A propriedade de Salvatore se erguia imponente sobre o penhasco, cercada por muros altos e segurança reforçada. O vento salgado do mar batia contra Helena, que observava Lorenzo coordenar seus homens. Tudo parecia meticulosamente planejado, como se ele já previsse cada movimento do inimigo.
— Vamos nos dividir — Lorenzo ordenou. — Marco, leve dois homens para vigiar os fundos. Chiara, fique com Helena. Não quero que ela saia do meu campo de visão.
— Eu não preciso de uma babá — Helena retrucou, cruzando os braços.
Lorenzo lançou um olhar frio para ela.
— Isso não está aberto para discussão.
Helena cerrou os punhos, mas sabia que discutir não a levaria a lugar algum.
Enquanto os homens se posicionavam, Lorenzo se aproximou dela.
— Fique perto de mim. Se algo der errado, não pense duas vezes antes de correr.
— E te deixar aqui? Não.
Ele segurou seu rosto com firmeza, os olhos intensos.
— Helena, isso não é um jogo. Se Salvatore realmente tem algo contra sua família, ele não hesitará em usá-la contra mim.
O coração dela disparou.
— Então termine isso rápido.
Lorenzo deu um sorriso de canto antes de se virar para seus homens.
— Vamos.
A entrada foi rápida e eficiente. Os guardas de Salvatore foram neutralizados em silêncio, e logo estavam dentro da mansão. O lugar era luxuoso, mas carregava uma sensação opressora, como se algo sombrio estivesse impregnado nas paredes.
Eles avançaram pelos corredores, até chegarem a uma grande sala decorada com móveis antigos e um bar repleto de garrafas de cristal. No centro do cômodo, sentado confortavelmente em uma poltrona, estava Roberto Salvatore.
— Ah, Lorenzo Ferraro — ele disse, erguendo um copo de uísque. — Eu já esperava por você.
Lorenzo não perdeu tempo.
— Onde está o pai dela?
Salvatore sorriu, cruzando as pernas.
— Sempre direto ao ponto. Mas antes, por que não nos sentamos? Vamos conversar como velhos amigos.
— Eu não sou seu amigo. Onde ele está?
Helena observava a troca, seu coração martelando.
— Seu pai foi um homem esperto — Salvatore continuou. — Mas também ganancioso. Ele achou que poderia me enganar e enganar Lorenzo ao mesmo tempo.
— Mentira — Helena cuspiu. — Meu pai nunca foi um traidor.
Salvatore riu, divertindo-se com a indignação dela.
— Tem certeza disso, querida? Ele não te contou o que fez? Como fugiu com dinheiro que não lhe pertencia?
Lorenzo avançou, agarrando Salvatore pela gola da camisa.
— Diga onde ele está. Agora.
Salvatore manteve o sorriso, apesar da ameaça.
— Se quiser encontrá-lo, terá que jogar conforme as minhas regras.
Helena sentiu um calafrio. Aquilo estava longe de terminar.
Salvatore soltou um riso baixo, ajeitando sua camisa amassada.
— Ah, Lorenzo, sempre tão impaciente. Você pode me matar agora, mas isso não trará o pai dela de volta.
Helena se aproximou, seu coração acelerado.
— O que quer dizer com isso? O que fez com ele?
Salvatore a encarou com um olhar enigmático antes de pegar uma pasta de dentro de uma gaveta. Ele a abriu e empurrou para o centro da mesa. Fotos, documentos e registros bancários se espalharam diante deles.
Lorenzo pegou uma das fotos. Nela, o pai de Helena estava ao lado de um homem que ele reconhecia bem: Enzo Moretti, um dos seus maiores inimigos.
— Isso não pode ser verdade — Helena murmurou, pegando a foto com mãos trêmulas.
— É a verdade que seu pai escondeu de você — Salvatore disse. — Ele não fugiu apenas com dinheiro. Ele vendeu informações sobre a família Ferraro. E agora, Enzo Moretti o quer morto tanto quanto Lorenzo.
Lorenzo respirou fundo, tentando controlar sua raiva.
— Onde ele está?
Salvatore cruzou os braços, um sorriso satisfeito nos lábios.
— Isso eu ainda não posso dizer. Mas se quiser encontrá-lo, terá que fazer algo por mim primeiro.
Lorenzo cerrou os punhos.
— Você está brincando com fogo, Salvatore.
— Sempre estive, Ferraro. A questão é: você está disposto a jogar?
Helena sentiu um arrepio. Seu pai estava vivo, mas a que custo? E até onde Lorenzo iria para encontrá-lo?
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Atualizado até capítulo 29
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