Helena sentia seu coração disparar enquanto se acomodava no banco do carro luxuoso de Lorenzo. O ar dentro do veículo estava pesado, carregado de tensão e perguntas não respondidas. Ele não dirigia sozinho. No banco do passageiro estava Marco, o homem de olhar severo que ela havia conhecido há poucos dias.
— Para onde estamos indo? — ela perguntou, cruzando os braços.
Lorenzo manteve os olhos na estrada, sem desviar sua atenção.
— Você logo saberá.
— Se isso é uma tentativa de me assustar, não está funcionando.
Dessa vez, ele a encarou pelo espelho retrovisor e sorriu de canto.
— Tem certeza? Seu pé está batendo contra o assoalho desde que entramos no carro.
Helena imediatamente parou o movimento nervoso, odiando que ele percebesse seu nervosismo. Marco apenas soltou uma risada baixa.
O carro percorreu ruas cada vez mais desertas até parar em frente a um galpão abandonado. Lorenzo saiu do carro sem dizer uma palavra, e Marco fez um gesto para que Helena o seguisse. A hesitação a dominou, mas a curiosidade foi mais forte.
Ao entrar no galpão, Helena viu um homem amarrado a uma cadeira no centro do espaço escuro. Ele estava machucado, com marcas evidentes de agressão. Seu peito subia e descia rapidamente, e seus olhos arregalados se fixaram em Lorenzo.
— Por favor… eu não queria traí-lo! — o homem implorou, sua voz tremendo.
Lorenzo parou à sua frente, inclinando-se ligeiramente.
— Você vendeu informações sobre mim para meus inimigos. Não há espaço para traição.
Helena sentiu o estômago revirar. O que Lorenzo pretendia fazer?
— Lorenzo, não! — as palavras saíram antes que ela pudesse se conter.
Ele a encarou, sua expressão inalterada.
— Você queria saber quem eu sou? Aqui está a resposta.
Helena prendeu a respiração. Ela sabia que Lorenzo era perigoso, mas vê-lo naquele ambiente, tão implacável, fazia sua percepção mudar completamente.
— Ele é apenas um homem assustado…
— Ele é um homem que tentou me matar — Lorenzo a interrompeu, sua voz fria. — Se eu não reagir, minha fraqueza será vista como um convite para mais traições.
A frieza dele a perturbava, mas, ao mesmo tempo, havia algo fascinante na forma como comandava respeito e temor. Lorenzo se aproximou dela e abaixou a voz.
— Você ainda acha que sou apenas um criminoso qualquer?
Helena desviou o olhar. O perigo que ele emanava deveria afastá-la, mas ao invés disso, a atraía de uma maneira inexplicável.
— Vamos sair daqui — Lorenzo ordenou. Marco permaneceu no galpão, e Helena sabia que isso significava que o destino daquele homem estava selado.
No caminho de volta para a mansão, a mente de Helena estava um turbilhão de pensamentos. Pela primeira vez, ela se perguntou: quem era, de fato, Lorenzo Ferraro?
Chegando à mansão, Lorenzo desceu do carro e parou ao lado da porta antes de entrar.
— Está assustada? — ele perguntou, sem encará-la.
Helena respirou fundo.
— Eu deveria estar?
Ele finalmente virou para ela, analisando-a com interesse.
— Sim. Mas algo me diz que você não se assusta tão facilmente.
Ela cruzou os braços, mantendo-se firme.
— Talvez eu só não demonstre.
Lorenzo sorriu, abrindo a porta.
— Entre. Precisamos conversar.
Helena hesitou, mas sabia que não havia escapatória. Seu destino estava entrelaçado ao daquele homem perigoso.
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Atualizado até capítulo 29
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