Ricardo por ver Isadora ali,já vai ao ponto com filho Damon que ele irá casar.

Roberto se levantou com firmeza, estendendo a mão para Ricardo. O aperto foi forte, selando o acordo entre os dois.

— Então está decidido. — Ricardo disse, com um meio sorriso.

— Sim. Aisha será a esposa de Damon.

Sem mais palavras, Roberto virou-se e saiu da sala. Ricardo observou enquanto ele desaparecia pelo corredor, um brilho calculista nos olhos.

Ao descer, Roberto entrou em seu carro e o motorista rapidamente deu a partida, dirigindo de volta para a mansão. No caminho, Roberto mantinha a expressão séria, já pensando em como conduzirá essa situação com Damon.

Enquanto isso, no alto do prédio, Ricardo voltou para sua cadeira de couro, pegando o charuto e tragando lentamente.

— Casar Aisha com Damon… — murmurou para si mesmo, soltando a fumaça no ar.

A ideia não o incomodava. Pelo contrário, ele até gostava da decisão. Para Ricardo, Isabela sempre foi sua filha preferida. Era a menina dos seus olhos, aquela que ele mimava e protegia. Aisha? Bem… Aisha sempre foi a sombra da irmã, a filha que nunca recebeu sua total atenção.

Se alguém deveria ser sacrificado para fortalecer os negócios, que fosse Aisha.

Na empresa dos Greystone, Isadora estacionou seu carro de luxo e saiu com elegância. Seu salto ecoava pelo saguão enquanto caminhava em direção ao elevador. Assim que chegou ao andar de Damon, Victoria, a secretária, percebeu sua presença e logo se apressou a avisá-lo.

Ela bateu levemente na porta antes de entrar.

— Senhor Damon, a senhorita Isadora está aqui para vê-lo.

Damon, que estava revisando alguns documentos, levantou o olhar e esboçou um leve sorriso.

— Deixe-a entrar.

Victoria assentiu e abriu a porta. Isadora entrou com seu charme de sempre, os olhos brilhando ao ver Damon. Sem hesitar, caminhou até ele e lhe deu um beijo envolvente.

— Senti sua falta, meu amor. — ela sussurrou contra seus lábios.

Damon sorriu de lado, segurando sua cintura.

— De volta de viagem? Pensei que ainda ficaria mais alguns dias.

Ela riu suavemente.

— Eu não aguentava mais ficar longe de você.

Damon apenas a observou. Ele gostava de Isadora, mas sabia que seu relacionamento com ela era muito mais por conveniência do que qualquer outra coisa. Enquanto ela falava animadamente sobre sua viagem, ele não fazia ideia de que, naquele exato momento, seu pai já tinha decidido seu destino ao lado de outra mulher.

Isadora se acomodou na poltrona em frente à mesa de Damon, cruzando as pernas com elegância. Ela pegou um dos papéis que estavam sobre a mesa e olhou por curiosidade, antes de devolvê-lo sem muito interesse.

— E então, amor? Quando vai me levar para a mansão dos seus pais? — perguntou, inclinando levemente a cabeça, observando-o com um sorriso. — Estou morrendo de saudades da sua mãe.

Damon, que até então mexia no relógio de pulso, ergueu os olhos para ela com uma expressão neutra. Ele sabia que Isadora gostava de agir como se tivesse uma boa relação com sua família, mas a verdade era que ninguém em casa aprovava o namoro deles. Sua mãe, Rosalind, principalmente.

Ele se recostou na cadeira, cruzando os braços.

— Sente saudades da minha mãe? — perguntou com um tom levemente divertido.

Isadora riu.

— Claro! Ela sempre foi tão cordial comigo.

Damon arqueou uma sobrancelha. Ele sabia muito bem que “cordial” era a melhor forma que Isadora tinha encontrado para descrever a frieza de sua mãe em relação a ela. Rosalind nunca escondeu que não a via como uma mulher digna de casar com seu filho.

