Capítulo 11 - Planos

Dante estava recostado em sua poltrona, os olhos fixos em um ponto distante, enquanto segurava o queixo com uma das mãos. Seu semblante refletia concentração absoluta. Soltando um leve suspiro, ele quebrou o silêncio:

    — Muito bem... — começou, sua voz carregada de reflexão. — Quando buscamos uma cura, primeiro analisamos os sintomas, depois investigamos o histórico. Só assim podemos definir um ponto de partida.

    Ele fez uma breve pausa, inclinando-se levemente para a frente.

    — Sendo uma árvore, as causas podem ser diversas. Precisamos considerar todas as possibilidades.

    Ele me lançou um olhar sério, os olhos estreitados em concentração, e perguntou com a voz firme:

    — Quais eram os sintomas?

    Desviei o olhar, esforçando-me para gravar cada detalhe na memória.

    — Havia uma rachadura profunda na superfície, e dela escorria uma seiva espessa, de um vermelho vibrante. O cheiro era intenso, metálico e levemente enjoativo, como se a essência daquela coisa estivesse apodrecendo de dentro para fora…

    Dante manteve-se em silêncio por um momento, absorvendo as informações. Então, inclinou-se levemente para mim, a expressão ainda mais atenta.

    — Havia mais algum detalhe?

    Franzi a testa, tentando recordar algo que pudesse ter passado despercebido. Por um instante, a resposta me escapava, mas então um detalhe surgiu em minha mente como um estalo.

    — Eu não consegui ver com clareza... — comecei hesitante, mas logo minha voz ganhou convicção. — Mas tenho quase certeza de que, por dentro da rachadura, a árvore parecia estar completamente podre.

    Dante arregalou os olhos levemente antes de afirmar com um tom firme e definitivo:

    — Então isso significa que algo a atingiu de dentro para fora!

    — Com certeza foi alguém de dentro do reino. Ninguém além dos Elunaris tem acesso à árvore.

    Dante cruzou os braços e inclinou a cabeça levemente para o lado, refletindo.

    — Mas é uma árvore gigante, certo?

    Assenti de imediato.

    — Sim! Mas o que isso tem a ver?

    Ele estreitou os olhos, sua expressão ficando ainda mais séria.

    — As raízes dela ultrapassam os limites do reino?

    Balancei a cabeça negativamente antes de responder com firmeza:

    — Não. Temos guardas vigiando as fronteiras do reino vinte e quatro horas por dia. Nada entra ou sai sem ser notado.

    Dante continuou pensativo por um momento, depois levantou o olhar para mim.

    — E quanto a regá-la?

    Franzi a testa, confusa.

    — Regar?

    — Sim. Quem é responsável por regar a árvore?

    Soltei uma risada abafada, sem conseguir evitar. Dante arqueou uma sobrancelha.

    — O que foi? Falei alguma besteira?

    Respirei fundo antes de responder, ainda com um leve sorriso no rosto.

    — Orinthar não é uma árvore comum. Ele é mágico, quase um deus sobre a terra. Não precisa de cuidados como uma planta normal, nem é afetado por pragas.

    Dante piscou algumas vezes e, em seguida, soltou um suspiro, curvando os lábios em um sorriso torto.

    — Ok, Ok, entendi... Foi uma pergunta sem sentido mesmo.

    Soltei uma risada ao ver a reação de Dante. Ele realmente levava a sério cada detalhe.

    — Então se não é afetado por pragas só pode realmente ser um veneno.

    — Achei que já sabíamos disso!

    — Você disse que foi acusada de envenenar a árvore, mas eu não podia descartar a possibilidade de ser apenas uma doença.

    Balancei a cabeça em negação antes de responder:

    — Orinthar nunca adoeceu, e isso em séculos de existência... Eu voava ao redor da árvore todas as noites, e jamais vi algo assim.

    Dante franziu o cenho.

    — Você voava ao redor dela?

    — Sim, era como se fosse um boa noite...

    Ele ficou em silêncio por um instante, refletindo, antes de murmurar:

    — Então, na noite anterior, você não notou nada incomum?

    — Não! — Respondi com firmeza.

    Dante apertou os lábios, pensativo.

    — Isso significa que só pode ter sido um veneno de ação rápida... O que já reduz bastante a lista de pesquisa. Mas pelos sintomas e pelo tempo... é um veneno feito para matar aos poucos...

    Senti um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras.

