A dor latejava na cabeça de Helena quando ela despertou. O cheiro de ferrugem e umidade impregnavam o ar. Seus pulsos estavam amarrados a uma cadeira de metal, e seus tornozelos presos por correntes. A escuridão ao redor apenas aumentava sua sensação de desespero.
— Finalmente acordou. — A voz fria e cortante ecoou pelo espaço.
Helena ergueu a cabeça e encontrou os olhos cruéis de Enzo Moretti. Seu sorriso era carregado de arrogância.
— Você… — ela murmurou, sentindo a garganta seca.
— Sim, sou eu. O homem que seu querido Lorenzo tentou eliminar tantas vezes. E agora, ironicamente, você está nas minhas mãos.
Helena tentou se soltar, mas as amarras eram firmes.
— O que quer de mim?
Enzo inclinou-se para frente, apoiando-se sobre a mesa de ferro à sua frente.
— Você é a chave, minha querida. Seu pai… ah, seu pai… ele causou muitos problemas. Mas Lorenzo Ferraro é o verdadeiro problema. Ele não deveria ter se metido onde não foi chamado.
Helena cerrou os dentes.
— Se quer Lorenzo, então me solte e vá atrás dele.
Enzo riu, um som baixo e ameaçador.
— Você realmente acha que ele não virá atrás de você? Ele pode fingir ser frio, mas sabemos que não deixará você para trás.
Helena engoliu em seco. Lorenzo viria. Ela sabia disso. Mas a que custo?
A porta do galpão se abriu, e um dos capangas de Enzo entrou.
— Senhor, temos movimentação. Ferraro está se aproximando.
Enzo sorriu.
— E agora, o jogo começa de verdade.
Helena sentiu o coração disparar. Precisava encontrar um jeito de sair dali antes que Lorenzo caísse na armadilha.
Ela olhou ao redor, buscando qualquer objeto que pudesse ajudá-la. Havia pedaços de metal enferrujado no chão, e algumas caixas de madeira empilhadas ao lado da parede. Se conseguisse se soltar…
— Não adianta tentar fugir — Enzo disse, como se lesse seus pensamentos. — Você não vai a lugar nenhum.
Helena manteve a expressão séria, mas por dentro, sua mente trabalhava rápido. Ela precisava de uma distração.
— Por que tanto ódio por Lorenzo? — ela perguntou, tentando ganhar tempo.
Enzo riu, passando a mão pelo cabelo.
— Lorenzo destruiu minha família. Ele tomou tudo de mim. Agora é a minha vez.
— E meu pai? O que ele fez para você?
Os olhos de Enzo se estreitaram.
— Seu pai foi um traidor. Ele tentou jogar dos dois lados e acabou assinando sua própria sentença.
Helena sentiu o peito apertar. Seria verdade?
Do lado de fora, tiros ecoaram. Enzo ergueu a cabeça, sua expressão mudando para irritação.
— Parece que seu cavaleiro veio te resgatar.
Helena aproveitou o momento de distração. Usando toda a força que tinha, forçou seus pulsos contra as amarras, sentindo a pele arder. Finalmente, conseguiu afrouxar uma das cordas.
— Fiquem de olho nela! — Enzo ordenou antes de sair do cômodo.
Dois capangas permaneceram, suas armas apontadas para a porta. Helena sabia que tinha apenas uma chance.
Ela usou o pedaço de metal enferrujado para cortar a corda do outro pulso. Assim que se soltou, agarrou uma das caixas ao lado e a jogou contra um dos homens. O impacto foi o suficiente para fazê-lo cambalear.
O outro virou-se para atirar, mas Helena se abaixou no último segundo. Ela pegou a arma caída do primeiro capanga e, sem pensar duas vezes, disparou contra o segundo.
Ele caiu no chão, e Helena correu para a saída. O som de tiros continuava do lado de fora. O caos havia começado.
Ela se esgueirou pelos corredores, ouvindo vozes gritarem ordens. Finalmente, avistou a saída. Mas antes que pudesse alcançá-la, uma mão forte a puxou para trás.
— Aonde pensa que vai? — Enzo a segurava com força, um sorriso cruel nos lábios.
Helena tentou se soltar, mas ele era forte demais.
— Acho que Lorenzo vai gostar de assistir você morrer na frente dele — Enzo sussurrou em seu ouvido.
Ela sentiu o pânico crescer. Não podia deixar que terminasse assim.
Foi quando um tiro ecoou, e Enzo soltou um grito de dor.
Lorenzo estava na porta, sua arma apontada diretamente para ele.
— Tira as mãos dela. Agora.
Enzo rosnou, segurando o ombro sangrando, mas não soltou Helena.
— Você acha que isso acaba aqui, Ferraro? Isso é só o começo.
Lorenzo avançou, sua expressão mortal.
— Então eu acabo com isso agora.
E, sem hesitar, ele puxou o gatilho.
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Atualizado até capítulo 29
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