Cativa na mansão

Helena caminhava de um lado para o outro no quarto luxuoso onde havia sido trancada. Tentou a porta novamente, mas estava trancada. A janela, apesar de grande, tinha grades firmes. Seu coração acelerava com a sensação sufocante de estar aprisionada. Ela não era uma prisioneira. Não podia ser.

A maçaneta girou, e Lorenzo entrou no cômodo com sua postura imponente e olhar indecifrável. Ele a observou em silêncio antes de falar.

— Vejo que ainda não aceitou sua situação.

— E nunca aceitarei! — Helena cuspiu as palavras, os olhos faiscando de raiva.

Ele caminhou até o bar e serviu um copo de uísque antes de se virar para ela.

— A aceitação virá com o tempo.

— Você não pode me manter aqui para sempre.

Lorenzo tomou um gole da bebida e deu um sorriso de canto.

— Não subestime minha paciência.

Helena cruzou os braços, determinada a não demonstrar medo.

— Por que eu? Você poderia ter qualquer um como pagamento dessa suposta dívida.

Lorenzo pousou o copo sobre a mesa e a fitou intensamente.

— Seu pai fez essa escolha, não eu. Mas agora que você está aqui, pretendo garantir que sua presença tenha um propósito.

Ela estremeceu com a insinuação.

— O que isso significa?

Ele se aproximou devagar, suas botas ressoando no piso de mármore.

— Significa que, enquanto estiver sob meu teto, viverá sob minhas regras.

Helena sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— E se eu me recusar?

Lorenzo inclinou a cabeça ligeiramente, como se estudasse sua resistência.

— Então terá que lidar com as consequências.

A porta se fechou atrás dele, deixando Helena sozinha novamente. Sua mente trabalhava freneticamente em planos de fuga, mas cada opção parecia impossível. Os corredores eram vigiados, os portões eletrônicos, e os seguranças bem treinados. Mesmo assim, ela não se renderia.

Naquela noite, recusou a comida deixada para ela e ficou sentada na cama, encarando a lua pela janela. Sua liberdade havia sido roubada, mas sua vontade continuava intacta.

Na manhã seguinte, Helena despertou com o som de passos se aproximando. A porta se abriu, revelando uma mulher alta e elegante, com cabelos presos em um coque impecável. Seus olhos eram frios e avaliadores.

— Meu nome é Chiara. Fui designada para cuidar de você enquanto estiver aqui — disse, sua voz sem emoção.

— Cuidar de mim? Quer dizer me vigiar? — Helena rebateu, cruzando os braços.

Chiara arqueou uma sobrancelha.

— Como preferir. Lorenzo quer que você esteja apresentável. Ele deseja que desça para o jantar esta noite.

— E se eu recusar?

— Não é uma opção.

Helena estreitou os olhos, sentindo a frustração crescer dentro dela.

— Ele acha que pode me forçar a agir como se estivesse tudo bem?

Chiara manteve a expressão neutra.

— Ele não acha. Ele sabe.

Com isso, a mulher saiu, deixando Helena sozinha novamente.

Mais tarde, quando o sol se pôs, Helena foi escoltada até a sala de jantar. Lorenzo já estava sentado à cabeceira da mesa, vestido elegantemente. Ao vê-la, seus olhos brilharam com aprovação.

— Vejo que decidiu cooperar — ele comentou, gesticulando para que se sentasse.

— Não se engane, Lorenzo. Só estou aqui porque não me deram escolha.

Ele sorriu, divertido.

— Escolhas são uma ilusão, Helena. Eventualmente, todos percebem isso.

Ela sentiu um arrepio. Aquele homem era perigoso. Mas, de alguma forma, intrigante.

O jantar foi tenso, pontuado por poucas palavras. Quando Helena terminou, Lorenzo se levantou e caminhou até ela.

— Você vai se acostumar com sua nova vida.

Ela o encarou, desafiadora.

— Não conte com isso.

Lorenzo riu baixinho.

— Vamos ver.

Nos dias que se seguiram, Helena passou a observar Lorenzo de forma diferente. Ele passava horas no escritório, atendendo telefonemas em voz baixa, sempre com um olhar sério. Uma noite, enquanto caminhava pelo corredor, ouviu parte de uma conversa.

— Ele está se movendo. Não podemos permitir que nos tomem de surpresa.

Helena se escondeu atrás da parede, o coração acelerado. Quem estava se movendo? Seria outro criminoso como Lorenzo?

No dia seguinte, Lorenzo apareceu com uma expressão mais fechada que o normal.

— Hoje você sairá comigo.

Helena arqueou uma sobrancelha.

— E se eu me recusar?

Ele se aproximou, segurando seu queixo com delicadeza, mas com firmeza suficiente para que ela entendesse que não era um pedido.

— Você não tem essa opção.

Helena engoliu em seco. Algo lhe dizia que aquele passeio mudaria tudo.

Continua...

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