    — Isso é horrível... — murmurei, desviando o olhar. — Eu não entendo. Por que alguém faria isso? Por que matar Orinthar?

    Dante me observou por alguns instantes em silêncio. Eu tentei disfarçar a tristeza que se refletia no meu rosto, mas ele percebeu.

    — Realmente, é uma questão complicada, Céu, mas precisamos focar na cura, não no culpado… pelo menos por enquanto.

    Encarei Dante por um momento, absorvendo suas palavras. Eu sabia que ele estava certo, mesmo que a frustração queimasse dentro de mim. Fechei os olhos por um instante, inspirando profundamente, antes de abrir novamente e afirmar com firmeza:

    — Você tem razão.

    Dante soltou um suspiro aliviado, então disse:

    — Já temos os sintomas. Agora, preciso entender melhor a história de Orinthar.

    Respirei fundo antes de responder.

    — Bem... Há dois mil anos, nas terras de Alhures, existia um dragão muito sábio e corajoso. Embora ele não falasse, suas ações diziam mais do que mil palavras. A lenda conta que suas escamas eram douradas como ouro, e, dependendo da luz, assumiam tons avermelhados ou alaranjados, como o fogo ao entardecer. Seu nome era Pollux...

    — Espera... A Lenda de Pollux?

    Dante me olhava com um brilho diferente nos olhos, algo raro de se ver.

    — Você a conhece? — Perguntei, surpresa.

    Ele assentiu com um sorriso de canto.

    — Claro! Tenho um livro aqui em casa que conta essa lenda. Mas continue, quero ver se o que escreveram é realmente próximo da realidade.

    Ri baixinho ao ver seu entusiasmo repentino. Era raro vê-lo assim, tão genuinamente interessado.

    — Muito bem... — continuei, recompondo-me. — Dizem que um dia um grande mal caiu sobre as terras de Alhures. Sombras antigas e famintas começaram a se espalhar, consumindo a vida, drenando a magia e apagando qualquer resquício de esperança. O mundo estava à beira do fim.

    Dante se inclinou ligeiramente para a frente, atento a cada palavra.

    — Então, em um ato de coragem suprema, Pollux arrancou o próprio coração e o plantou na terra. Foi seu sacrifício que libertou o mundo das trevas. E, no exato lugar onde seu coração foi semeado, nasceu Orinthar.

    Houve um breve silêncio antes que eu continuasse, como se as palavras carregassem um peso sagrado.

    — Com o passar dos séculos, a árvore cresceu, tornando-se cada vez mais majestosa, poderosa e sábia. E então, um dia, aconteceu algo extraordinário: o primeiro Elunari nasceu. A lenda diz que ele surgiu do próprio tronco de Orinthar. E assim, desde o início da nossa existência, juramos protegê-lo, pois Orinthar nos guarda... e nós guardamos Orinthar.

    Dante cruzou os braços e se recostou na poltrona, deixando escapar um suspiro pensativo. Fechou os olhos por um instante, absorvendo cada detalhe da história, antes de murmurar:

    — Contada por você, essa história é muito mais bonita... No livro, essa parte sobre Orinthar não está.

      Sorri de leve.

    — Agora entende por que os Elunaris não gostam de ser chamados de fadas?

    Ele abriu os olhos e me lançou um olhar sério.

    — Não somos fadas — continuei, mantendo meu tom firme. — Em nossas veias corre o sangue e a magia de um dragão. Somos dracônicos.

    Dante ficou em silêncio por um momento, me encarando com uma expressão de puro espanto. Seu queixo caiu levemente, como se as peças de um quebra-cabeça finalmente se encaixassem em sua mente.

    — Faz todo sentido... — murmurou, ainda assimilando a revelação.

    — E então? — Perguntei, cruzando os braços. — Tem alguma ideia do que pode ser?

    Dante franziu a testa, pensativo, antes de responder.

    — Possivelmente... Um veneno que afetou o coração da árvore... um veneno forte o suficiente para matar dragões. É a única coisa que me vem à mente, mas... não conheço muito sobre isso.

    — Bem... já é um começo.

    Ele soltou um longo suspiro e disse:

    — Infelizmente, meu acervo de livros não é tão completo. Acho que tenho pouca coisa sobre venenos.

    Fiquei em silêncio por um instante, tentando pensar em outra fonte de informação. Então, como um estalo, uma lembrança veio à tona.

