Ao chegarmos em frente à boate, hesitei, paralisada pela ansiedade. O que eu estava fazendo ali? Tinha lido sobre aquele lugar e visto vídeos, mas nada se comparava à realidade que se desenrolava diante de mim. O brilho das luzes neon, os sons pulsantes da música e as pessoas dançando em um frenesi colorido me deixavam atordoada.
"Você acha que estou exagerada? Ou normal demais?" perguntei a Theodor, senti-me um pouco deslocada.
Ele me olhou de baixo para cima, e o calor subiu pelo meu rosto. "Já disse milhares de vezes que você está linda. A roupa ficou ótima."
Era incrível como Theodor sempre sabia dizer as palavras certas. O jeito como me olhava fazia meu coração acelerar. Era fácil entender por que tinha me apaixonado por ele. Sorri, tentando esconder a hesitação que ainda me perseguia, e entrei na boate ao seu lado, a ansiedade começando a se transformar em excitação.
Entrando, a boate me envolveu com sua energia vibrante. Luzes piscavam em cores que pareciam dançar, e a música vibrava nas minhas veias. Eu estava tão imersa na novidade que mal percebi quando Theodor me conduziu até uma mesa onde estava seu irmão e alguns amigos.
"Olha lá, o pessoal," ele disse, e eu o segui, observando o ambiente ao redor. As pessoas pareciam tão seguras de si, enquanto eu lutava contra a insegurança que me acompanhava.
"E não é que ele veio mesmo!" Um moreno com cavanhaque me cumprimentou, mas eu mal conseguia me concentrar nas suas palavras. Em vez disso, meu olhar se perdia nas cores vibrantes e na música que preenchia o ar.
Sentindo-me um pouco invisível, permaneci ao lado de Theodor enquanto ele cumprimentava todos. A atenção que deveria ser voltada para mim parecia se dispersar. Então, uma mulher ruiva de cabelos curto de vermelho bem intenso , que parecia tão à vontade, esbarrou em mim, derrubando um pouco da sua bebida.
"Desculpa, foi totalmente sem querer... Juro," a moça disse, apressada.
"Não, tudo bem," respondi, tentando manter a calma, enquanto ela se esforçava para limpar a mancha na minha blusa. O olhar de preocupação dela só fez eu me sentir mais exposta.
"Quer ir embora?" Theodor perguntou, a cautela na sua voz me deixou nervosa.
"Não vamos estragar a noite logo cedo. Viemos aqui para nos divertir, só preciso me limpar. Onde fica o banheiro?" Não estava pronta para desistir. A noite prometia ser divertida, e não deixaria uma mancha estragar isso.
"Eu vou com você!" A mulher que me derrubou disse, levantando-se rapidamente.
"Obrigada... como você se chama?" Olhei para Theodor, esperando uma dica.
"Emily, ela é irmã do Victor," ele murmurou enquanto me beijava a testa e sorria. O gesto me trouxe um conforto inesperado.
" Emilly." -falei envergonhada, por esquecer seu nome. "Só preciso saber onde fica o banheiro." - olhei à minha volta, perdida.
"Vamos, eu te ajudo," disse Emily, puxando-me pelo braço em direção ao banheiro. " - " A propósito a gente não se conhece ainda, mas pode me chamar de Emy."
"Nossa sério, foi meio que um alívio saber que você não surtou," ela disse, entregando mais papel toalha à medida que entrávamos.
"Apenas manchou, não é grande coisa. Acontece," respondi, olhando para a blusa sem esperança de que algo pudesse ser feito.
"Não é grande coisa, sério? Porque não é o que ouvi falar de você. Todos me alertaram que você era uma cadela surtada e infeliz."
O que? Meus olhos se arregalaram. "Todos acham que sou uma cadela surtada?"
"E infeliz... Você vai surtar agora, não vai?" Ela percebeu que havia se metido em um buraco e tentou se retratar.
"Não! Sabe por quê? Porque eu não sou uma cadela surtada... você também acha?" - olhei para ela hesitante.
"Não! Quer dizer, até pensei por um instante, mas agora sei que você é inofensiva," ela sorriu, e eu não pude deixar de rir.
