, ele fez um aviso.
— Você tem sorte que Helena ainda se importa. Mas eu não esqueço traições.
O pai de Helena abaixou a cabeça. Ele sabia que sua vida ainda estava por um fio.
Nos dias seguintes, Helena se viu dividida. Poderia confiar no pai depois de tudo? Lorenzo a alertou sobre os riscos, mas ela precisava encontrar sua própria verdade.
Então, uma nova ameaça surgiu. Informações vazadas sugeriam que alguém dentro da organização de Lorenzo estava trabalhando contra ele. O passado ainda não havia morrido — e agora, Helena e Lorenzo precisavam enfrentar não apenas seus inimigos, mas também as sombras dentro de sua própria casa.
A Traição Interna
Os relatórios começaram a chegar. Pequenos carregamentos estavam sendo desviados, informações estratégicas vazando antes mesmo de Lorenzo agir. Marco foi o primeiro a notar os padrões e alertou Lorenzo.
— Isso não é coincidência. Alguém dentro da nossa organização está passando informações.
Lorenzo bateu os punhos contra a mesa.
— Descubra quem é. Rastreie todos os contatos suspeitos. Se temos um traidor, quero um nome antes que seja tarde demais.
Helena observava a fúria silenciosa de Lorenzo. Ela sabia o quanto ele odiava traições. A confiança era um bem raro e valioso naquele mundo.
Chiara, que estava monitorando comunicações, entrou na sala com seu tablet em mãos.
— Encontrei algo. Uma conta offshore recebeu depósitos incomuns nos últimos meses. O responsável? Um dos nossos.
Lorenzo pegou o tablet das mãos dela e analisou a tela. Seu olhar endureceu.
— Alberto…
Alberto era um dos homens mais antigos na organização. Sempre leal, sempre discreto. Mas ali estava a prova de que ele estava vendendo informações.
Helena sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Se ele era capaz de trair Lorenzo, quem mais poderia estar envolvido?
— O que fazemos agora? — ela perguntou.
Lorenzo cerrou os punhos.
— Chamamos Alberto para uma conversa. E se ele estiver mesmo envolvido… lidamos com isso do nosso jeito.
Naquela noite, Alberto foi chamado para a mansão. Sentou-se à frente de Lorenzo no escritório, sem saber que já estava condenado.
— Você tem algo a me dizer? — Lorenzo perguntou, sua voz controlada, mas letal.
Alberto hesitou, mas tentou manter a compostura.
— Não sei do que está falando, chefe. Sempre fui leal a você.
Lorenzo jogou os documentos na mesa.
— Então me explique isso.
O rosto de Alberto empalideceu. Ele olhou para os papéis, depois para Lorenzo, e finalmente para Helena.
— Não é o que parece…
Marco, que estava ao lado, puxou sua arma e apontou para Alberto.
— Então por que parece exatamente isso?
O traidor percebeu que não havia saída. Suspirou, abaixando a cabeça.
— Eu não tive escolha. Eles me ameaçaram… minha família…
Helena sentiu um nó na garganta. Sabia que naquele mundo, às vezes, não havia opções. Mas Lorenzo não perdoava traições.
— Você vendeu a família Ferraro. Colocou todos nós em risco — Lorenzo disse. — E espera que eu acredite que foi apenas medo?
— Por favor… eu nunca quis machucar você.
O silêncio preencheu o escritório. Então, Lorenzo se levantou lentamente.
— Marco. Tire ele daqui.
Alberto arregalou os olhos.
— Por favor, Lorenzo… me deixe viver. Eu faço qualquer coisa!
Mas Lorenzo já havia tomado sua decisão. Ele apenas olhou para Marco, que puxou Alberto pelo braço e o arrastou para fora.
Helena sentiu um calafrio. Sabia o que aconteceria depois.
— Isso nunca acaba, não é? — ela murmurou.
Lorenzo se virou para ela, sua expressão mais dura do que nunca.
— Não. E nunca vai acabar.
Helena fechou os olhos, sentindo o peso daquela vida cair sobre seus ombros. Ela havia escolhido aquele caminho, mas sabia que cada escolha teria seu preço.
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Atualizado até capítulo 29
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