O silêncio que se seguiu ao disparo foi ensurdecedor. Enzo Moretti caiu de joelhos, segurando o peito enquanto o sangue manchava sua camisa. Seus olhos, outrora cheios de arrogância, agora refletiam a inevitável derrota.
Lorenzo manteve a arma apontada para ele, sua respiração controlada, mas o olhar era de puro ódio.
— Isso é pelo que você fez à minha família. — Sua voz era baixa, perigosa.
Enzo tentou rir, mas sua força já o abandonava.
— Você acha que venceu, Ferraro? Sempre haverá outro para tomar meu lugar…
Um último suspiro e seu corpo tombou para o lado.
Helena sentiu as pernas fraquejarem. O alívio e o choque se misturavam dentro dela. Estava livre. Mas a que custo?
Lorenzo se virou para ela, seus olhos analisando-a rapidamente, certificando-se de que estava bem.
— Você está machucada?
Ela balançou a cabeça, incapaz de falar. Ele se aproximou, tocando seu rosto com delicadeza.
— Acabou, Helena.
Ela olhou ao redor. Os capangas de Enzo estavam no chão, os poucos sobreviventes fugindo em desespero. Marco e Chiara entraram no galpão, armas em punho, prontos para qualquer ameaça.
— Estamos limpos — Marco anunciou.
Lorenzo assentiu.
— Vamos sair daqui.
Ele puxou Helena pela mão, guiando-a para fora. O ar fresco da noite preencheu seus pulmões, e pela primeira vez em dias, ela sentiu que podia respirar.
A viagem de volta foi silenciosa. Helena olhava pela janela, tentando processar tudo o que havia acontecido. Seu pai ainda estava desaparecido, mas pelo menos Enzo Moretti não era mais uma ameaça.
Quando chegaram à mansão de Lorenzo, ele a levou até o escritório. Serviu um copo de uísque para si e encarou Helena.
— O que acontece agora? — ela perguntou.
Ele passou a mão pelos cabelos, suspirando.
— Agora encontramos seu pai. Mas desta vez, fazemos do meu jeito.
Helena assentiu. Sabia que a luta ainda não tinha terminado.
Mas, pela primeira vez, ela não estava sozinha.
Novas Sombras no Caminho
Os dias que se seguiram foram intensos. Lorenzo reuniu seus contatos e colocou seus homens à procura do paradeiro do pai de Helena. Cada pista os levava a becos sem saída, como se ele tivesse desaparecido no ar.
Helena não conseguia dormir. Sua mente revivia tudo o que aconteceu nos últimos dias. Ela olhou pela janela do quarto, observando a noite silenciosa. A presença de Lorenzo era reconfortante, mas algo dentro dela dizia que o perigo ainda não tinha acabado.
Na manhã seguinte, Marco entrou no escritório com um semblante sério.
— Conseguimos algo. Uma movimentação suspeita em um armazém abandonado nos arredores de Milão.
Lorenzo olhou para Helena.
— Pode ser ele.
Ela sentiu seu coração disparar. Finalmente, uma pista concreta.
— Quando partimos?
— Agora mesmo — Lorenzo respondeu, pegando sua arma.
A viagem para Milão foi tensa. Helena olhava pela janela, sentindo o peso do momento. Quando chegaram ao armazém, a tensão no ar era quase palpável.
— Fiquem atentos — Lorenzo ordenou enquanto avançavam para dentro do prédio escuro.
O cheiro de mofo e óleo queimado dominava o ambiente. O som de passos ecoava pelo espaço vazio. Então, uma voz quebrou o silêncio.
— Eu sabia que você viria, Ferraro.
Helena prendeu a respiração ao reconhecer a voz de seu pai.
Ele surgiu das sombras, mais magro e com marcas visíveis de cansaço. Mas seus olhos ainda estavam cheios de determinação.
— Pai… — Helena murmurou, emocionada.
Ele olhou para ela com surpresa e alívio.
— Helena, meu Deus… você está bem?
Lorenzo permaneceu em silêncio, seus olhos avaliando o homem à sua frente.
— Você tem muito o que explicar — ele disse, sua voz carregada de frieza.
O pai de Helena suspirou, passando a mão pelo rosto.
— Eu sei. Mas antes, temos que sair daqui. Não somos os únicos que estão me procurando.
Antes que pudessem reagir, tiros ecoaram pelo armazém. O pesadelo ainda não tinha acabado.
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Atualizado até capítulo 29
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