    — Já sei onde posso encontrar mais informações! — Exclamei, minha voz carregada de determinação. — Tenho uma amiga... Há anos, ela se afiliou a um reino distante e hoje auxilia o rei de Elarian. O nome dela é Lyssia. Tenho certeza de que ela pode me ajudar com isso!

    Dante me olhou com seriedade, sua expressão cautelosa.

    — É uma viagem longa até o reino de Elarian — disse ele, a voz carregada de preocupação.

    — Eu sei — respondi, sustentando seu olhar. — Mas é o único jeito.

    Dante se levantou de súbito, a expressão resoluta.

    — Certo. Vou preparar tudo para irmos.

    Antes que ele pudesse dar um passo, segurei seu pulso firmemente.

    — Não. — Minha voz saiu firme, mas havia um tom suave por trás das palavras. — Só eu vou.

    Ele franziu o cenho, confuso, mas antes que protestasse, continuei:

    — Entenda, já te envolvi demais nisso. Não quero que acabe tendo problemas por minha causa.

    Por um momento, ele apenas me encarou. Vi sua postura se desfazer aos poucos, os ombros relaxando em um gesto resignado. No fundo, nem eu mesma compreendia completamente por que queria tanto protegê-lo disso. Mas havia algo dentro de mim, um instinto que me dizia que ele deveria ficar bem. Depois de alguns instantes de silêncio, Dante suspirou e assentiu lentamente. Não era uma aceitação, mas ele respeitava minha decisão.

•      •      •

A tarde passou rápido enquanto estava organizando tudo para, na manhã seguinte, seguir viajem. Eu já estava completamente recuperada, e me sentia mais forte. Em um mês, Dante me proporcionou um refúgio seguro, cuidou de mim quando eu mais precisei, mas agora era hora de cada um seguir seu próprio destino.

    Dante permaneceu em silêncio enquanto separava alguns mantimentos. Seus movimentos eram precisos, mas havia algo na sua postura — um peso invisível que o fazia parecer mais contido. Por fim, ele ergueu o olhar e disse, com a voz calma, porém distante:

    — Tem uma espada no celeiro. Se quiser levá-la, acho bom que tenha uma defesa.

    Cruzei os braços, arqueando a sobrancelha.

    — E como sabe que sei usar uma espada?

    Ele deu de ombros, um pequeno sorriso quase imperceptível surgindo em seus lábios.

    — Você manuseia bem uma adaga… Só foi um palpite.

    A melancolia em sua voz era palpável, mas eu apenas assenti antes de me virar em direção ao quintal. O celeiro ficava nos fundos da casa, uma construção de madeira clara que parecia resistente. Assim que me aproximei, notei os detalhes do espaço: em um dos lados, havia uma fornalha acesa com fogo baixo, provavelmente para manter o ambiente aquecido para Maré. Logo ao lado uma bigorna, com marcas de fuligem e cinzas antigas ao redor. Próximo dali, uma tina vazia descansava ao lado de vários martelos de diferentes tamanhos, limas e outros utensílios de ferraria. Na prateleira, potes de vidro guardavam substâncias que eu não soube identificar, algumas com cores estranhas, outras opacas como pó de ferro.

    Do outro lado do celeiro, um amontoado de feno cobria parte do chão, e ao lado dele, um cocho transbordava com água limpa. Foi então que meus olhos encontraram Maré. A égua estava ali, imóvel, suas orelhas se movendo levemente ao me notar. Seus olhos escuros me observavam com inteligência, como se entendessem exatamente o que estava acontecendo.

    Me aproximei e deslizei a mão suavemente pelo focinho macio de Maré. Ela bufou baixinho, inclinando a cabeça em minha direção, como se entendesse que aquele era um momento de despedida. Com um suspiro, comecei a vasculhar o celeiro, procurando pela tal espada. Meus olhos percorriam o ambiente quando um som familiar cortou o silêncio. Minhas costas se retesaram instantaneamente, e, ao me virar, meu coração quase parou.

    Ali, pousado com sua imponência inconfundível, estava Drakion.

    O alívio me atingiu como uma onda irresistível, e, sem pensar duas vezes, corri até ele, envolvendo-o em um abraço apertado. O calor de seus braços ao me envolverem de volta dissipou qualquer dúvida ou hesitação que eu pudesse ter. Quando nos afastamos, as palavras escaparam de meus lábios em uma enxurrada desenfreada:

    — Como me achou? O que está fazendo aqui? Quanto tempo… Você está bem?

