Capítulo 4 - O Estranho Gentil

Abri os olhos lentamente, piscando algumas vezes enquanto uma pontada aguda atravessava minha cabeça. A dor era intensa, pulsante, como se algo pressionasse meu crânio por dentro. Minha visão levou alguns instantes para se ajustar, até que finalmente consegui focar no teto de madeira rústica, com suas vigas levemente desgastadas pelo tempo.

    Soltei um suspiro trêmulo e levei a mão à cabeça, deslizando os dedos pelo couro cabeludo úmido de suor. Meu corpo inteiro latejava, cada músculo parecia protestar contra qualquer movimento.

    O que tinha acontecido?

    Tentei vasculhar minha memória, mas tudo parecia nebuloso, como se estivesse envolto em uma névoa densa. Fechei os olhos por um instante, respirando fundo, enquanto tentava organizar meus pensamentos.

    Decidi observar melhor ao meu redor, tentando entender onde estava. Logo à minha frente, próximo aos meus pés, havia uma lareira de pedras rústicas. As chamas ardiam baixas, crepitando suavemente, lançando sombras dançantes pelas paredes de madeira. O calor aconchegante contrastava com o frio que ainda parecia grudado na minha pele, trazendo uma estranha sensação de conforto.

    Ao redor da lareira, uma grande prateleira se erguia, abarrotada de livros e pergaminhos empilhados de forma desordenada, como se fossem constantemente manuseados. Alguns volumes pareciam antigos, com capas de couro desgastadas, enquanto outros tinham um aspecto mais recente.

    Ao meu lado, havia uma pequena mesa redonda, simples, mas bem trabalhada, com alguns objetos espalhados sobre ela. Do outro lado da mesa, uma poltrona vazia parecia ter sido ocupada recentemente, a almofada ainda levemente afundada.

    O ambiente exalava um ar acolhedor, mas também uma certa sensação de mistério. Quem morava ali? E, mais importante... quem havia me trazido até esse lugar? Isso não importava. Eu precisava sair dali.

    Respirei fundo e tentei me levantar de uma vez, ignorando a dor que latejava em cada músculo. No entanto, assim que me ergui, uma fisgada aguda atravessou minha costela, me obrigando a parar. Um gemido escapou dos meus lábios, mais alto do que eu gostaria, enquanto meu corpo protestava violentamente contra o movimento brusco.

    — Ei, ei, ei! — Uma voz masculina soou próxima, carregada de preocupação. — Você não deveria se levantar!

    Meus sentidos despertaram imediatamente. A presença de outra pessoa me fez prender a respiração por um instante. Me virei, ainda com dificuldade, tentando identificar de quem era aquela voz.

    Ao erguer o olhar para quem se aproximava, meus olhos se arregalaram. Ele tinha longos cabelos negros, presos de maneira despreocupada em um rabo de cavalo solto, com algumas mechas caindo sobre a testa e os olhos. Seu rosto era uma obra de contrastes marcantes—traços fortes e bem esculpidos, o nariz fino e reto, o queixo firme, conferindo-lhe uma expressão de determinação inabalável. Sua altura era imponente, facilmente alcançando 1,90 metros, e o corpo atlético parecia talhado para o movimento, carregando a elegância natural de quem domina cada centímetro de si.

    Mas foi seu olhar que me prendeu, como um ímã invisível. Havia algo ali, nas profundezas de suas íris escuras, que me fez hesitar por um instante. Era um abismo silencioso, um oceano de segredos não ditos, como se ele carregasse um universo inteiro por trás daquele olhar enigmático.

    Meu encantamento durou apenas um momento. Quando meus olhos pousaram em suas orelhas, notei que eram arredondadas. Um humano. O brilho de curiosidade em meu olhar se apagou instantaneamente, dando lugar a uma expressão fechada. Ele se sentou à mesa bem à minha frente, observando-me com uma expressão que parecia preocupação antes de finalmente perguntar:

    — Como você está?

    Por que ele queria saber? Meu instinto gritava que havia uma intenção oculta por trás de sua gentileza. Talvez estivesse apenas esperando que eu me recuperasse para me vender ou algo pior. Meus olhos vagaram rapidamente até seu cinto, onde uma adaga estava presa. Então, voltei a encará-lo. Ele ainda aguardava uma resposta.

