Capítulo 8

Kalil Hassan Muhammad

Após o meu banho, sou informado de que a Merida veio até o hotel.

Ela trouxe o meu traje a pedido da mãe. Usei uma toalha enquanto aguardo a chegada da roupa e mando o Saphir ir ter com ela, caso contrário os funcionários não iam permitir a sua entrada na minha festa.

Eu observo cada passo que ela dá pelas imagens da câmara no tablet que um segurança trouxe. A observo atendo em cada detalhe e decido que a levo hoje em vez de aguardar até daqui a dois dias para a levar comigo.

Dou a ordem aos seguranças e mando que preparem tudo e que aguardem até após eu fazer o meu discurso de aniversário e daí iremos voltar para casa hoje mesmo.

Alguns minutos depois, eu recebo a roupa e me apresso a ir fazer o discurso. Me deparo com a mãe da Merida que se curva perante mim.

— Meu senhor, me desculpa pela demora. - Ela fala e não presto muita atenção nisso, pois de longe vejo a Merida a correr e alguém vai atrás dela.

Depois que chego mais perto, eu vejo que se trata de um antigo sócio do meu pai a dar em cima da minha mulher. Eu dou-lhe um olhar mortal e ele se assusta e vai embora e eu me apresso a ir até o centro do salão antes da Merida notar-me.

Ela entra no elevador e manda que a mantenham lá o máximo que puderem até eu terminar aqui.

— Senhores e senhoras, digníssimos convidados, é com grande alegria que nos reunimos hoje para celebrar o meu aniversário. - Inicio o meu discurso, todos se calam e prestam atenção em cada palavra que eu digo e os jornalistas filmam tudo. — E sendo um dia especial, quero agradecer a cada um por estar presente aqui e a todos que nos assistem do outro lado da tela. Hoje celebro mais um ano de vida e ao olhar para o passado, sinto uma mistura de gratidão e reflexão. Cada ano que passa traz consigo novos desafios, assim como novas conquistas. E quero aproveitar este momento para anunciar de novo que em três dias irá ser o meu casamento e estou mais do que feliz com isso. - Recebo muitos aplausos e parabéns pelo casamento e prossigo com o meu discurso.

— Uma nova fase se inicia para mim e prometo ao meu povo de que continuarei a ser um líder que sou rumo ao sucesso sempre. Vamos brindar hoje não apenas ao meu aniversário, mas também antodas as experiências e conquistas que estão por vir.

Todos brindam e recebo ainda mais aplausos.

— Obrigado a todos e aproveitem a festa. - Eu digo e após 5 minutos me retiro da festa.

A Merida já saiu do elevador, então eu uso o mesmo para chegar o mais depressa possível ao subsolo. De longe a vejo a correr e ela corre bem depressa. Se fosse em outra situação mais justa ela teria escapado.

E sem dúvida que ela tem um bom instinto, pois pelas imagens eu vi que o segurança chegou sorrateiramente atrás dela para inserir a seringa no seu braço, mais ela sentiu o perigo bem antes de o ver. Se não fosse por isso, os seguranças não teriam o trabalho de correr atrás dela.

Após ela dormir com muita relutância, eu chego perto para a levar.

— Não toque nela. - Falo para o segurança que baixou ao seu lado para a carregar. — Eu mesmo faço isso e nenhum de vocês pode tocar nela ou será morto. - Falo em um tom autoritário e tanto ele quanto os outros entenderam o recado.

— Sim senhor. - Ele diz e curva a cabeça.

De volta para o meu jato particular que já estava preparado para a viagem. Eu coloco a Merida ao meu lado e a observo durante toda a viagem.

Ela chegou a tentar acordar, mais sempre que isso acontece eu lhe dou novamente o sedativo e ela volta a dormir.

A viagem foi bem tranquila e assim que chegamos, eu mandei a algumas funcionárias que a levem para um quarto reservado e que não a deixem fugir. Lhe levaram para um quarto afastado de todos os outros, onde só tinha um colchão e a deitaram sob o mesmo. Pedi que lhe trocassem a roupa para uma tradicional branca e que a algemem apenas o braço direito.

Fui ao meu quarto dormir, pois a viagem foi longa e amanhã terei uma conversa com a minha querida noiva e no dia seguinte será o nosso casamento.

Algumas horas depois

Acordo ansioso por ver a minha noiva, toma um banho e me apresso a ir ao seu encontro. Mais antes tenho que tomar o pequeno almoço com todas.

A mesa já estava posta e todas estavam em seus lugares. Tanto a minha mãe Raissa, como a minhas esposas Nádia, Layla e Delila. Não falo nada e sento em meu lugar e tudo estava um completo silêncio.

Eu sei bem que são contra o meu novo casamento, pois este em comparando com as cerimónias com as três não tem comparação. Com elas o casamento foi o mais discreto possível e sem muita enrolação. Eu apenas queria terminar tudo logo e consumar o casamento, cumprindo assim o meu dever.

— Como foi a viagem meu filho?

— Foi bem longa Raissa, mais correu bem como sempre. - Falo e olho nos seus olhos que me encaram curiosos.

— E quando vamos poder conhecer a sua noiva? Eu vi o seu lindo discurso de ontem e fiquei ainda mais curiosa. - Não falo nada e foco na minha comida. — E a família dela? Eles têm alguma regalia? Ou poder social?

— Isso importa?

— Sim, você é o grande emir, líder do nosso povo e não pode se casar com qualquer uma. As suas três esposas foram escolhidas a dedo e não permito que uma qualquer entre para a família.

— Você está certa Raissa. - Falo e ela se mostra satisfeita e com um grande sorriso no rosto. —Eu sou o Emir e grande líder do meu povo, assim como sou a autoridade máxima dessa casa. A última palavra é minha e também a única que tem poder aqui. Então se ponha no seu devido lugar.

Falo e o seu sorriso morre na hora.

— Me desculpa meu filho. - Não me importo com as suas palavras e me apresso para terminar o meu almoço.

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