A chegada de Aisha a mansão com os pai dela e irmã.

Na casa dos Petrova, Ricardo chamou Aisha até seu escritório. Ele estava sentado em sua poltrona de couro, um charuto apagado entre os dedos, e um olhar sério.

— Se arrume. Hoje à noite teremos um jantar na casa dos Greystone para oficializar seu casamento com Damon.

Aisha congelou. Ela sabia que isso aconteceria, mas não esperava que fosse tão rápido.

— O quê? Hoje? — ela perguntou, sentindo um nó na garganta.

— Sim. E quero você apresentável.

Antes que Aisha pudesse protestar, Isabela entrou na sala com um sorriso debochado.

— Poxa, maninha, que sorte a sua! — disse, cruzando os braços. — Mas ainda bem que não sou eu, né? Eu jamais aceitaria casar com aquele cara frio e mandão.

Aisha fechou os olhos e respirou fundo. Isabela adorava lembrar que era a favorita do pai e que não precisaria passar por isso.

Sem escolha, Aisha subiu para o quarto. Sentou-se na cama por um momento, sentindo o peso daquela decisão que não era dela. Mas sabia que não adiantaria lutar.

Ela foi até o armário e pegou um vestido simples, elegante, mas sem exageros. Diferente dos vestidos extravagantes da irmã, cheios de brilho e detalhes chamativos. Ela não queria impressionar ninguém.

Olhando-se no espelho, Aisha se sentia uma prisioneira prestes a ser entregue a um desconhecido.

Na mansão dos Greystone, Roberto estava sentado na sala de estar, tomando um gole de seu uísque quando viu Damon descendo as escadas.

— Suba e se arrume. Ricardo chegará em breve com a filha dele para oficializar o casamento — disse o patriarca, sem rodeios.

Damon parou no meio da sala, cerrando o maxilar. Ele não estava em bom estado, ainda irritado pelo término forçado com Isadora. E agora teria que se vestir e agir como se quisesse esse casamento ridículo?

— Ótimo, mais uma ordem. — Damon soltou, com um sorriso cínico. — Parece que minha vida já foi decidida mesmo.

Eduardo, que estava sentado no sofá, apenas observava. Não queria se meter, mas sabia que Damon não aceitaria isso tão fácil.

Foi quando Emília entrou na sala, ainda segurando seus materiais da faculdade. Ela parou ao ver a tensão no ar.

— O que está acontecendo?

Eduardo sorriu de lado.

— Nosso irmão vai casar.

Os olhos de Emília se arregalaram.

— Com quem?

— Aisha Petrova, filha do Ricardo.

Diferente da reação irritada de Damon, Emília sorriu animadamente.

— Aisha? Ah, que legal! Eu estudo na mesma faculdade que ela. Ela é um amor de pessoa!**

Damon bufou, passando a mão pelos cabelos, irritado.

— Ótimo, então case-se com ela.

Eduardo riu baixo, enquanto Roberto encarava o filho com um olhar severo.

— Suba e se arrume. Isso não é uma opção, Damon.

Damon trincou os dentes, mas não respondeu. Ele apenas virou as costas e subiu as escadas com passos pesados, odiando cada segundo disso.

Emília estava empolgada. Enquanto Damon subia as escadas irritadas, ela se virou animada para os pais e para Eduardo.

— Vocês não estão entendendo! — Ela sorriu, quase pulando no lugar. — Aisha é mil vezes melhor que Isadora! É muito melhor que Isabela, que só pensa em gastar!

Eduardo riu da empolgação da irmã e cruzou os braços.

— Já deu pra ver que você gostou da futura cunhada.

— É claro! — Emília respondeu de imediato. — Além de ser uma mulher inteligente, ela é linda! Mais bonita que a irmã mais velha, com certeza!

A mãe deles sorriu de leve, gostando de ver a animação da filha. Roberto, por outro lado, apenas meneou a cabeça, satisfeito.

— Espero que seu irmão também perceba isso logo.

— Ah, ele vai ter que perceber! — Emília disse confiante. — E eu? Vou ter uma cunhada! Que emoção!

Eduardo apenas balançou a cabeça, rindo da irmã, enquanto Roberto olhava para o relógio, aguardando a chegada dos Petrova.

No quarto, Damon encarava o terno estendido sobre a cama. Mas sua mente estava longe dali. Tudo parecia acontecer rápido demais.

Ele tinha terminado com Isadora há poucas horas. Dois anos de relacionamento jogados fora por uma decisão que nem foi dele. E agora, seria forçado a casar com uma garota que nunca viu na vida.

Damon fechou as mãos em punho, sentindo a raiva crescer. Ele podia ser controlado. Odiava que o pai decidisse seu futuro como se fosse apenas uma peça de xadrez no jogo da família.

Respirou fundo e passou as mãos pelo rosto, tentando se acalmar. Mas não conseguia.

Ele não queria estar naquele jantar. Não queria fingir que aceitava aquele casamento ridículo. Mas sabia que não tinha escolha. Se recusasse, sabia que o pai o colocaria para fora da empresa, e Eduardo assumiria seu lugar.

Com um suspiro pesado, Damon pegou o terno e começou a se vestir. Seu olhar estava escuro, carregado de insatisfação.

Se aquela Aisha Petrova achava que teria um casamento feliz, ela estava muito enganada.

Damon desceu as escadas com o semblante fechado, ajustando o terno com irritação. Todos já estavam na sala, aguardando a chegada dos convidados. O ambiente estava silencioso, tenso.

Então, a campainha tocou.

A empregada Juliana caminhou rapidamente até a porta e a abriu, anunciando com formalidade:

— Senhor Ricardo Petrova e suas filhas, senhorita Isabela e senhorita Aisha.

Os três entraram na mansão com postura impecável. Ricardo caminhava com confiança, Isabela exalava arrogância e glamour, enquanto Aisha, ao lado, parecia desconfortável.

Os olhos de Eduardo foram direto para Aisha. Ele ficou em silêncio, mas seus olhos a analisavam com um interesse imediato. Havia algo nela que chamava sua atenção – talvez a simplicidade, a maneira discreta de se portar, ou talvez o fato de que ela não parecia querer estar ali.

Roberto percebeu. E não gostou.

Seu olhar severo pousou sobre Eduardo por alguns segundos, como se dissesse silenciosamente: "Não se atreva. Ela será de Damon."

Damon, por outro lado, manteve a expressão impassível. Ele olhou para Aisha sem emoção, sem sequer esboçar um sorriso. Para ele, não importava quem ela era. O casamento era uma obrigação e nada além disso.

— Sejam bem-vindos — disse Roberto, quebrando o silêncio.

Aisha engoliu seco. Ela queria estar em qualquer outro lugar, menos ali.

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