Falando das filhas de Ricardo Petrova.

Na mansão da família Greystone, o silêncio do andar superior foi interrompido pelo som dos chuveiros sendo desligados.

Damon passou a toalha pelo cabelo, secando-se rapidamente, enquanto pegava uma roupa no closet. Vestiu uma camisa social preta, combinando com uma calça escura. Ele sempre se vestia de forma impecável, mantendo sua postura firme e séria.

No quarto ao lado, Eduardo também terminou de se arrumar. Escolheu uma camisa azul-marinho e uma calça de alfaiataria, ajeitando os cabelos no espelho antes de sair do quarto.

Ambos desceram as escadas, os passos firmes ecoando pelo mármore da mansão.

Na sala de jantar, Rosalind estava sentada elegantemente, enquanto Roberto mantinha sua postura imponente à cabeceira da mesa. Emília, a irmã mais nova, esperava animada pelos irmãos, sorrindo ao vê-los entrar.

— Até que enfim! Pensei que fossem demorar mais. — Emília brincou, levantando-se para abraçar os dois.

Damon retribuiu o abraço de maneira contida, enquanto Eduardo bagunçava levemente o cabelo da irmã, rindo.

— Não exagera, Emília. Nem demoramos tanto assim. — Eduardo disse, sentando-se.

A empregada Marta já havia arrumado a mesa, servindo os pratos com perfeição. O aroma da comida preenchia o ambiente, trazendo uma sensação de conforto.

Rosalind sorriu levemente ao ver os filhos juntos, enquanto Roberto observava todos em silêncio, ainda sem mencionar seu plano para o casamento de Damon.

— E então, como foi o dia na empresa? — Roberto perguntou, quebrando o silêncio.

Os filhos se olharam antes de responder. Damon, como sempre, tomou a frente.

— Tudo sob controle, como sempre. — Ele disse com seriedade.

Eduardo assentiu.

— Sim, sem novidades. Apenas alguns ajustes nos contratos, mas nada preocupante.

Roberto observou os filhos por um momento, satisfeito com a resposta. Por enquanto, manteria seu plano em segredo. Ainda não era o momento certo para falar sobre o casamento.

A noite seguiu tranquila, entre conversas amenas e a presença da família reunida. Mas, dentro da mente de Roberto, o casamento de Damon já estava decidido. Era apenas uma questão de tempo.

Enquanto jantavam, o ambiente era tranquilo. A família estava reunida, e a conversa fluía naturalmente.

Emília, sempre animada, sorriu ao olhar para os irmãos e disse:

— Minha faculdade de moda está indo muito bem! — Ela pegou um pedaço de pão e continuou. — Os professores elogiaram meu último trabalho, e eu estou cada vez mais apaixonada pelo que faço.

Rosalind sorriu orgulhosa da filha.

— Isso é maravilhoso, querida. Você sempre foi muito talentosa.

Emília riu baixinho e apontou os talheres para Damon e Eduardo, brincando:

— Se preparem, porque um dia eu serei famosa e vou fazer todas as roupas de vocês!

Eduardo riu, ajeitando a taça de vinho na mesa.

— Ah, então teremos roupas personalizadas pela grande estilista Emilia Greystone? Parece interessante.

Damon, sempre sério, arqueou uma sobrancelha, mas um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios.

— Desde que eu não tenha que usar algo cheio de brilhos e tecidos extravagantes, pode ser.

Emília fez um bico fingindo estar ofendida.

— Ah, que falta de confiança no meu talento! Mas eu prometo, Damon, que vou te deixar impecável.

Roberto, que ouvia a conversa sem demonstrar muitas emoções, apenas assentiu.

— É bom que tenha ambição, Emília. Se quer ser famosa, trabalhe duro para isso.

Ela revirou os olhos de forma discreta, já acostumada com a rigidez do pai, mas sorriu.

— Não se preocupe, pai. Vou provar que sou capaz.

A conversa seguiu leve, com Emília contando mais detalhes da faculdade e os irmãos ouvindo, cada um com sua reação característica. O jantar seguia tranquilo, mas na mente de Roberto, o casamento de Damon ainda era o plano principal.

Enquanto saboreava a refeição, Emília continuou animada, aproveitando o momento em família.

— Falando em faculdade, pai... — Ela disse de repente, chamando a atenção de todos.

Roberto ergueu os olhos para a filha, curioso.

— O que foi?

— A filha caçula do senhor Ricardo Petrova faz faculdade lá. Acho que... — Ela parou um instante, pensativa. — Administração! Isso, tenho quase certeza que é isso.

Damon e Eduardo trocaram olhares rápidos. Eles nunca tinham conhecido as filhas de Ricardo, então aquilo era uma novidade.

— E como ela é? — Eduardo perguntou casualmente.

Emília deu de ombros.

— Sempre vejo ela nos livros, estudando muito. O pai dela deve ficar orgulhoso, porque diferente de outras pessoas, ela parece realmente determinada a ter uma profissão.

Roberto manteve a expressão séria, mas por dentro aquilo apenas reforçava ainda mais sua ideia sobre o casamento de Damon com uma das filhas de Ricardo.

— Isso é bom. Alguém que entende a importância do trabalho e da responsabilidade. — Ele comentou, tomando um gole de vinho.

Damon, que até então estava calado, finalmente falou:

— Nunca vi essa garota. Nem a irmã dela.

Eduardo assentiu.

— Nem eu.

Rosalind, que ouvia tudo atentamente, sorriu de canto.

— Talvez vocês tenham a chance de conhecê-las em breve.

Roberto não disse nada, mas aquele era exatamente o seu plano. E logo, Damon descobriria.

Enquanto terminava sua refeição, Emília pegou sua taça de vinho e tomou um gole, relaxando. Então, continuou o assunto que havia iniciado.

— Acho que o nome dela é Aisha. — Ela olhou para o pai, pensativa. — Ela é muito bonita, bem bonita, mas parece ter um jeito mais simples.

Damon e Eduardo permaneceram atentos, pois ainda não conheciam nenhuma das filhas de Ricardo Petrova.

— E a outra irmã dela se chama Isabela. — Emília continuou. — Eu ouvi esse nome um dia no shopping. A Isabela parece que ama gastar muito, porque ela só compra sapatos, roupas de moda, e cada dia está com um look diferente.

Rosalind arqueou a sobrancelha, enquanto Roberto continuava ouvindo em silêncio.

— Eu acho que a Aisha é mais simples, só pelo jeito dela na faculdade. Nunca vi a irmã dela lá. Acho que a Isabela nem faz faculdade.

Damon, que até então apenas ouvia, se pronunciou:

— Então uma delas estuda administração, e a outra só gasta dinheiro?

Emília riu.

— Basicamente.

Eduardo, intrigado, perguntou:

— E você conhece alguma delas?

Emília balançou a cabeça.

— Não, só vejo a Aisha estudando. Mas você, Damon, conhece a Isabela.

Damon franziu a testa.

— Eu?

— Sim! Você não lembra? Aquele dia que você foi me buscar no shopping, tinha uma garota cheia de sacolas brigando com o motorista. Era a Isabella Petrova.

Damon revirou os olhos, lembrando-se vagamente da cena.

— Ah, então era ela. — Ele bufou. — Se for aquela garota, parece ser bem mimada.

Eduardo, que também tinha presenciado a cena naquele dia, concordou.

— Sim, eu estava lá. Ela parecia ser bem chata mesmo.

Roberto e Rosalind trocaram olhares, mas não disseram nada. O plano de casamento já estava traçado na mente de Roberto, e ele queria Damon casado com uma das filhas de Ricardo — mas certamente não com Isabela.

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