NOSSO PRIMEIRO BEIJO...

Sempre fui cética quanto às demonstrações exageradas de afeto, mas naquele dia, tudo se transformou em algo inesperado. Eu estava no corredor, conversando com minhas amigas sobre o próximo jogo, quando vi Theodor se aproximar com aquele olhar meio nervoso que parecia diferente do seu habitual.

“Tá perdido garoto ovelha?” – tentei alegra-lo, me afastando das outras líderes de torcida que cochichavam, elas ainda não entendiam minha nova amizade com Theodor.

Mas depois que a minha mãe se foi, ele e Bianca foram os únicos que estenderam a mão amiga, sem olhar com pena.

Ele soube esperar o meu momento de sair do meu casulo e voltar a viver, ou melhor renascer das cinzas.

A minha nova tatuagem no pescoço que fiz junto com Bianca, era um sinal disso.

“Rosana, eu...” – ele me olhou como se estivesse perdido em sua mente, mas fim disse quase que apressado: “Queria saber se você toparia sair comigo.”

“Claro, cinema depois do jogo?” – eu não entendi seu desconforto, já fomos tantas vezes no cinema.

“Quero dizer um encontro de verdade Rosana. Eu quero ser mais que seu amigo.”

Ele disse.

No primeiro minuto pareceu estranha a ideia de ter Theodor como namorado.

Mas no próximo, no próximo minuto pareceu como se fosse algo que já tinha desejado por muito tempo, mesmo que inconscientemente.

Mas quando o alarme do colégio soou, eu tive a certeza do que eu queria, mas é claro, eu não iria facilitar para ele.

Com  um sorriso brincando nos lábios, só consegui dizer: “Você terá que ser melhor que isso garoto ovelha.”

“Oque você espera?” – ele disse quase desesperado, quando me viu me preparar para sair até a aula.

“Me surpreenda.” – eu sorri.

“Acho que tive uma ideia.” – ele saiu correndo.

Naquele momento, não imaginava o que ele estava pensando.

O dia havia sido repleto de risos e conversas, mas a verdadeira surpresa estava por vir. Mais tarde, durante as comemorações da vitória na frente da escola, algo chamou minha atenção.

Uma melodia começou a ecoar pelos alto-falantes, e meus olhos se arregalaram ao ver Theodor no centro de tudo – vestido de ovelha, cantando dançando Only less girl de Justin Bieber.

Ele cantava a minha música favorita com uma paixão que não podia fingir.

Eu me senti dividida entre o riso e a admiração. Enquanto a turma inteira se divertia, meus sentimentos mudavam. Lá estava ele, desafiando o comum, transformando o absurdo em um gesto de coragem e dedicação. No meio dos aplausos e dos olhares surpresos, algo em mim se derreteu. Eu via não apenas o garoto que me desafiava com palavras, mas alguém capaz de se arriscar para me mostrar o quanto se importava.

Quando terminou, um silêncio pairou por um segundo antes da explosão de aplausos e gritos. Theodor, ainda de fantasia, desceu do palco e foi até mim.

“E então? Foi surpreendente o suficiente?” – ele falou pra que todos pudessem ouvir.

Minha vontade era sair correndo de vergonha, mas por fim só balancei a cabeça, rindo.

“ Você é completamente maluco… Mas sim. Eu vou ao cinema com você.” – eu respondi acanhada, mas Theodor fez toda a atenção voltar pra ele quando fez sua dança da vitória.

Naquela noite, quando combinamos de ir ao cinema, o clima era de expectativa e nervosismo. Sentada ao lado dele, a penumbra da sala parecia amplificar cada batida do meu coração. O filme passava, mas meus pensamentos estavam só em nós dois, naquele silêncio compartilhado que dizia mais que mil palavras.

Às vezes ele me olhava, quase toda hora.

E  nem disfarçava!

Inquieta, olhei para ele questionando.

Ele apenas sorriu de lado e olhou para os meus lábios e depois nos meus olhos me pedindo.

