Acabou que não houve beijo.
Emily puxou-me para a pista de dança, animada, alegando que a música era boa demais para ficar parada. Theodor ficou para trás, acompanhando Victor até a área VIP. Senti um frio na barriga ao ver Theodor se afastar, mas a música e o ambiente vibrante começaram a me envolver. No início, estava tímida e sem jeito, mas, conforme a terceira música tocava e a segunda garrafa de cerveja desaparecia, percebi que estava me divertindo.
Dançar não era meu forte, e eu sabia disso. No entanto, parecia que ninguém se importava, então, deixei de lado a insegurança e comecei a rodopiar pela pista. Emily estava ocupada beijando um cara que não conhecia, então me vi sozinha, perdida na dança.
Foi então que percebi que alguém me observava. Procurando entre os corpos suados e dançantes, encontrei Theodor, encostado no balcão. O coração acelerou ao me aproximar dele. Pedi outra garrafa no bar que agora estava mais vazio, mas não consegui ouvir o que Theodor disse por causa da música alta.
“Obrigada,” - Agradeci ao bartender, depois me virando para ele, me aproximei. “Como? Não entendi.”
Um sorriso de canto apareceu em seus lábios, e ele se aproximou mais ainda, tirando uma mecha de cabelo da minha orelha. “O que achou? Está gostando?” - Aquele toque me arrepiou.
O que era isso? A bebida, talvez. Coloquei a garrafa no balcão, tentando me concentrar.
“Apesar da música alta, é um ótimo lugar,” respondi, tentando ser leve.
“Sabia que ia gostar.”- Ele sorriu e, assim que a nova música começou, estendeu a mão para mim, puxando-me para a pista.
“Eu não sei dançar essas músicas.” tentei protestar, mas ele me interrompeu.
“Eu vi você dançando.”
“Mas aquilo não era dançar; só estávamos balançando.”
“Eu te mostro.” - ele disse, colocando-me de costas para ele. Suas mãos firmes na minha cintura me fizeram sentir uma onda de coragem. Ele começou a guiar meus movimentos, e, ao ouvir a letra da música, percebi a ironia na situação.
A música soava vibrante e romântica, e eu sentia cada batida dentro de mim. Theodor se aproximou mais, seus dedos deslizando por meu cabelo, deixando uma parte da minha nuca descoberta. O toque dele era suave, e eu sentia meu coração acelerar quando ele começou a beijar meu pescoço. O mundo ao nosso redor desapareceu, e tudo que importava era nós dois.
A música parecia falar de nós, e, quando ele me virou para encará-lo, meus olhos se fecharam em um sorriso. Ele puxou-me para mais perto, e, enquanto nossos corpos se chocavam, uma sensação leve e eletrizante percorria meu corpo.
Coragem tomou conta de mim, e, sem pensar, comecei a beijar sua mandíbula até o canto dos seus lábios. Eu não sabia o que estava fazendo, mas a vontade era incontrolável.
Então, um grito me tirou do transe. “Théo!” era Emily, e, atônitos, nós dois nos afastamos.
“Seu primo é um bronco! Aquele cara está querendo arrumar briga com um carinha que eu estava dançando.”
“O que aconteceu, Emi?” Theodor tentou se recompor.
“Aquele merda do seu primo!” Emily estava visivelmente chateada.
Theodor pegou sua bebida e, em um gole só, partiu para ajudar a amiga. Senti uma pontada de tristeza ao vê-lo ir, mas logo me lembrei do que estava acontecendo com Emily e Daniel, e acompanhei.
A tensão pairava no ar quando Theodor e eu observamos a confusão.
“Parou, parou!” – Theodor entrou no meio dos dois para separar.
"Me deixa, Théo eu vou mostrar para esse almofadinha o porque de não mexer com o que é meu!” - respondeu seu primo que estava vermelho de raiva.
"Eu não sou sua."- Emi retruca e Daniel a fuzila com o olhar. "Já te disse que não sou seu brinquedinho que você pode brincar quando quer!"
"Nunca disse que era." - Daniel explicou se esquecendo da briga.
"Não precisa dizer, suas ações falam por si."- ela enxugou uma lágrima que caía em sua bochecha, bem diferente da mulher espoleta que eu a pouco tempo havia conhecido.
"Prometo nunca mais fazer isso."- Daniel segurou o rosto de Emily já rendida, nem aí para o outro cara que saia da boate.
"Acho que é nossa deixa. Eles parecem já se resolveram.” – Theodor segurou a minha mão, acompanhando-me para fora da boate.
"Eles parecem um casal de livros de romance." - eu sorri envergonhada, acompanhando ele até o carro.
"O Daniel tem um jeito meio galinha para um herói de romance."- ele ligou o carro quando já estávamos dentro.
"Um badboy. Isto é o apaixonante da história, ele muda por ela. Ela tem o poder de mudar aquele cara todo errado."
"Então foi por..." -ele começou, mas se interrompeu. "Entendo." - se limitou a dizer, mas a leveza da noite parecia ter evaporado.
No carro, o clima ficou pesado.
"Pode entrar, vou ficar um pouco aqui." – Theodor fechou os olhos e recostou a cabeça no banco, depois de deixar o carro no estacionamento da casa da avó.
“Não entendo por que você ficou frio comigo de repente. Estávamos conversando numa boa.” - falei, confusa.
“Por favor, não vamos falar sobre isso,” ele respondeu, sem me olhar.
A culpa começou a apertar meu peito. Sabia que algo estava errado, e talvez eu tivesse uma parcela de culpa. Um impulso maluco tomou conta de mim. Peguei meu celular, tremendo de ansiedade, e, ao apertar o nome dele, a música que compartilhamos começou a tocar.
Ele suspirou, ainda triste. A minha barriga parecia conter um pedaço do Polo Norte. O que eu realmente queria era fazer Theodor feliz, mas não sabia como.
Sem pensar, avancei em sua direção assim que a música atingiu o refrão. O beijo começou com um selinho demorado, surpreendendo-nos, mas logo se transformou em algo mais intenso. As mãos de Theodor seguravam minha cintura, e eu me perdia em sua presença.
“Se concordar, vamos avançar mais...” – ele abaixou o rosto sugando meu pescoço, me deixando ainda mais louca de desejo.
“Não estou pronta ainda.” – eu admiti por mais que estava com vontade de conhecer esse ‘avançar mais’. Se o beijo, que era um puta beijo me deixou sem fôlego, imagina esse ‘avançar’ !
“Tudo bem;” – ele sorriu. “Não sei como estou feliz por isso, eu queria e te quero tanto ainda.” – ele me beijou.
“Fazer o que, algumas coisas nunca mudam.” – sorrindo peguei o celular e coloquei a música para tocar e o puxei pela camisa para mais perto e iniciei novamente o beijo.
Isso era viciante demais e nos beijamos até que a bateria do meu celular se esgotou.
Quando tudo terminou, estávamos sorrindo, colados um ao outro, e Theodor decidiu me acompanhar na cama, dizendo que não queria dormir sozinho.
Mas não antes de deixar claro que era só para dormir agarradinho. E eu sorri aliviada, ele aceitava que eu ainda não estava pronta para o próximo passo.
Deitados juntos, eu suspirei aliviada antes de dormir, porque naquele momento, tudo parecia certo.
MAIS IMAGENS DO NOSSO CASAL...
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Gatita 😽
eita que eles tavam animadinhos /Doge/
2025-03-18
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