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Capítulo 7 – A Ira de um Príncipe

O som de passos firmes ecoava pelos corredores do palácio. Kael atravessava os salões com um semblante sombrio, cada fibra de seu corpo carregada de fúria contida.

Ele havia acabado de saber sobre o encontro entre Elira e Sariah. E o que mais o irritava não era o fato de sua esposa ter confrontado sua concubina—isso era esperado—mas sim que Sariah não havia ido procurá-lo depois.

Ela não o procurou. Não veio chorar, não implorou por consolo.

E isso o enfurecia ainda mais.

Empurrou as portas de madeira maciça do aposento dela com força, sem sequer anunciar sua chegada.

Sariah estava sentada diante do espelho, os longos cabelos sendo trançados por sua criada. No reflexo, seus olhos encontraram os dele. Não havia medo, apenas uma calma desafiante.

— Saia. — Kael ordenou friamente, dirigindo-se à criada.

A jovem se apressou em deixar o quarto, fechando a porta atrás de si.

Sariah continuou sentada, erguendo as sobrancelhas com um ar de tédio.

— Acho que deveria bater antes de entrar, Alteza.

Kael cruzou a distância entre eles em poucos passos, segurando-a pelo pulso e puxando-a para ficar de pé. Ela ofegou com a súbita proximidade, os corpos quase se tocando.

— Você foi até Elira sem me avisar. — A voz dele era baixa, mas carregada de tensão.

Sariah manteve a compostura, seu olhar desafiador cravado no dele.

— Ela me mandou chamar. O que esperava que eu fizesse? Fugisse como uma menina assustada?

A mandíbula de Kael se contraiu. O temperamento dela o irritava e, ao mesmo tempo, o fascinava.

— Elira não manda em você.

— Mas manda em você.

O silêncio que se seguiu foi cortante.

Kael soltou seu pulso, mas não se afastou. O ar entre eles era elétrico, tenso.

— O que ela disse a você? — Sua voz estava mais contida agora, mas ainda carregava uma ameaça subjacente.

Sariah sorriu, um sorriso sem humor.

— Que eu posso ter seu corpo, mas nunca terei seu coração.

Ela esperou que Kael negasse, que dissesse que Elira estava errada. Mas ele não disse nada.

E esse silêncio doeu mais do que qualquer palavra.

Sariah respirou fundo, recuando um passo.

— Pode ir agora, meu príncipe. — Sua voz era fria, distante.

Mas Kael não gostava de ser descartado.

Ele a segurou pela cintura, puxando-a bruscamente contra seu corpo.

— Você está com raiva? — O tom de provocação era evidente.

Sariah não respondeu. Seus olhos queimavam de algo que ele não conseguia decifrar.

Kael deslizou uma das mãos por sua nuca, forçando-a a erguer o rosto para ele.

— Então prove que ela está errada.

E antes que ela pudesse reagir, ele tomou seus lábios com violência.

O beijo não foi suave, nem delicado. Foi uma batalha, uma guerra de vontades.

Kael queria puni-la por desafiá-lo.

Sariah queria puni-lo por fazê-la sentir tanto.

A paixão entre eles era bruta, carregada de raiva e desejo.

E naquele momento, nenhum dos dois se importava com mais nada.

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