Capítulo 9

Merida Sana

Acordo e sinto-me confusa e tonta. O lugar onde eu estou está completamente escuro e não vejo nem um raio de luz. Não vejo nada.

O meu coração está acelerado e tento colocar as duas mãos no meu peito, mais percebo que uma delas está presa, o que só aumentou a minha aflição. Eu puxo o meu braço na esperança de conseguir me soltar, mais ele começa a doer, então eu paro.

Eu percebo que estou sob um colchão e estou sem os meus óculos e eu mal consigo enxergar sem eles.

A minha roupa foi trocada, pois eu estou com um vestido longo e não quero nem imaginar quem deve ter trocado ela.

Se passa algumas horas eu acho. Devo ter perdido a noção do tempo, não sei que horas são e muito menos que dia é hoje. Quanto tempo será que eu estou aqui? E porquê?

Uma figura feminina aparece na minha frente, após a porta ser aberta e a luz ser acessa, o que me cansou incomodo nos meus olhos.

Apesar de enxergar muito mal, tento focar em cada passo que dá e eu sei que é uma mulher pela roupa que ela usa e o jeito de andar.

Ela chega mais perto do colchão e vejo o seu rosto todo borado. Coloca algo no chão, bem perto do meu dos meus pés. Não fala nada e sai.

Pelo cheiro deve ser comida, mais eu não vou comer. Não sei nem o que faço aqui e muito menos o que vai acontecer comigo a partir de agora.

Penso em várias possibilidades de qual será o meu destino e todas elas são maus.

Eu fui perseguida no hotel por vários caras, tentei correr o mais depressa que eu pude, mais eles eram tantos.

Talvez se eu tivesse usado a escada tudo seria diferente e eu estaria em casa ao lado da minha família. Choro ao pensar em como estariam desesperados agora sem ter nenhuma informação sobre mim e a minha irmã já se encontra numa situação delicada.

— O que vai ser de mim? - Eu falo com medo da resposta. Eu encolho-me na cama e coloco o meu braço solto sobre o meu joelho e abraço o mesmo.

Será que vou ser obrigada a me prostituir ou algo pior? Faço tantas perguntas a mim mesma da qual eu não tenho resposta e penso nas várias vezes que eu poderia ter escapado desta situação, mais eu não tinha como saber o que ia acontecer e se calhar era por esse motivo que eu me sentia a ser observada a toda hora. Se calhar eu não tinha como escapar deste destino cruel e todos os meus sonhos irão morrer comigo.

Após um tempo a porta se abre novamente e a luz é acessa me causando o mesmo desconforto de antes. Desta vez, parece se tratar de um homem. Ele se agacha um pouco a frente da comida e não fala nada, apenas a pega e chega até mim com ela.

— Come. - Fala autoritário e com uma voz grossa e firme que me deixou assustada e levei um justo quando ele falou.

Ele falou em árabe e eu consegui entender porque a minha mãe tem essas raízes e eu aprendi em criança a falar, mais o meu vocabulário é muito limitado e eu só sei o básico.

Não falo nada e ele pega na tigela que continua uma sopa eu acho e ele joga na parede. O meu corpo entra em estado de alerta e mesmo estando presa, eu não vou facilitar a vida desse cara. Se for para morrer, eu vou morrer a lutar pela minha vida até o último instante.

— Já que não quer comer, vais morrer de fome aqui. - Ele fala, mais eu não demonstro nenhuma reação e muito menos medo de morrer. Quer dizer, eu tenho medo de morrer, tem a minha irmã que eu prometi dar uma boa vida a ela e que eu ia fazer de tudo para ela melhorar, mais o que eu posso fazer agora para sair dessa situação.

— Eu falei contigo e quero uma resposta. - Ele fala desta vez e parece chateado, mais eu não me importo. — Responde ou as consequências vão ser terríveis. - Ele fala desta vez ao se sentar sobre o colchão, me fazendo sentir intimidade e com um bocado de medo.

— O quê que queres comigo? - Eu falo a gritar e ele parece não gostar disso.

— Primeiro não grita comigo e segundo você só faz perguntas aqui se eu permitir, entendeu?

— Sim. - Falo sem muita enrolação e aguardo ele explicar tudo isso logo.

— Como eu estou bem-humorado agora, vou responder a sua questão.

— Imagina se não estivesse. - Falo sem pensar bem baixinho, mais parece que ele ouviu

— O que disse?

— Nada, pode falar.

— Amanhã será o dia do nosso casamento.

— O quê? ‐ Falo sem entender nada

— Você irá ser a minha quarta esposa e o casamento é amanhã. - Ele fala como se não fosse nada e eu fico sem reação e tento entender o que ele acabou de falar.

— Se já tem três esposas, se contenta com elas e me deixa ir embora. Eu não quero me casar com você.

— Eu não te pedi em casamento, eu só te avisei que será amanhã e tens que comportar lindamente ou haverá consequências sérias minha noiva.

— Eu não vou casar. Isso é um grande absurdo e devolve os meus óculos.

Eu falo e ele respira fundo e tira alguma coisa do bolso. Estende a mão até mim e vejo os meus óculos. Pego com pressa e coloco.

Vejo melhor o quarto onde eu me encontro e logo em seguida para a figura em minha frente que me olha atento. É estranho, mais ele me parece familiar.

— Quem é você? E porquê que quase me matou de justo com o sequestro para me dizer que vamos nos casar e sem a minha permissão?

Falo séria, mais ele acaba por rir da situação e não entendo o que é tão engraçado.

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Comments

Daniela Gomes

Daniela Gomes

/Smile/

2025-03-30

2

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