    Respirei fundo. Em um movimento ágil, ignorando a dor que explodiu pelo meu corpo, arranquei a adaga de seu cinto e o empurrei ao chão, pressionando a lâmina contra seu pescoço. Ele arregalou os olhos, claramente surpreso com minha reação. Suas mãos se ergueram em um gesto de rendição. Mas eu não estava para brincadeiras. Se fosse preciso, eu o mataria.

    — Quem é você? E o que quer de mim? — Perguntei, minha voz carregada de ameaça.

    Para minha surpresa, ele soltou uma risada abafada.

    — Pelo visto, você já está bem melhor, não é?

    Cerrei os dentes, apertando a lâmina contra sua pele.

    — Responda.

    Ele ergueu levemente as sobrancelhas, como se achasse graça na situação.

    — Olha, acho que podemos conversar sem precisar de tanta violência. O que me diz?

    Me inclinei mais perto, meus olhos cravados nos dele. Pressionei ainda mais a adaga contra sua garganta.

    — Se não responder, eu te mato. Você está em desvantagem.

    Ele inclinou a cabeça de leve, um sorriso enigmático surgindo em seus lábios.

    — Na verdade... não sou eu quem está em desvantagem.

    Antes que eu pudesse reagir, ele tocou levemente minha costela com o indicador, acertando em cheio a área machucada. A dor explodiu pelo meu corpo como fogo. Um gemido escapou dos meus lábios quando minha força vacilou e a adaga escorregou dos meus dedos.

    Aproveitando-se do momento, ele se ergueu rapidamente e, com um movimento preciso, chutou a arma para longe. Caída no chão, eu tentava conter a dor, enquanto ele me encarava de cima, com um brilho divertido nos olhos.

    — E então, podemos conversar? — Ele cruzou os braços, a expressão serena, como se o que acabara de acontecer não passasse de uma mera brincadeira.

    Eu o encarei com a testa franzida, tentando decifrar seu olhar e suas intenções, mas ele era um enigma para mim. Seu rosto não denunciava nada, apenas aquela calma irritante.

    Ainda sem desviar os olhos dele, escorreguei meu corpo até me sentar no sofá, cada movimento arrancando um protesto de dor do meu corpo. Minha respiração estava pesada, e um leve zunido preenchia meus ouvidos, reflexo do esforço recente. Apoiando uma mão no peito, tentei recuperar o fôlego. Minha cabeça girava, mas eu me recusei a demonstrar qualquer sinal de fraqueza. Ele continuava ali, me observando, como se esperasse minha resposta. Apenas assenti, sem desviar o olhar dele. Ele relaxou os ombros, como se minha resposta silenciosa fosse suficiente, e então, com um tom despreocupado, disse:

    — Gosta de chá? Posso fazer para você.

    Sem esperar minha resposta, ele se virou e caminhou até o outro lado da casa, começando a mexer nas panelas com uma tranquilidade irritante. Ele realmente não me via como uma ameaça. Não sabia dizer se isso me enfurecia ou me surpreendia.

    Enquanto ele preparava o chá, minha mente trabalhava rapidamente, analisando cada detalhe do ambiente e suas possíveis rotas de fuga. No entanto, a dor ainda latejava em meu corpo, e eu sabia que não conseguiria ir muito longe naquele estado.

    Algum tempo depois, ele voltou, equilibrando uma bandeja de madeira com duas xícaras fumegantes. O aroma suave do chá preencheu o ambiente, aquecendo o ar frio da casa. Entre as xícaras, havia um pequeno prato com biscoitos de chocolate. Ele pousou a bandeja sobre a mesinha a minha frente e se acomodou na poltrona, me observando como se esperasse que eu desse o primeiro passo.

    Ainda hesitante, peguei a xícara, mantendo os olhos fixos nele. Levei o chá aos lábios e tomei um gole. O sabor era inesperado — refrescante e cítrico ao mesmo tempo, com um toque adocicado ao final. Estranhamente, era bom.

    Ele também não desviava o olhar de mim, estudando cada reação. O silêncio pairou entre nós até que ele o quebrou com uma pergunta direta:

    — Você é uma Elunari, não é?

    O pequeno susto com pergunta repentina me fez engasgar com o chá. Tossi algumas vezes, tentando recuperar o fôlego, enquanto o calor da bebida ainda ardia levemente em minha garganta. Assim que consegui me recompor, ergui o olhar e o encarei com a expressão fechada, os lábios pressionados em uma linha rígida, deixando claro que sua intromissão não havia passado despercebida.

