O ar dentro da mansão de Salvatore parecia mais pesado, carregado de tensão e segredos ocultos. Helena tentava processar todas as informações que havia acabado de receber. Seu pai estava vivo, mas estava fugindo tanto de Lorenzo quanto de Enzo Moretti. O que ele havia feito para se tornar um alvo tão cobiçado?
Lorenzo, ao seu lado, estava visivelmente irritado. Ele não gostava de ser manipulado, e Salvatore estava fazendo exatamente isso.
— O que exatamente você quer em troca? — Lorenzo perguntou, sua voz baixa e perigosa.
Salvatore sorriu, saboreando sua posição de vantagem.
— Simples. Um carregamento de armas que foi interceptado por seus homens há duas semanas. Preciso que ele volte para as minhas mãos.
Helena sentiu seu estômago revirar.
— Você quer que Lorenzo roube algo por você?
— Eu prefiro chamar de reaver o que já era meu — Salvatore corrigiu, cruzando as pernas. — Faça isso e darei a localização exata do seu querido sogro.
Lorenzo soltou um riso seco.
— Você acha que eu sou ingênuo? Se eu fizer isso, o que me garante que você não vai mentir?
Salvatore ergueu um dedo e Chiara, que estava na porta, trouxe um pequeno envelope e o entregou a Helena. Ela o abriu com mãos trêmulas. Dentro, havia uma foto recente de seu pai, em uma casa que não reconhecia.
— Essa foto foi tirada ontem. Você tem minha palavra de que ele está vivo. Agora, basta decidir se quer que continue assim.
Helena sentiu o desespero crescer dentro dela.
— Lorenzo…
Ele não desviou o olhar de Salvatore.
— Preciso de tempo para considerar.
— Tem 24 horas — Salvatore disse. — Depois disso, sua única chance desaparece.
Lorenzo segurou a mão de Helena e a puxou para fora da sala. Seus passos eram firmes, e seu silêncio apenas aumentava sua frustração. Quando chegaram ao carro, ele bateu a porta com força.
— Isso é uma armadilha.
— Mas se meu pai está vivo, não podemos ignorar isso!
Lorenzo a encarou.
— Não estou dizendo que vamos ignorar. Estou dizendo que precisamos ser mais espertos.
Marco entrou no carro, ligando o motor.
— O que faremos agora?
Lorenzo suspirou.
— Vamos para a casa segura. Precisamos de um plano.
Durante o caminho, Helena manteve o olhar fixo na foto do pai. Ele parecia mais velho, cansado. Mas estava vivo. Ela só esperava que não fosse tarde demais.
A casa segura ficava nos arredores de Palermo, cercada por árvores e longe de qualquer movimentação suspeita. Assim que entraram, Lorenzo começou a organizar as informações. Mapas, registros e nomes de contatos estavam espalhados sobre a mesa.
— Se formos atrás desse carregamento, estaremos vulneráveis. Enzo Moretti pode usar isso contra nós — Lorenzo explicou.
— Mas não temos escolha, não é? — Helena retrucou.
— Sempre há uma escolha — ele murmurou.
Marco limpou a garganta.
— Podemos fingir que estamos cooperando e descobrir onde Salvatore mantém o pai dela antes de entregarmos qualquer coisa.
Lorenzo assentiu lentamente.
— Pode funcionar. Mas precisaremos agir rápido.
Helena sentiu um peso enorme em seus ombros.
— E se for uma armadilha?
Lorenzo olhou para ela, sua expressão mais suave do que o normal.
— Eu não vou deixar nada acontecer com você, Helena.
Ela queria acreditar nele. Queria acreditar que sairia disso com sua família intacta. Mas algo lhe dizia que o pior ainda estava por vir.
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Atualizado até capítulo 29
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