Isadora aparece no ateliê.

Faltavam apenas três dias para o casamento, e Aisha ainda não conseguia acreditar que realmente iria se casar com Damon Greystone.

Naquela manhã, Emília e Rosalind foram buscá-la para escolher o vestido.

— Vamos, futura Sra. Greystone! — Emília disse animada, puxando Aisha pelo braço.

Aisha bufou discretamente, mas seguiu com elas.

Chegaram a uma das lojas mais exclusivas da cidade, um ateliê renomado que pertencia a uma amiga de Rosalind. O ambiente era luxuoso, repleto de vestidos deslumbrantes.

— Aqui você encontrará o vestido perfeito! — Rosalind garantiu, sorrindo.

Aisha suspirou e começou a olhar os modelos.

Enquanto experimentava um dos vestidos, Emília a observava com atenção.

— Você está linda! — Ela disse, encantada.

Aisha se olhou no espelho. O vestido era perfeito, delicado, mas elegante. Porém, o casamento não era por amor, e isso a fazia sentir um peso no peito.

— Obrigada, Emília… Mas não sei se estou pronta para isso.

Emília segurou sua mão, sorrindo gentilmente.

— Você é forte, Aisha. Damon que lute para merecer você.

Aisha sorriu de canto, tentando ignorar a tempestade que sentia por dentro.

Faltavam apenas três dias… e sua vida estava prestes a mudar para sempre.

Damon estava em um dos ateliês mais exclusivo da cidade, procurando um terno para seu casamento, que aconteceria em apenas três dias. Ele não estava nada animado.

Ao seu lado, seus amigos Silas Blackthorn, Jaxon Summit e Charles Cavendish observavam a cena com diversão.

— Que cara é essa, mano? — Jaxon perguntou, pegando um paletó preto de uma das araras. — Vai casar com uma mulher linda e está parecendo que vai para um funeral.

— Dá na mesma. — Damon resmungou, ajeitando o relógio no pulso.

— Ah, qual é! — Silas riu, jogando-se em uma poltrona. — Aisha não parece ser uma má escolha. Muito melhor que Isadora.

Damon fechou a cara ao ouvir o nome da ex.

— Não quero discutir isso.

Charles, o mais reservado do grupo, apenas observava tudo com um meio sorriso, enquanto analisava os ternos disponíveis.

— Vamos resolver isso logo. — Ele disse, pegando um terno azul-marinho e jogando para Damon. — Veste isso e vê se pára de agir como se estivesse sendo sacrificado.

Damon revirou os olhos, mas pegou o terno e entrou no provador.

Lá dentro, ele se olhou no espelho. O casamento estava cada vez mais próximo… e, mesmo que não quisesse admitir, o olhar de Aisha naquela noite ainda não saía da sua cabeça.

Damon saiu do provador vestindo o terno azul-marinho, ajustando a gravata no espelho, quando ouviu um som de salto ecoando pelo ateliê.

Ele não precisou se virar para saber quem era.

— Isadora... — Sua voz saiu seca, e seus olhos frios a analisaram enquanto ela se aproximava.

Os amigos de Damon se olharam, cruzando os braços, assistindo à cena com interesse.

Isadora, com os olhos marejados, deu mais alguns passos, parando perto dele.

— Por favor, Damon. Cancela esse casamento. — Ela sussurrou, sua voz carregada de desespero.

Damon arqueou uma sobrancelha, impassível.

— Está brincando comigo?

— Não! Vamos fingir juntos, vamos ficar juntos... Sei que você não quer se casar com essa garota. E eu te amo, Damon!

Silas soltou um assobio baixo, Jaxon cruzou os braços e Charles revirou os olhos.

Damon riu sem humor, seus olhos cintilando de frieza.

— Você me ama, Isadora? Ou ama o meu dinheiro?

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, desviando o olhar, como se tivesse sido pega.

— Eu... Eu te amo.

Damon suspirou, passando a mão pelo cabelo, impaciente.

— Já chegou. Isso acabou. Você não significou nada para mim.

Isadora tremeu de raiva e humilhação.

— Você vai se arrepender disso, Damon! — Ela cuspiu as palavras, seus olhos brilhando de ódio.

Ele se aproximou, sua presença imponente fazendo-a dar um passo para trás.

— Já estou arrependido de ter perdido meu tempo com você.

Sem mais uma palavra, Damon se virou, pegou seu paletó e saiu do provador, ignorando completamente a presença dela.

Isadora ficou ali, de pé, vendo o homem que queria escapar de suas mãos para sempre.

Damon parou por um instante, sentindo a mão de Isadora segurar seu braço.

— Damon, por favor… você disse que não queria esse casamento! — A voz dela saiu embargada.

Ele fechou os olhos por um breve momento.

— Você só está dizendo isso porque perdeu. — Sua voz saiu fria, mas ele não se moveu.

Isadora soluçou, seus olhos vermelhos, a maquiagem começando a borrar.

— Não é verdade! Eu nunca quis seu dinheiro! Eu te amo! Só estamos separados porque seu pai quis!

Damon olhou para ela, e pela primeira vez desde que terminou, sentiu um resquício de pena.

— Você está chorando porque me perdeu, ou porque perdeu o que achava que tinha garantido?

Isadora tremeu, respirando fundo, tentando manter o controle.

— Damon… eu sou a mulher certa para você. Você sabe disso. Você nunca quis aquela garota. Cancela esse casamento. Fica comigo!

O peito dele subiu e desceu com um suspiro pesado.

Ele não queria casar. Não queria essa situação. Mas também sabia que não podia confiar em Isadora.

— Acabou, Isadora. Aceite isso.

Ela tentou segurar sua mão, mas ele a afastou com firmeza.

— Você vai se arrepender disso. — Ela sussurrou, a raiva substituindo a dor.

Damon se virou, decidido a não olhar para trás. Mesmo com a mente atormentada, ele sabia que não havia mais volta.

Isadora saiu do ateliê chorando, mas a expressão em seu rosto não era apenas de dor—era de ódio.

Silas, Jaxon e Charles, que estavam no provador observando a cena, trocaram olhares discretos antes de olharem para Damon, que permanecia sério, encarando o reflexo no espelho.

— Cara, ela realmente achou que você fosse voltar atrás? — Jaxon debochou, cruzando os braços.

— Mulheres assim nunca aceitam perder. — Charles comentou, ajustando o paletó que experimentava.

Silas deu um meio sorriso, mas seu olhar era muito bom.

— E você, Damon? Sentiu alguma coisa?

Damon respirou fundo, passando as mãos pelo rosto, como se quisesse afastar qualquer pensamento incômodo.

— Nada que me faça mudar de ideia.

Ele virou-se para os amigos, pegando um terno escuro e jogando sobre o ombro.

— Vamos terminar logo.

Mas, mesmo enquanto dizia isso, o rosto choroso de Isadora e a ideia do seu casamento se aproximando o deixavam com uma sensação estranha no peito.

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