Ele pensou por um instante. Seu pai, Roberto, havia saído cedo e ainda não voltou. Algo dentro de Damon dizia que seu pai estava tramando algo.

— Vou ver um dia para você ir lá. — disse, sem muito entusiasmo.

Isadora sorriu, satisfeita, sem imaginar que o destino de Damon já havia sido traçado por sua família—e que ela estava longe de fazer parte dos planos.

Isadora se levantou imediatamente ao ver Roberto entrar na sala. Seu sorriso era ensaiado, sempre tentando parecer agradável diante do pai de Damon, apesar de saber que ele nunca gostou dela.

— Senhor Roberto! Que surpresa! — disse ela, se aproximando um pouco.

Roberto a olhou de cima a baixo, sua expressão firme e impassível. Ele apenas assentiu levemente, mantendo-se educado, mas distante.

— Isadora. — cumprimentou com um tom seco.

Damon percebeu a tensão no ar e se recostou na cadeira, já imaginando que seu pai não estava ali para uma simples visita.

— Pai, não esperava vê-lo aqui. Pensei que estivesse resolvendo alguns negócios.

Roberto olhou para o filho e depois lançou um olhar rápido para Isadora, como se sua presença o incomodasse.

— Precisamos conversar, Damon. Assuntos importantes.

Isadora percebeu a indireta e cruzou os braços.

— Ah, claro... Imagino que seja algo da empresa, né? Mas eu já estava de saída. — Ela pegou a bolsa com um sorriso falso. — Depois me liga, amor.

Damon assentiu, e ela se aproximou para lhe dar um beijo no rosto antes de sair. Roberto apenas observou em silêncio, esperando que ela desaparecesse pelo corredor.

Assim que a porta se fechou, Roberto caminhou até a mesa do filho e sentou-se diante dele, mantendo sua postura séria.

— Espero que tenha aproveitado bem esse namoro, Damon, porque logo isso acaba.

Damon estreitou os olhos, sentindo que algo grande estava por vir.

— O que quer dizer com isso, pai?

Roberto entrelaçou os dedos sobre a mesa e olhou diretamente para o filho.

— Você vai se casar.

Damon sentiu o sangue ferver instantaneamente. Ele se levantou da cadeira, com os olhos estreitos em fúria.

— O quê?! Você só pode estar brincando, pai! — Ele passou a mão pelos cabelos, incrédulo. — Você quer me casar com uma desconhecida?

Roberto permaneceu impassível, olhando para o filho com firmeza.

— Não é uma escolha, Damon. É uma decisão. Aisha Petrova será sua esposa. O acordo já foi feito com Ricardo.

Damon riu, mas era uma risada sem humor, carregada de ironia.

— Então você resolveu vender meu futuro em troca de negócios? Que belo pai, hein?

Roberto se inclinou para frente, seus olhos frios e calculistas.

— Cuidado com o que fala, Damon. — Sua voz era baixa, mas carregada de autoridade. — Eu sou o chefe desta família e da empresa. E, se você recusar esse casamento, Eduardo assume seu lugar. Acha que não faço isso?

Damon cerrou os punhos. Seu pai sempre soube manipular tudo ao redor, sempre teve o controle absoluto sobre a família e os negócios.

— Isso é ridículo! Eu não conheço essa garota, nem sei quem ela é!

Roberto se levantou lentamente, ajeitando o terno.

— Então terá tempo para conhecê-la. O casamento vai acontecer, e ponto final.

Damon respirou fundo, tentando se conter.

— E Isadora?

— Esqueça essa mulher. Ela nunca foi digna de ser sua esposa. Você precisa de uma mulher que agregue à família, não uma qualquer que só quer seu dinheiro.

Damon fechou a cara, mas sabia que discutir com Roberto era como tentar mover uma montanha. Seu pai já tinha decidido. E quando Roberto Greystone decidiu algo, não havia volta.

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