O Jogo de Sobrevivência

A casa segura estava silenciosa, mas o ar era carregado de tensão. Lorenzo estudava os mapas e documentos sobre a mesa, enquanto Marco verificava as armas e Chiara mantinha-se de guarda na janela. Helena sentia a pressão aumentar a cada segundo. Seu pai estava vivo, mas o preço para encontrá-lo poderia ser alto demais.

— Precisamos agir com cuidado — Lorenzo murmurou, apontando para um ponto no mapa. — Se Salvatore está nos dando essa informação, é porque ele acha que tem o controle da situação.

Helena cruzou os braços.

— Mas e se for a única chance de salvar meu pai?

Lorenzo a encarou, seus olhos escuros avaliando sua determinação.

— Você confia nele?

— Claro que não. Mas confio que ele quer algo em troca. Isso significa que meu pai ainda tem valor para ele.

Marco suspirou.

— Se formos atrás desse carregamento, corremos o risco de atrair a atenção de Moretti. Ele está esperando por um erro nosso.

Lorenzo assentiu.

— É por isso que precisamos nos antecipar. Vamos fingir que estamos jogando o jogo de Salvatore, mas vamos usar isso para encontrar o verdadeiro paradeiro do pai dela antes de entregar qualquer coisa.

Helena respirou fundo.

— E se tudo der errado?

Lorenzo pegou uma pistola e a colocou sobre a mesa.

— Então garantimos que sejamos os últimos a cair.

A Emboscada

A noite caiu, e o plano foi colocado em ação. Lorenzo levou apenas Marco e Chiara para o encontro. Helena queria ir, mas ele foi firme em sua decisão.

— É muito arriscado. Se algo der errado, quero que tenha uma chance de escapar.

Ela não gostava de se sentir deixada para trás, mas sabia que não havia como convencê-lo.

Os três seguiram para um antigo galpão nos arredores de Palermo, onde o carregamento estava supostamente guardado. Helena ficou na casa segura, acompanhando tudo por um rádio. Seu coração batia acelerado.

— Estamos no local — a voz de Lorenzo ecoou pelo comunicador.

— Veem algo suspeito? — Helena perguntou.

— Ainda não, mas algo parece errado. O lugar está vazio demais.

Um silêncio se instalou. Então, tiros ecoaram pelo rádio.

— Merda! É uma emboscada! — Marco gritou.

Helena ficou paralisada. O som dos disparos continuava, e ela não sabia o que fazer.

— Lorenzo! Está bem?

O rádio chiou antes da voz dele surgir.

— Estamos cercados! Fique onde está!

Helena sentiu seu coração apertar. Não podia apenas esperar. Pegou uma arma e saiu da casa segura, decidida a encontrá-los.

O Resgate

Helena dirigiu até o local, sentindo o medo subir por sua espinha. Quando chegou, encontrou o galpão em ruínas, os carros destruídos e corpos espalhados pelo chão. Sua respiração ficou presa.

— Lorenzo! — ela gritou, correndo pelo local.

Um gemido baixo chamou sua atenção. Marco estava encostado em uma parede, sangrando.

— Helena… saia daqui… é uma armadilha…

Antes que pudesse reagir, braços fortes a seguraram por trás. Ela tentou lutar, mas foi dominada facilmente. Quando olhou para cima, viu um homem de cabelos grisalhos e olhos cruéis sorrindo para ela.

— Bem-vinda ao verdadeiro jogo, senhorita Moretti.

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