    Porém não adiantaria mentir. As características da minha raça eram marcantes demais para passarem despercebidas, e eu tinha certeza de que ele já notara minhas asas.

    — Sou. — Respondi em um tom firme.

    Ele assentiu, como se confirmasse algo que já sabia.

    — Por que está tão longe de seu reino?

    Meus dedos apertaram a xícara, e desviei o olhar, focando no vapor que se dissipava lentamente da bebida quente.

    — Tudo bem, não precisa responder se não quiser. — Ele disse com calma.

    Levantei a cabeça e o encarei. Seu olhar sereno e carregado de preocupação me desconcertou. Era estranho ver um humano demonstrando tanta gentileza.

    — Quero que saiba que não vou te machucar. Está livre para ir a hora que quiser. Mas peço que fique pelo menos até se recuperar...

    Ele estava falando sério? Um estranho oferecendo abrigo sem pedir nada em troca? Qual é a desse humano?

    — Há quanto tempo está vagando sozinha?

    Hesitei por um momento, ponderando se deveria responder. Então, baixei a guarda, ainda que minimamente.

    — Três meses. — Murmurei.

    — É bastante tempo... Deve ter sido difícil. — Ele disse, com um tom de compreensão.

    As palavras dele ecoaram em minha mente, e por um momento fiquei em silêncio, olhando para a xícara, como se as respostas pudessem vir dali. A verdade era que ele estava certo — os Os últimos meses tinham sido um verdadeiro pesadelo. Enfrentei uma horda de goblins¹ sedentos por sangue, lutando até que meus braços latejassem de exaustão. Passei dias e noites vagando sem rumo, sem descanso, alimentando-me apenas do que conseguia caçar—quando a sorte permitia. E, como se não bastasse, fui caçada por saqueadores implacáveis, forçada a me esconder nas sombras, sempre um passo à frente, fugindo por dias a fio para não cair em suas mãos.

    Na cultura da minha raça, nunca se saía do reino sem uma razão. Um dos modos mais seguros era quando um Elunari fazia uma aliança com outro rei,  e ficava sob a proteção de sua terra. Ou quando precisávamos ir atrás de algo importante, ai saímos em grandes grupos. Fora isso, éramos caçados como animais. Cada pedaço de nós era valioso, uma mercadoria rara. Nossas asas, por exemplo, eram únicas. O material delas era o mais resistente de todas as terras de Alhures, mas ao mesmo tempo leve e delicado como uma seda. Um simples pedaço de asa podia valer uma fortuna. E não era só por seu valor material — elas também eram o centro de nossa magia, a fonte da nossa identidade. Sem elas, não éramos nada.

    — Posso saber o seu nome? — Ele perguntou, sua voz calma.

    — Sylwen. — Respondi baixinho.

    — Muito prazer, Sylwen. — Ele disse, fazendo uma leve reverência, que me pegou de surpresa.  — Meu nome é Dante.

    Um humano, demonstrando respeito por mim? Eu, uma Elunari. A cena era quase surreal. Meus olhos se arregalaram, completamente confusa. Ele realmente me tratava com uma consideração que eu não sabia como lidar. Ele percebeu minha expressão e sorriu suavemente, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando.

    Com calma, ele se levantou e caminhou até o meu lado. Sua presença era tranquila, mas não deixava de ser imponente. Ao se aproximar, ele afofou o travesseiro, fazendo um gesto que indicava que eu deveria encostar nele. Hesitei por um instante. Não estava acostumada com tanto cuidado, especialmente de alguém que, aparentemente, não tinha motivos para me tratar assim. Mas a gentileza me tocou de forma inesperada, e então aceitei.

    — Pode tomar seu chá tranquila, e comer os biscoitos. — Ele disse, sua voz suave  — Peço que também descanse. Eu vou subir para meu quarto.

    Fiquei ali por um momento, absorvendo suas palavras. O humano, Dante, estava realmente me oferecendo um refúgio. O simples gesto de acolhimento fez algo em mim se suavizar, como se, talvez, eu tivesse encontrado um pequeno pedaço de humanidade que não fosse ameaça.

    — Se precisar, pode me chamar. — Ele disse enquanto começava a subir as escadas, sua voz tranquila como sempre. — Boa noite!

