Segredos Revelados

O silêncio pairava no porão da mansão, quebrado apenas pela respiração pesada do infiltrado. Helena sentia o ar carregado, como se uma tempestade estivesse prestes a desabar sobre eles.

Lorenzo se aproximou do homem amarrado, seus olhos frios como gelo.

— Diga quem mandou você — ele ordenou, sua voz controlada, mas carregada de ameaça.

O homem soltou uma risada fraca, apesar da dor evidente.

— Você já sabe a resposta, Ferraro. Só não quer admitir.

Marco ergueu a mão para desferir outro golpe, mas Lorenzo o impediu com um simples gesto. Ele inclinou-se para frente, seus olhos fixos no prisioneiro.

— Se acha que estou com medo, está enganado.

O infiltrado deu um sorriso torto.

— Ah, eu não disse que você tem medo... mas deveria.

Helena sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela não conseguia entender tudo o que estava acontecendo, mas sabia que aquilo era mais do que apenas uma disputa de poder.

— Por que ele está falando como se eu fosse importante? — Helena perguntou, sua voz um pouco hesitante.

Lorenzo não respondeu de imediato. Em vez disso, voltou-se para Marco.

— Tire-o daqui. Quero respostas, mas não aqui.

Marco assentiu, puxando o homem da cadeira e o arrastando para fora. Helena e Lorenzo ficaram sozinhos no porão, envoltos em um silêncio sufocante.

— Lorenzo, o que ele quis dizer?

Lorenzo passou a mão pelos cabelos, parecendo irritado. Finalmente, virou-se para ela.

— Seu pai não era um homem tão inocente quanto você pensa.

Helena arregalou os olhos.

— O quê?

— Há coisas sobre sua família que você não sabe, Helena. Coisas que podem mudar tudo.

O coração dela disparou.

— Então me diga.

Lorenzo a observou por um longo momento antes de suspirar.

— Eu espero que esteja pronta para ouvir a verdade.

Ele caminhou até um armário de metal trancado no canto da sala e retirou um envelope amarelado. Helena observou enquanto ele jogava os papéis sobre uma mesa próxima.

— Seu pai trabalhou para a família Ferraro antes de desaparecer com dinheiro que não lhe pertencia.

Ela sentiu a respiração falhar.

— Isso é mentira! Meu pai nunca faria algo assim!

Lorenzo manteve a expressão séria.

— Eu queria acreditar nisso também. Mas as provas dizem o contrário.

Helena pegou os papéis com as mãos trêmulas e começou a folheá-los. Transações bancárias, contratos e até mesmo uma foto de seu pai ao lado de um homem que ela não reconhecia.

— Quem é esse? — perguntou, apontando para a imagem.

— Roberto Salvatore. O maior inimigo da minha família. Se seu pai trabalhava com ele, isso significa que ele nos traiu.

Helena negou com a cabeça, recuando um passo.

— Isso não pode ser verdade…

Lorenzo a segurou pelo braço, seu toque firme, mas sem agressividade.

— Eu não quero que acredite em mim, Helena. Quero que descubra por si mesma.

Os olhos dela se encheram de dúvidas e medo. Tudo o que ela conhecia sobre sua vida poderia ser uma mentira?

— O que você vai fazer agora? — ela perguntou em um sussurro.

Lorenzo apertou a mandíbula.

— Descobrir a verdade. E se seu pai realmente estiver envolvido nisso… não haverá escapatória.

Helena sentiu o peso das palavras dele, e pela primeira vez, percebeu que talvez estivesse do lado errado da história.

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