    Drakion arqueou uma sobrancelha, uma risada escapando de seus lábios antes de responder com a tranquilidade de sempre:

    — Calma! Uma pergunta de cada vez.

    — Desculpe… — murmurei, sem conseguir conter um sorriso. — Mas eu realmente não esperava ver você!

    Ele cruzou os braços e, com um brilho misterioso nos olhos, revelou:

    — Bem… fui nomeado líder de um grupo de soldados. Um dos grupos encarregados de caçar você.

    Meu corpo enrijeceu, e dei um passo instintivo para trás, o sangue gelando em minhas veias.

    Drakion ergueu as mãos rapidamente, num gesto apaziguador.

    — Ei, calma, Syl! Se depender de mim, nenhum guarda jamais vai te encontrar.

    Eu o encarei, ainda hesitante, e ele prosseguiu, sua voz baixa, mas firme:

    — Malrik mencionou que tinha te visto por essa região, então mandei os soldados para o lado oposto, alegando que eu mesmo verificaria essa área.

    Seus olhos encontraram os meus, intensos. Ele estava arriscando muito por mim? A pergunta ecoou em minha mente, inquietante.

    — Sabe que é perigoso vagar sozinho, Drakion. — Quebrei o silêncio, tentando ignorar o aperto incômodo em meu peito.

    Ele deu um meio sorriso, aquele sorriso confiante e despreocupado que eu conhecia tão bem.

    — Fique tranquila, Syl. Nessa época do ano, é mais difícil os humanos ficarem vagando por aí.

    Seus passos foram silenciosos quando se aproximou. Antes que eu pudesse reagir, sua mão envolveu a minha, quente e firme.

    — Como você está?

    Hesitei por um instante, mas não fazia sentido mentir.

    — Bem… na medida do possível.

    Drakion estreitou os olhos, avaliando-me com aquele olhar perspicaz.

    — É verdade o que Malrik disse? Você realmente aceitou a ajuda de um humano?

    Desviei o olhar, ponderando como responder.

    — Eu não tive muita escolha… — murmurei, soltando o ar devagar. — Mas… amanhã cedo, vou partir para Elarian.

    Ele franziu a testa.

    — Fazer o quê lá?

    Encarei-o com determinação.

    — Encontrar uma cura para Orinthar. Então, provar minha inocência.

    Um silêncio pesado se instalou entre nós. Drakion me observou por um longo momento antes de inclinar levemente a cabeça.

    — Então realmente não foi você…

    Soltei suas mãos de imediato, recuando um passo, incrédula.

    — Claro que não fui eu! Achei que já soubesse disso!

    Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos, visivelmente desconfortável.

    — Desculpe, Syl. Eu não tinha certeza… Mas fico feliz que realmente não tenha sido você.

    A indignação queimou dentro de mim, e minhas palavras saíram carregadas de frustração.

    — Drakion… Nos conhecemos desde crianças! Você acha mesmo que eu envenenaria Orinthar? Você nem sequer deveria ter dúvidas sobre isso!

    Drakion deu um passo à frente, sua expressão suavizando.

    — Você tem razão… — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. — Eu jamais deveria ter desconfiado de você.

    Mantive o olhar fixo em algum ponto indefinido ao lado dele, recusando-me a encará-lo diretamente. Mas Drakion não aceitou minha evasão. Com delicadeza, segurou meu queixo entre os dedos, guiando meu rosto até que nossos olhares se encontrassem.

    — Me perdoe, Syl. — Sua voz era doce, carregada de arrependimento genuíno.

    Minha garganta se apertou. Eu sabia que ele não queria me ferir, mas suas dúvidas ainda ardiam dentro de mim. Respirei fundo, pronta para responder, quando uma voz grave rompeu o momento.

    — Achou a espada...

    O som veio da entrada do celeiro e ao me virar, encontrei Dante parado ali. Mas sua frase ficou inacabada. Seu olhar deslizou de mim para Drakion, e a confusão rapidamente se transformou em algo mais intenso. Sua postura ficou rígida, os olhos atentos, avaliando o homem ao meu lado como se estivesse diante de uma ameaça.

    Antes que eu pudesse dizer algo, Drakion esticou o braço com rapidez e invocou sua Flamberge¹  que apareceu em sua mão com um brilho suave, refletindo a luz tênue do celeiro. Ele a apontou para Dante, colocando-se entre nós com uma postura protetora. Instintivamente, coloquei a mão sobre o ombro de Drakion.