Foi então que, de forma inusitada, o telefone de uma garota na fileira de trás tocou. O som inesperado pareceu marcar o momento: antes que pudesse processar qualquer pensamento, senti o calor de seus lábios nos meus em um beijo tímido e sincero. Foi breve, mas naquele instante, tudo fez sentido. A ousadia de um garoto vestido de ovelha, o desafio que lhe lancei, e agora aquele beijo que selava o começo de algo novo e surpreendente.

Enquanto me afastava, com um sorriso ainda tremendo de emoção, percebi que, às vezes, o inesperado tem o poder de mudar tudo – de transformar uma simples proposta em um dos momentos mais inesquecíveis da minha vida.

Eu despertei com a sensação de estar envolta em um calor aconchegante. A luz suave da manhã filtrava pelas cortinas, desenhando sombras tranquilas no quarto, mas o que realmente me tirou do sono foi o toque leve de um braço em minha cintura. Lentamente, me virei, com o peito apertado de surpresa.

Ali estava Theodor, ainda adormecido, o rosto tranquilo, os cabelos bagunçados, como se o tempo tivesse parado desde a noite anterior. Eu pisquei, tentando organizar os pensamentos que ainda pareciam uma bagunça em minha cabeça.

O que estava acontecendo?

Como eu fui parar ali, ao lado dele, no mesmo quarto?

A lembrança veio, como um raio. A festa, no carro beijo. Meu sonho...

Minha primeira memória que voltou foi do nosso primeiro beijo.

Meu coração disparou ao recordar a intensidade daquele momento, o jeito como ele se aproximou de forma tímida e, finalmente, me beijou com aquela sinceridade que havia me deixado sem palavras. A sensação de seus lábios nos meus, o calor, a doçura...

Não resistindo, olhei para ele de novo. O que significava acordar ao lado dele? A dúvida começou a se instalar, misturada com a surpresa de perceber que, de alguma forma, me sentia bem ali, como se tudo tivesse acontecido de maneira natural. Mas, claro, as perguntas ainda pairavam no ar.

O que aquilo significava para mim? O que ontem  significava para nós ?

Eu não me atrevi a me mexer muito, com medo de acordá-lo. Apenas fiquei observando, tentando encontrar alguma pista nos pequenos detalhes — como a maneira como ele respirava suavemente, a expressão tranquila em seu rosto — algo que me ajudasse a entender o que estava acontecendo entre nós dois.

De repente, Theodor se mexeu, murmurando algo em um sono ainda profundo. Seus olhos se abriram, um pouco confusos, e então se fixaram em mim. O sorriso que surgiu em seu rosto foi quase tímido, mas ao mesmo tempo, cheio de algo mais, como se estivesse compartilhando uma piada interna que só nós entendíamos .

“Bom dia,” ele disse, a voz rouca pela manhã, ainda com um resquício de sono.

Na hora, eu senti meu coração bater mais rápido, e a memória do beijo voltou com força. Como eu não sabia exatamente o que dizer, apenas sorri e respondi: “Bom dia...”

Por um momento, ficamos ali, em silêncio, os olhos trocando mensagens que nem ambos tinham plena consciência de que estávamos trocando. Até que eu, com um sorriso mais confuso do que qualquer outra coisa, falei, ainda tentando processar tudo:

“Eu... Eu realmente não sei o que dizer.”

Ele se sentou um pouco, apoiando os braços atrás de si, ainda com um sorriso travesso nos lábios. “Não precisa dizer nada. Só... saber que você me deu um motivo para acordar com esse sorriso...”

O comentário foi simples, mas me fez engolir em seco. Eu não sabia o que aquilo significava. O que significava acordar ao lado dele depois de um beijo que parecia tão significativo, mas que, ao mesmo tempo, parecia surgir de um lugar que eu mesma ainda não entendia. A dúvida permaneceu, mas, pela primeira vez, a dúvida não me incomodava

ESSA CENA DELES ADOLESCENTES NO CINEMA 😍

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Comments

Gatita 😽

Gatita 😽

aí que fofinho ele cantando o Justin 😻

2025-03-18

1

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