    Fiquei ali, olhando para ele por um momento, ainda tentando decifrar o que estava acontecendo. Humanos, na minha experiência, eram cruéis, gananciosos, sempre esperando algo em troca, nunca dispostos a oferecer algo sem um preço. Mas Dante... ele parecia diferente. Ele estava sendo genuíno, e isso me deixava desconfortável, como se uma parte de mim não conseguisse aceitar essa gentileza inesperada.

    Depois de terminar o chá e saborear os biscoitos, me deitei. Apoiei a cabeça no travesseiro, sentindo o tecido macio contra a pele, e pela primeira vez em semanas, me permiti relaxar. Era estranho, quase surreal. Eu me sentia... segura. Em um lugar que não era o meu, com alguém que não fazia parte do meu mundo, mas ainda assim, uma sensação de alívio se espalhava por meu corpo.

    As lembranças dos últimos dias, das fugas, dos perigos, pareciam ficar mais distantes à medida que eu me entregava ao cansaço. Meu corpo, exausto e dolorido, finalmente cedeu ao sono profundo. E, pela primeira vez em muito tempo, eu não sonhava com perseguições ou ameaças. Apenas silêncio. E paz.

    Durante a madrugada, eu acordava de vez em quando, sentindo uma leve pressão sobre minha testa. Dedos frios estivessem tocando minha pele, embora eu estivesse fraca e cansada, meus sentidos estavam sempre alertas. Meu ouvido captava cada pequeno movimento ao redor, e eu ficava imóvel, sem querer revelar que estava acordada.

    Em um desses momentos, senti o toque suave e gelado de um pano sendo colocado sobre minha testa. A sensação foi imediata — o frio da toalha aliviou um pouco a temperatura extremamente quente que eu sentia. Foi um alívio momentâneo, que fez com que eu relaxasse, mesmo sem abrir os olhos. Dante não falava nada, apenas continuava sua vigilância silenciosa, cuidando de mim sem esperar reconhecimento.

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¹Goblins - Uma criatura pequena, com cerca de 1,2 metro de altura, pele esverdeada e dentes afiados que se sobressaem em sua boca. Conhecidos por sua natureza oportunista, esses seres são saqueadores habilidosos, frequentemente emboscando viajantes desavisados. Embora sejam individualmente fracos, raramente atacam sozinhos, preferindo agir em grandes grupos que podem chegar a duzentos indivíduos, tornando-se uma ameaça perigosa pelo número e pela agressividade.

Capítulos
1 Capítulo 1 - Decadência
2 Capítulo 2 - Azul, a Cor da Confusão
3 Capítulo 3 - Raças
4 Capítulo 4 - O Estranho Gentil
5 Capítulo 5 - Medo e Esperança
6 Capítulo 6 - Sentimentos
7 Capítulo 7 - Um refúgio Inesperado
8 Capítulo 8 - Um turbilhão de Incertezas
9 Capítulo 9 - Esperança
10 Capítulo 10 - Os Jogos.
11 Capítulo 11 - Planos
12 Capítulo 12 - O Atalho
13 Capítulo 13 - Atitudes
14 Capítulo 14 - Mudanças
15 Capitulo 15 - O Confidente.
16 Capítulo 16 - O Coração de Orinthar.
17 Capítulo 17 - O Reino de Elarian
18 Capítulo 18 - Uma Nova Ajuda.
19 Capítulo 19 - Confusão e Sentimentos.
20 Capítulo 20 - Asas
21 Capítulo 21 - A Biblioteca.
22 Capítulo 22 - Irmãos
23 Capítulo 23 - Flor de Fada
24 Capítulo 24 - Problemas
25 Capítulo 25 - A Visita.
26 Capítulo 26 - Dúvidas.
27 Capítulo 27 - Inimigos
28 Capítulo 28 - Entre Asas e Muralhas.
29 Capítulo 29 - O Convite.
30 Capítulo 30 - O Baile.
31 Capítulo 31 - Expectativas
32 Capítulo 32 - O Peso da Coroa.
33 Capítulo 33 - A Ausência
34 Capítulo 34 - Uma pequena pausa
35 Capítulo 35 - Confiança
36 Capítulo 36 - Por Aurelith
37 Capítulo 37 - Suspeitas
38 Capítulo 38 - Fúria e Dor.
39 Capítulo 39 - Luto
40 Capítulo 40 - A Culpa.
41 Capítulo 41 - A Prisioneira.
42 Capítulo 42 - Consequências
43 Capítulo 43 - A Última Proposta
44 Capítulo 44 - O Preço da Arrogância
45 Capítulo 45 - Emoção e Cuidado.
46 Capítulo 46 - Recuperação e Lembranças
47 Capítulo 47 - As Primeiras Rachaduras
48 Capítulo 48- Entre algodão-doce e o Fim do Mundo
49 Capítulo 49 - Quando o Silêncio Grita
50 Capítulo 50 - Promessa na Escuridão
51 Capítulo 51 - Porque Você Ficou
52 Capítulo 52 - Entre Panquecas e Pesquisas
53 Capítulo 53 - A Arma Rúnica.
54 Capítulo 54 - Coração no Controle.
55 Capítulo 55 - Conexão
56 Capítulo 56 - Certezas.
57 Capítulo 57- Detalhes e Revelações.
58 Capítulo 58 - Momento a Dois
59 Capítulo 59 - O Pedido
60 Capítulo 60 - Entre Sonhos e Realidade
61 Capítulo 61 - Dente-de-leão.
62 Capítulo 62 - No Fio da Promessa
Capítulos