    — Calma, Drakion! — minha voz saiu urgente, mas firme. — Esse é Dante… ele quem me ajudou.

    Drakion hesitou, os olhos ainda fixos em Dante, mas eu consegui fazer com que ele relaxasse, mesmo que levemente. Então me virei para Dante, que nos observava com uma mistura de curiosidade e cautela.

    — Dante, esse é Drakion, um amigo antigo.

    Dante arqueou uma sobrancelha, claramente cético.

    — Amigo? — Ele repetiu, com um sorriso sarcástico que não conseguiu esconder a desconfiança.

    Drakion não hesitou. Estufou o peito, como se fosse o maior feito de sua vida.

    — Não, um amigo qualquer. O melhor amigo! — Ele disse com uma voz cheia de orgulho.

    Dante me olhou, mais desconfiado do que nunca.

    — Sei… — Ele murmurou, cruzando os braços e lançando um olhar calculista para Drakion. — Por acaso eu atrapalhei alguma coisa?

    — Atrapalhou alguma coisa? Você nunca atrapalha, Dante! — Respondi com uma voz suave.

    Drakion me olhou boquiaberto, como se não estivesse acreditando no que acabara de ouvir. Ele coçou a cabeça, um sorriso confuso se formando, e então ele abaixou a mão e sua flamberge sumiu tão rápido quanto apareceu.

    — Bem… acho melhor eu ir, antes que os soldados venham me procurar. — Ele disse, virando-se para a saída do celeiro.

    Drakion parou ao lado de Dante, sua expressão se tornando mais séria e ameaçadora.

    — Se você fizer mal a ela, eu juro que caço até no inferno! — A voz dele era grave.

    Dante não teve tempo para responder. Drakion alçou voo sem mais palavras, suas asas cortando o ar com a mesma destreza de sempre. Ele se afastou rapidamente, mergulhando na escuridão do céu.

    Eu ainda tentava processar o que tinha acontecido, toda essa tensão era diferente, Dante apenas me olhou e aponto para o fundo do celeiro. Rapidamente me virei e peguei a espada que se encontrava lá, ela era mais pesada das que eu estava acostumada, mas teria que servir. Então escutei a voz de Dante meio baixa.

    — Amigos? — Seu tom carregado de algo que não consegui decifrar de imediato.

    — Somente amigos. — Respondi sem hesitar.

    Ele coçou a cabeça, desviando o olhar por um instante antes de murmurar um breve:

    — Hum.

    A pausa que se seguiu pareceu mais longa do que realmente era. Então, ele respirou fundo e apontou com a cabeça em direção à casa.

    — Vamos para dentro, está frio aqui fora.

    Assenti, ainda intrigada com sua reação. Saímos do celeiro em silêncio, caminhando lado a lado. Conforme contornávamos a casa, minha mente ainda trabalhava para entender o que havia acontecido.

    Que confusão foi essa? 

    Dante continuava quieto ao meu lado, e mesmo sem olhar diretamente para ele, eu podia sentir sua presença firme, seu jeito contido, como se estivesse segurando palavras que não queria dizer.

——————————————————

¹ Flamberge : Uma espada com a lamina ondulada.

Mais populares

Comments

Gaby G.B.R.

Gaby G.B.R.

