Mãe de Damon apoia o marido.

Damon cerrou os punhos, sentindo a raiva ferver dentro dele. Ele sabia que discutir com Roberto era inútil, mas não conseguia simplesmente aceitar aquela decisão absurda.

— Você realmente espera que eu acabe meu relacionamento assim, do nada? — Ele cruzou os braços, encarando o pai com frieza.

Roberto ajeitou o paletó, sem demonstrar paciência.

— Não me interessa como você fará, apenas termine. Quero você livre ainda hoje.

Damon respirou fundo, tentando conter a ira.

— Você acha que pode simplesmente decidir minha vida desse jeito?

O olhar de Roberto se endureceu.

— Eu não acho, eu sei. Você é meu filho, e enquanto eu for vivo, as decisões importantes da sua vida passam por mim. Você se casará com Aisha e ponto final.

Damon riu sem humor, passando a mão pelo rosto.

— E se eu disser não?

Roberto estreitou os olhos, dando um passo à frente.

— Então Eduardo assumirá seu lugar na empresa. E você sabe que ele está mais do que preparado para isso. Se quiser abrir mão de tudo, fique à vontade.

O silêncio pesou entre os dois. Damon sabia que o pai não estava blefando. Se ele se recusasse a casar, perderia sua posição, sua influência... tudo pelo que trabalhou.

Engolindo a raiva, ele assentiu lentamente.

— Eu resolvo isso hoje.

Roberto sorriu satisfeito.

— Ótimo. Era isso que eu queria ouvir.

Sem dizer mais nada, ele virou as costas e saiu da sala, deixando Damon sozinho com seus pensamentos.

Eduardo caminhava pelo corredor da empresa quando avistou o pai saindo da sala de Damon. Ele franziu a testa, estranhando a presença de Roberto ali.

— Pai? O que faz aqui? — Eduardo perguntou, cruzando os braços.

Roberto parou, ajeitou o terno e lançou um olhar sério ao filho.

— Vim falar com seu irmão sobre algo importante.

Eduardo percebeu o tom firme do pai e arqueou uma sobrancelha.

— Algo que eu deveria saber?

Roberto suspirou, mas manteve a expressão controlada.

— Ainda não. No momento, é uma conversa entre mim e Damon. Mas logo toda a família ficará sabendo.

Eduardo não gostou da resposta vaga.

— Isso tem a ver com a empresa?

— Tem a ver com o futuro da família. — Roberto respondeu de maneira enigmática, lançando um olhar afiado para Eduardo. — Apenas confie em mim.

Eduardo sabia que quando o pai tomava uma decisão, dificilmente voltava atrás. Algo grande estava acontecendo, mas ele teria que esperar para descobrir.

— Se você diz... — Ele murmurou, observando Roberto se afastar com passos firmes pelo corredor.

Desconfiado, Eduardo decidiu ir até a sala de Damon para entender o que estava acontecendo.

Eduardo não perdeu tempo. Assim que Roberto sumiu pelo corredor, ele girou a maçaneta da porta do escritório de Damon e entrou sem cerimônia.

Damon, que ainda estava processando tudo o que o pai havia acabado de lhe dizer, ergueu os olhos e viu o irmão fechar a porta atrás de si.

— O que foi agora? — Damon perguntou, impaciente, afrouxando a gravata.

Eduardo cruzou os braços e o encarou.

— O que o pai veio fazer aqui?

Damon suspirou, encostando na cadeira de couro.

— Ele veio jogar uma bomba em mim.

Eduardo arqueou uma sobrancelha.

— Que tipo de bomba?

Damon bateu a mão na mesa, irritado.

— Ele quer que eu me case. E não é com Isadora.

Eduardo arregalou os olhos.

— O quê?!

— Isso mesmo que você ouviu. Nosso querido pai já fechou um acordo com Ricardo Petrova. Eu vou me casar com a filha mais nova dele, Aisha.

Eduardo passou a mão pelos cabelos, incrédulos.

— Mas você nem conhece essa garota!

Damon soltou uma risada irônica.

— Pois é. Mas desde quando isso importa para o nosso pai? Ele já decidiu. Ou eu me caso, ou ele me tira da frente da empresa e coloca você no meu lugar.

Eduardo respirou fundo.

— E o que você vai fazer?

Damon encarou o irmão com um olhar sério.

— O que você acha? — Ele riu sem humor. — Parece que não tenho escolha.

Rosalind observou o marido entrar na mansão e logo se aproximou, já percebendo pelo semblante que algo havia acontecido.

— Falou com Damon? — perguntou, cruzando os braços.

Roberto soltou um suspiro, entregando o paletó para um dos empregados.

— Falei. E vi Isadora lá.

O rosto de Rosalind fechou na hora.

— Essa garota de novo! Eu já disse que ela não serve para o nosso filho.

Roberto concordou com um aceno de cabeça.

— Não se preocupe. Eu resolvi isso hoje.

Rosalind arqueou uma sobrancelha curiosa.

— O que fez?

Roberto se aproximou, com um olhar firme.

— Arranjei um casamento para Damon. Ele vai se casar com a filha caçula de Ricardo Petrova, Aisha.

Por um momento, Rosalind ficou em silêncio, absorvendo a informação. Então, um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

— Ótima escolha. — Ela fez uma pausa e depois completou: — Espero que isso finalmente afaste Isadora de vez.

Roberto pegou um copo de uísque que o mordomo havia servido e tomou um gole antes de responder:

— Vai ter que afastar. Já dei minha ordem a Damon. Ele tem até o fim do dia para terminar com a Isadora.

Rosalind assentiu, satisfeita.

— Era isso que deveria ter sido feito há muito tempo.

Roberto se acomodou no sofá da ampla sala da mansão, sentindo o peso das decisões que havia tomado naquele dia. Rosalind, sempre atenta, trouxe uma taça de vinho e entregou a ele, sentando-se ao seu lado.

— Afinal, você acha que Damon vai aceitar sem problemas? — ela perguntou, observando o marido levar a taça aos lábios.

Roberto soltou um leve suspiro antes de responder:

— Ele não tem escolha. Ou se casa com Aisha Petrova ou coloco Eduardo na frente dos negócios.

Rosalind sorriu de lado.

— Damon sempre foi orgulhoso, mas ele sabe que você não brinca com essas coisas.

Roberto girou vinho na taça, pensativo.

— Espero que ele entenda logo. Esse casamento será benéfico para todos nós.

Rosalind apenas assentiu, satisfeita.

— E Ricardo Petrova? Como ele reagiu?

— Aceitou sem hesitação. Ele parece não se importar muito com a filha caçula.

Rosalind arqueou a sobrancelha.

— Isso pode ser um problema ou uma vantagem. Se Aisha não tiver o apoio do pai, pode ser uma esposa mais submissa ou mais rebelde.