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Capítulo 10 – Submissão e Rebeldia

O quarto de Kael era um verdadeiro palácio dentro do palácio. Lustres de ouro pendiam do teto abobadado, refletindo a luz bruxuleante das tochas que ardiam contra as paredes de pedra ornamentadas. Tapetes persas cobriam o chão, suas tramas ricas e vibrantes contrastando com os lençóis de seda negra que envolviam a imponente cama real. O aroma de incenso e especiarias misturava-se ao perfume sutil de jasmim e âmbar que Sariah exalava, tornando o ar pesado, intoxicante.

Ela estava ali, como ele ordenara, mas não como uma mulher submissa.

Sariah permanecia de pé, junto à grande janela de sacada, observando a escuridão da noite. A brisa leve agitava seus longos cabelos negros e o véu fino que ainda cobria parte de seu rosto. O vestido vermelho, o mesmo que usara para a dança do ventre, grudava-se ao seu corpo, delineando cada curva proibida, cada tentação.

Mas não era apenas sua beleza que desafiava.

Era sua postura.

Seu silêncio carregado de significados.

Ela sabia o que havia feito naquela noite. Sabia que desafiara Kael diante de todos, que atiçara seu desejo e sua fúria. Mas não sentia medo.

Sentia poder.

A porta atrás dela se fechou com um baque seco.

Ela não precisou se virar para saber que ele estava ali.

Podia sentir sua presença.

Pesada.

Quente.

Dominante.

O ar do aposento mudou, tornando-se carregado de eletricidade.

Kael avançou lentamente, seus passos firmes ecoando no chão de mármore. Ele a observava com olhos de tempestade, os mesmos olhos cinzentos que a devoraram durante a dança, que prometeram consequências para sua ousadia.

— Você brinca com fogo, Sariah. — A voz dele soou baixa, quase um ronronar sombrio, repleto de ameaça velada.

Sariah sorriu, ainda sem olhá-lo diretamente.

— E você gosta disso.

Houve um instante de silêncio carregado, denso como a noite lá fora.

Então, em um movimento rápido e preciso, Kael girou seu corpo para encará-lo.

Ela arfou ao se ver subitamente presa entre o mármore frio da parede e o calor abrasador do corpo dele.

Kael a segurava firme, uma mão em sua cintura, a outra deslizando até sua nuca, mantendo-a exatamente onde queria. Seus olhos estavam escuros, seu maxilar travado.

— Você acha que pode me desafiar, dançar para mim na frente de todos e sair impune? — Sua voz era um sussurro cortante.

Sariah ergueu o queixo, os olhos faiscando de desafio.

— Se eu fosse apenas mais uma concubina, você não estaria aqui agora, me ameaçando. Estaria com sua esposa.

Os dedos de Kael apertaram sua cintura, puxando-a para mais perto.

— Não fale dela.

Sariah riu suavemente, uma risada carregada de algo perigoso.

— Por quê? A verdade incomoda?

Kael estreitou os olhos, e por um breve momento, Sariah soube que havia tocado em um ponto sensível.

Mas ela não recuou.

Ele podia ser o príncipe, o homem que governava exércitos e decidia destinos com uma única palavra. Mas ali, naquele quarto, ela queria ver até onde podia dobrá-lo.

Queria ver até que ponto sua obsessão por ela o consumia.

Kael deslizou a mão pela lateral de seu corpo, dos quadris até a curva do seio, sem tocá-lo de fato—apenas deixando a promessa do toque.

Sariah sentiu seu corpo arrepiar.

Ele baixou a cabeça, os lábios roçando sua orelha, sua respiração quente contra sua pele.

— Você quer testar meus limites, Sariah?

Ela ergueu as mãos, deslizando os dedos pela túnica dele, sentindo a rigidez dos músculos sob o tecido.

— Quero saber até onde você pode ir.

Kael soltou uma risada baixa e perigosa.

— Você não sabe o que está pedindo.

E então, sem mais avisos, ele a beijou.

Não foi um beijo delicado.

Foi um choque de desejo e raiva, de posse e rendição.

As mãos dele exploraram seu corpo sem hesitação, marcando território. Ele a puxou ainda mais contra si, fazendo-a sentir o quão desperto ele estava para ela.

Sariah gemeu suavemente contra sua boca, o som atiçando ainda mais a fome de Kael.

Mas ela não se entregaria fácil.

Com um movimento rápido, empurrou-o pelo peito, afastando-se por um instante.

Os olhos dele brilharam de surpresa e diversão.

— Você realmente quer me provocar, não é?

Ela sorriu, inclinando a cabeça de lado.

— Se você quer me punir, Kael… então faça direito.

Kael a olhou por um momento, como se ponderasse suas palavras.

E então, com um movimento rápido, a pegou nos braços.

Sariah arquejou, segurando-se nos ombros dele enquanto era carregada até a imensa cama de seda negra.

Ele a deitou ali, pairando sobre ela, sua respiração pesada, seu olhar selvagem.

— Vou ensinar você a não brincar com um homem como eu.

E, naquela noite, Sariah finalmente entenderia o verdadeiro significado da palavra submissão—e prazer.

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