"Obrigada, eu acho." respondi, me sentindo um pouco melhor.
"Bom, vamos? A minha blusa vai precisar de uma lavagem para sair." - sugeri.
"Não, você não pode sair assim," Emily disse, bloqueando a porta enquanto procurava algo em sua bolsa."Tenho uma coisa que vai te ajudar. Se você tivesse sido uma escrota, eu te deixaria assim, mas como agora gosto de você, posso te emprestar."
"Obrigado, mas isso não vai ajudar," murmurei, olhando para o pedaço de pano rosa neon que ela estava segurando.
"Não é um sutiã boba, é um croped," ela revirou os olhos.
"Croped? Sei lá o que isso significa, mas acho que é pequeno demais para cobrir algo." Enruguei o nariz, não tendo certeza se queria experimentar.
"Croped é tipo um top e está na moda. Vai super combinar com a sua saia jeans." Ela empurrou o tecido em direção a mim, insistindo. "Veste primeiro antes de julgar."
Com relutância, vesti o tal croped e me admirei no espelho. "É muito curto, Emi! Não posso sair assim!"
"Claro que pode, ficou super da hora em você! Até valorizou suas curvas." Ela riu, e eu senti o calor subindo pelo meu rosto.
"Vamos! Tenho que pegar uma bebida, a minha garganta já está seca!" - Emily puxou-me para fora.
"Claro." - Sorrindo, seguindo ela até o bar.
"Espera aí que eu vou entrar nessa fila." - Ela se foi espremer entre as pessoas que esperavam na fila desorganizada, desaparecendo em meio à multidão.
"Oi." a voz de Theodor me fez voltar a atenção. Olhei para trás e quase não o reconheci, com o rosto, ombros e braços todo pintado de verde neon
"O que são essas cores?" - perguntei, divertindo-me.
"Meu irmão decidiu zoar com a minha cara," ele fez uma careta que me fez rir.
"Ficou bom. É meio abstrato, mas legal," disse, e a maneira como ele tocou em meus ombros me fez corar.
"Gostei da sua blusa nova," ele comentou, e meu coração disparou.
"Sabia que você iria gostar." - Emily interveio, e o clima entre nós mudou, tornando-se um pouco mais constrangedor.
"Aí, meu Deus, vocês têm mesmo uma filha? Parecem dois virgens! Toma aqui, Rosana, você tem cara de quem toma Skol Beats." - Emily disse, me entregando uma garrafinha.
"Hum... Obrigada." respondi, desviando o olhar de Theodor. "Legal, a garrafinha é em formato de 's'."
"Nunca tomou?" - Emily perguntou, incredulamente.
"Não que eu saiba." - balancei os ombros, me sentindo um pouco envergonhada.
"Experimenta, tem gosto de ice." - ela disse, e eu hesitei, mas acabei levando a garrafa até os lábios.
"Gostei. É suave e refrescante." - admiti, e Theodor sorriu com um brilho de aprovação nos olhos.
Feliz, dei outro gole, só que bem mais longo.
"É, mas tome cuidado. Você sabe que é fraca para essas coisas." - ele disse, segurando meu braço quando a garrafa estava a meio caminho.
"Deixa a garota, Théo! Viemos para nos divertir, não viemos?." - Emily tentou enfiar a garrafinha na boca dele, e eu ri com a cena.
Theodor se escondeu atrás de mim, e eu me surpreendi ao notar como ele me fazia sentir aquecida e nervosa ao mesmo tempo.
"Está com frio?" - ele sussurrou, passando as mãos pelos meus braços, e um arrepio percorreu minha espinha.
"Um pouco." - respondi, comprando a desculpa e suspirando, sentindo-me mais à vontade perto dele.
"Acho que isso vai funcionar," ele disse, me abraçando por trás.
"Obrigada," murmurei, corando.
"Tudo por você," ele se inclinou um pouco mais de perto, e nosso nariz se tocou. Meu coração se acelerou e batia tão forte que parecia que ele também poderia ouvir.
Ele iria me beijar? Torci para que sim.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Gatita 😽
Aí que linda a Rosana tá 😽 fiu fiu
2025-03-18
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