Essa treta foi boa hein kkkk

2025-03-29

1

Ver todos
Capítulos
1 Capítulo 8 - Um turbilhão de Incertezas
2 Capítulo 9 - Esperança
3 Capítulo 10 - Os Jogos.
4 Capítulo 11 - Planos
5 Capítulo 12 - O Atalho
6 Capítulo 13 - Atitudes
7 Capítulo 14 - Mudanças
8 Capitulo 15 - O Confidente.
9 Capítulo 16 - O Coração de Orinthar.
10 Capítulo 17 - O Reino de Elarian
11 Capítulo 18 - Uma Nova Ajuda.
12 Capítulo 19 - Confusão e Sentimentos.
13 Capítulo 21 - A Biblioteca.
14 Capítulo 22 - Irmãos
15 Capítulo 23 - Flor de Fada
16 Capítulo 24 - Problemas
17 Capítulo 25 - A Visita.
18 Capítulo 26 - Dúvidas.
19 Capítulo 27 - Inimigos
20 Capítulo 28 - Entre Asas e Muralhas.
21 Capítulo 29 - O Convite.
22 Capítulo 30 - O Baile.
23 Capítulo 31 - Expectativas
24 Capítulo 32 - O Peso da Coroa.
25 Capítulo 33 - A Ausência
26 Capítulo 34 - Uma pequena pausa
27 Capítulo 35 - Confiança
28 Capítulo 36 - Por Aurelith
29 Capítulo 37 - Suspeitas
30 Capítulo 38 - Fúria e Dor.
31 Capítulo 39 - Luto
32 Capítulo 40 - A Culpa.
33 Capítulo 41 - A Prisioneira.
34 Capítulo 42 - Consequências
35 Capítulo 43 - A Última Proposta
36 Capítulo 44 - O Preço da Arrogância
37 Capítulo 45 - Emoção e Cuidado.
38 Capítulo 46 - Recuperação e Lembranças
39 Capítulo 47 - As Primeiras Rachaduras
40 Capítulo 48- Entre algodão-doce e o Fim do Mundo
41 Capítulo 49 - Quando o Silêncio Grita
42 Capítulo 50 - Promessa na Escuridão
43 Capítulo 51 - Porque Você Ficou
44 Capítulo 52 - Entre Panquecas e Pesquisas
45 Capítulo 53 - A Arma Rúnica.
46 Capítulo 54 - Coração no Controle.
47 Capítulo 55 - Conexão
48 Capítulo 56 - Certezas.
49 Capítulo 57- Detalhes e Revelações.
50 Capítulo 58 - Momento a Dois
51 Capítulo 59 - O Pedido
52 Capítulo 60 - Entre Sonhos e Realidade
53 Capítulo 64 - O Inimigo do meu Inimigo.
54 Capítulo 65 - Parceria
55 Capítulo 66 - A Escolhida.
Capítulos

Atualizado até capítulo 55

1
Capítulo 8 - Um turbilhão de Incertezas
2
Capítulo 9 - Esperança
3
Capítulo 10 - Os Jogos.
4
Capítulo 11 - Planos
5
Capítulo 12 - O Atalho
6
Capítulo 13 - Atitudes
7
Capítulo 14 - Mudanças
8
Capitulo 15 - O Confidente.
9
Capítulo 16 - O Coração de Orinthar.
10
Capítulo 17 - O Reino de Elarian
11
Capítulo 18 - Uma Nova Ajuda.
12
Capítulo 19 - Confusão e Sentimentos.
13
Capítulo 21 - A Biblioteca.
14
Capítulo 22 - Irmãos
15
Capítulo 23 - Flor de Fada
16
Capítulo 24 - Problemas
17
Capítulo 25 - A Visita.
18
Capítulo 26 - Dúvidas.
19
Capítulo 27 - Inimigos
20
Capítulo 28 - Entre Asas e Muralhas.
21
Capítulo 29 - O Convite.
22
Capítulo 30 - O Baile.
23
Capítulo 31 - Expectativas
24
Capítulo 32 - O Peso da Coroa.
25
Capítulo 33 - A Ausência
26
Capítulo 34 - Uma pequena pausa
27
Capítulo 35 - Confiança
28
Capítulo 36 - Por Aurelith
29
Capítulo 37 - Suspeitas
30
Capítulo 38 - Fúria e Dor.
31
Capítulo 39 - Luto
32
Capítulo 40 - A Culpa.
33
Capítulo 41 - A Prisioneira.
34
Capítulo 42 - Consequências
35
Capítulo 43 - A Última Proposta
36
Capítulo 44 - O Preço da Arrogância
37
Capítulo 45 - Emoção e Cuidado.
38
Capítulo 46 - Recuperação e Lembranças
39
Capítulo 47 - As Primeiras Rachaduras
40
Capítulo 48- Entre algodão-doce e o Fim do Mundo
41
Capítulo 49 - Quando o Silêncio Grita
42
Capítulo 50 - Promessa na Escuridão
43
Capítulo 51 - Porque Você Ficou
44
Capítulo 52 - Entre Panquecas e Pesquisas
45
Capítulo 53 - A Arma Rúnica.
46
Capítulo 54 - Coração no Controle.
47
Capítulo 55 - Conexão
48
Capítulo 56 - Certezas.
49
Capítulo 57- Detalhes e Revelações.
50
Capítulo 58 - Momento a Dois
51
Capítulo 59 - O Pedido
52
Capítulo 60 - Entre Sonhos e Realidade
53
Capítulo 64 - O Inimigo do meu Inimigo.
54
Capítulo 65 - Parceria
55
Capítulo 66 - A Escolhida.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!