Capítulo 16

Merida Sana

A medida que o sol se põe, tivemos uma experiência gastronómica extraordinária no Nobu Doha, um dos restaurantes mais renomados do mundo, localizado no icónico hotel Four Seasons.

Nunca na minha vida imaginaria que eu estaria aqui, tipo literalmente eu já vi fotos em revistas e nos sites. Mais estar aqui é uma outra realidade.

Eles nos receberam com sorrisos e nos levaram a uma mesa com vista para a água, onde podemos observar a cidade se iluminando ao anoitecer.

O menu apresenta uma fusão de sabores japoneses e peruanos, acompanhados por um vinho que tido por eles foi cuidadosamente selecionado. Mais o Kalil nem me deixou experimentar e pediu para mim um suco natural de frutas. E eles esplicaram com detalhes cada item dos pratos, eu sorrio e aceno com a cabeça, como se eu tivesse entendido o que são os ingredientes.

O serviço foi impecável, e cada garfada é uma explosão de sabor, elevando ainda mais a experiência que até agora tem sido única.

— Vamos? - Kalil fala após eu terminar de comer e eu apenas aceno o acompanhando.

Mais cedo, ficamos num hotel e tive que ficar a espera do Kalil, porquê ele teve um compromisso em cima da hora e depois mais tarde me levou para conhecer alguns pontos importantes da cidade e depois viemos para o restaurante.

Fiquei admirada com cada detalhe que via, mais tentei parecer indiferente para não acharem que eu sou uma louca que não conhece nada. E foi a Malika que me aconselhou a agir assim, para não ser criticada.

— Porquê trouxe-me neste passeio? - Eu pergunto depois de sentar no meu lugar no carro.

— Simplesmente porque não vamos sair em lua de mel, pois existe muitas questões urgentes dos quais eu não posso ignorar agora. - Diz enquanto conduz e atento a estrada. — Exceto que queira muito e eu daria um jeito, pois eu sei que sou irresistível.

Ele diz todo convencido e me dá uma piscadela bem rápido, voltando a sua atenção a estrada.

— Não é necessário. Essas questões são mais importantes. - Falo depressa, pois realmente não me importo com ter uma lua de mel. — E como a minha irmã está? ‐ Ele suspira com a minha pergunta e fico preocupada.

— Ela está bem. Nesse momento está a se recuperar da cirurgia e se o seu corpo aceitar bem o seu novo coração, ela ficará melhor em breve. - Dou um sorriso e me sinto tão aliviada com a sua resposta. — Ela já apresenta sinais favoráveis de melhoria.

— Isso é ótimo. Tenho tantas saudades da Hala e da minha mãe e também do meu padrasto. Queria estar com eles agora.

— Mais estais aqui comigo.

— Eu sei, mais quando eu posso vê-los? - Pergunto mais ele não fala nada. — Vai permitir que eu os veja?

— Vou pensar nisso.

— Então eu quero conversar com eles e saber se estão bem. Devolve o meu telemóvel. Eu sei que eu o tinha no hotel, mais não está mais comigo.

— Eu já falei que estão. Vai duvidar da palavra do seu marido? - Diz sem olhar para mim, mais pelo seu tom de voz, ele ficou indignado com isso.

— Não é isso, mais de toda forma, eu mal de conheço. Então preciso confirmar que realmente estão bem.

— Tem certeza? - Fala olhando para mim com os olhos firmes e já começo a ficar com medo.

— Por favor, olha para a estrada.

— Responde. Confia ou não no seu marido? - Diz a gritar e eu assusto-me com essa atitude.

— Sim, só olha para a estrada. - Falo desesperada e ele volta a sua atenção a estrada. Resolvo ficar quieta, pois parece que eu estraguei a noite.

Assim que chegamos ao palácio, saio a correr do carro e ele vem logo atrás de mim a passos lentos.

— Boa noite. - Digo assim que vejo a Raissa que novamente não responde e me olha séria. Dá um grande sorriso ao ver o Kalil e o cumprimenta.

— Meu filho, que bom que já chegou.

— Boa noite. - Dá um selinho na sua mão.

— Que cara é essa? A noite não foi legal? - Fala isso e me olha sorrindo.

— Não é isso, foi maravilhoso. Mais eu preciso descansar. - O seu sorriso morre na hora, mais ela trata de se recompor. Eu não entendo esta sua atitude.

— A Nádia o aguarda no quarto. - Diz empolgada

— Eu vou passar a noite com a Merida. - Nossa, que sorte a minha.

— Com licença. - Eu digo e sigo para o quarto.

No caminho encontra a Malika que me olha preocupada.

— Aconteceu alguma coisa? - Pergunto, enquanto ela me segue até o quarto.

— A senhora Raissa. - Ela faz uma pausa e agora começo a ficar preocupada.

— O quê que tem ela? - Paro e a encaro.

— Ela mandou que a senhora prepare o jantar de amanhã para todos e sem ajuda.

— Isso não é nada de mais. Eu sei cozinhar, não se preocupe.

— Acontece que tem que ser apenas pratos tradicionais e a senhora não tem nenhuma experiência com a nossa culinária.

— Isso é verdade, mais porque eu não posso ter ajuda?

— Não sei minha senhora. Nenhuma das outras cozinharam, então não sei responder do porquê fazer isto.

— Tudo bem, não se preocupe. Eu só preciso de um livro de receitas e de todos os ingredientes.

— Eu vou providenciar minha senhora.

— Obrigada, Malika. Eu vou descansar e já pode ir para casa.

— Sim, minha senhora. Até amanhã.

Depois dela sair, eu tomo um banho bem rápido, visto um pijama e deito-me na cama. Pouco tempo depois sinto o Kalil do meu lado e ele começa a beijar-me de forma suave e começa a ficar bruto. Fico sem ar e parece que ele não percebeu.

— Está a sufocar-me. - Falo o afastando, coloco as minhas mãos no peito e tento recuperar todo o ar perdido.

— Eu quero-te. - Ele diz e apaga a luz.

— Tudo bem, mais não precisa sufocar-me deste jeito e nem ser bruto comigo.

— Se você portar muito bem, eu me esforço para fazer isso minha esposa.

Ele não espera por nenhuma resposta minha e já me ataca com os seus beijos.

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