Atualizado até capítulo 62

1
Capítulo 1 - Decadência
2
Capítulo 2 - Azul, a Cor da Confusão
3
Capítulo 3 - Raças
4
Capítulo 4 - O Estranho Gentil
5
Capítulo 5 - Medo e Esperança
6
Capítulo 6 - Sentimentos
7
Capítulo 7 - Um refúgio Inesperado
8
Capítulo 8 - Um turbilhão de Incertezas
9
Capítulo 9 - Esperança
10
Capítulo 10 - Os Jogos.
11
Capítulo 11 - Planos
12
Capítulo 12 - O Atalho
13
Capítulo 13 - Atitudes
14
Capítulo 14 - Mudanças
15
Capitulo 15 - O Confidente.
16
Capítulo 16 - O Coração de Orinthar.
17
Capítulo 17 - O Reino de Elarian
18
Capítulo 18 - Uma Nova Ajuda.
19
Capítulo 19 - Confusão e Sentimentos.
20
Capítulo 20 - Asas
21
Capítulo 21 - A Biblioteca.
22
Capítulo 22 - Irmãos
23
Capítulo 23 - Flor de Fada
24
Capítulo 24 - Problemas
25
Capítulo 25 - A Visita.
26
Capítulo 26 - Dúvidas.
27
Capítulo 27 - Inimigos
28
Capítulo 28 - Entre Asas e Muralhas.
29
Capítulo 29 - O Convite.
30
Capítulo 30 - O Baile.
31
Capítulo 31 - Expectativas
32
Capítulo 32 - O Peso da Coroa.
33
Capítulo 33 - A Ausência
34
Capítulo 34 - Uma pequena pausa
35
Capítulo 35 - Confiança
36
Capítulo 36 - Por Aurelith
37
Capítulo 37 - Suspeitas
38
Capítulo 38 - Fúria e Dor.
39
Capítulo 39 - Luto
40
Capítulo 40 - A Culpa.
41
Capítulo 41 - A Prisioneira.
42
Capítulo 42 - Consequências
43
Capítulo 43 - A Última Proposta
44
Capítulo 44 - O Preço da Arrogância
45
Capítulo 45 - Emoção e Cuidado.
46
Capítulo 46 - Recuperação e Lembranças
47
Capítulo 47 - As Primeiras Rachaduras
48
Capítulo 48- Entre algodão-doce e o Fim do Mundo
49
Capítulo 49 - Quando o Silêncio Grita
50
Capítulo 50 - Promessa na Escuridão
51
Capítulo 51 - Porque Você Ficou
52
Capítulo 52 - Entre Panquecas e Pesquisas
53
Capítulo 53 - A Arma Rúnica.
54
Capítulo 54 - Coração no Controle.
55
Capítulo 55 - Conexão
56
Capítulo 56 - Certezas.
57
Capítulo 57- Detalhes e Revelações.
58
Capítulo 58 - Momento a Dois
59
Capítulo 59 - O Pedido
60
Capítulo 60 - Entre Sonhos e Realidade
61
Capítulo 61 - Dente-de-leão.
62
Capítulo 62 - No Fio da Promessa

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