Era um dia quente de primavera, e a equipe de futebol da escola estava se preparando para o grande jogo no próximo fim de semana. Como líder de torcida, eu e as outras meninas estávamos na arquibancada, descansando após horas de ensaio. O clima estava animado, mas eu não conseguia me sentir da mesma forma.
Então, de repente, apareceu uma ovelha colossal e desajeitada. Eu me encolhi ao ver Theodor entrando, vestindo uma fantasia que mal cabia em seu corpo alto e magro.
"Nossa, que baboseira," - pensei, torcendo o nariz. Ele estava lá, com aquele sorriso largo no rosto, falando animadamente sobre como o time tinha chances de ganhar. Eu não podia deixar de resmungar: "Nossa, pra que tanta animação?"
"Ele realmente acha que ser o mascote do time vai fazer dele mais popular?" Eu lancei um olhar desdenhoso para ele, junto com as outras líderes de torcida. "Isso é ridículo."
"Ah, vai dizer que você não acha que ele é meio... divertido?" - Bianca, minha melhor amiga me provocou, levantando uma sobrancelha, ela sabia que que eu não o suportava.
"Divertido? Eu diria que ele é um completo idiota," - retruquei. Mas, ao mesmo tempo, não pude deixar de notar o jeito desajeitado de Theodor tentando se encaixar no grupo.
Era impossível não me sentir um pouco divertidamente irritada com isso.
Assim que todos foram saindo do estádio, decidi ficar mais um pouquinho. Era a minha tentativa de encontrar um pouco de paz e sossego. Ou pelo menos, era isso que eu pensava.
"E aí, Rosana! Você está animada para o jogo? Vai ser incrível ver a ovelha Benny pela primeira vez em ação!" A voz animada de Theodor me fez suspirar. Como ele podia ser tão otimista?
"Você quer dizer, uma ovelha que faz papel de palhaço?" respondi, cruzando os braços e lançando um olhar desdenhoso. "Boa sorte com isso. Sério, isso vai ser ridículo."
"Você só diz isso porque não tem senso de humor!" Theodor provocou, fazendo uma careta. Eu queria sentir raiva dele, mas a verdade era que sua determinação me intrigava um pouco. "Venha, você sabe que vai se divertir. Não vai ficar só em pé segurando os pompons, vai?"
"Eu sou a líder de torcida, não uma fã do seu show de horrores," respondi, tentando manter a postura, mas a vontade de sorrir estava quase incontrolável.
"Ah, para! O que pode dar errado?" Ele riu, fazendo uma dança desajeitada que me fez querer rir, apesar de mim mesma. "Olha só! Ninguém resiste a uma ovelha dançante!"
"Você tem certeza? Porque eu acho que vai ser o único a passar vergonha," eu disse, mas a verdade era que eu me divertia com a ideia.
"Eu prometo! Vou ser só o mascote mais incrível que você já viu. E quem sabe, talvez você até sinta um pouco de orgulho." Theodor tinha esse jeito otimista que, de alguma forma, era contagiante.
"Orgulho? Nessa fantasia? Sonha, garoto ovelha!" Eu ri, tentando parecer indiferente, mas uma parte de mim estava realmente curiosa sobre o que ele tinha planejado.
"Claro! E quem sabe, você pode acabar gostando de mim!" Ele deu um passo mais perto, e eu senti um frio na barriga. Como ele podia ser tão confiante?
"Como se eu fosse gostar de você só porque você veste um traje de ovelha," retruquei, tentando manter a postura, mas meu coração estava traindo a minha razão. "Você é insuportável."
"Insuportável, mas ainda assim irresistível," ele provocou, e eu não pude evitar um sorriso involuntário.
"Se você fosse um pouco menos atrapalhado, talvez a gente pudesse ser pelo menos amigos," meu tom foi desafiador, mas uma faísca de diversão se escondia por trás de minhas palavras.
"Então, que tal irmos juntos ao jogo? Eu prometo que não vou envergonhar você." A sinceridade nos olhos dele era inegável.
Eu hesitei, mas então decidi ser direta. "Só se você parar de ser tão... você."
"Desafio aceito! Eu vou ser a melhor ovelha de todos os tempos!" Ele exclamou, claramente animado.
Era assim, entre provocações e risos, que eu me lembrava das minhas interações com Theodor na época do colegial. Não como agora, nos fazendo café da manhã enquanto interagia com Lunna como um pai responsável, mas como dois adolescentes tentando encontrar seu lugar no mundo.
"Você está me olhando estranho." Ele sorriu pra mim, voltando para a mesa do café depois de colocar desenho para Lunna assistir, me tirando do devaneio.
"Apenas chocada por você ser você," falei sem pensar. Ao perceber seu olhar confuso, continuei: "Nós nos odiávamos na época do colégio, e agora estamos casados."
"Nós não nos odiávamos. Eu pelo menos era ao contrário. E você, apenas mantinha uma certa resistência formidável no começo."
"Uma resistência formidável?" ri ironicamente, segurando meu copo de suco de laranja. "Então quer dizer que era apaixonado por mim naquela época?"
"Eu achei que fosse bem óbvio." Ele sorriu calmamente, colocando café para si. "Rosana, entrei no time como mascote para poder interagir mais com você."
"Eu achava que você apenas gostava de me tirar do sério!" chiei, surpresa.
Ele apenas sorriu de lado. "Confesso que era estimulante te provocar," disse ele, olhando nos meus olhos. "Mas não mudava o que eu sentia por você."
"Eu sei que é muito clichê, mas como você pode se apaixonar por mim? Você tinha as meninas do ensino médio inteiro aos seus pés. Mesmo com aquela fantasia idiota de ovelha, elas te veneravam." Revirei os olhos com a lembrança, mas voltei ao meu olhar sério em busca de respostas. "E você me escolheu, por quê? Porque eu?"
"Oh, eu já esperava por essa pergunta. Você mesmo me perguntou antes do nosso primeiro beijo." Ele tomou um gole de seu café antes de continuar. "Na época, eu apenas te respondi com outra pergunta: por que não? Fico feliz por refazer minha resposta que pensei durante os onze anos que estamos juntos. Companheirismo baseia nosso relacionamento desde que nos conhecemos."
"Companheirismo?" perguntei, confusa.
"Sim, porque eu fui seu amigo fiel quando sua mãe se foi. E você me deixou entrar na sua vida, o que não fez com os outros que conheciam apenas a superficialidade. Isso me instigou ainda mais em você."
"Porque eu era um desafio?" questionei, cruzando os braços.
"Sim, também. Desde pequeno, via minha família amando seu companheiro. Nela nunca houve separação ou traição, e sempre foram muito unidos. Eu queria isso pra mim, essa união. Por isso, sempre me apaixonei rápido pelas garotas, e elas também faziam o mesmo. Você não. Você foi diferente. Claro, eu me apaixonei rapidamente como fiz com várias outras, e até hoje duvido se não era atração."
"No que eu era diferente?" perguntei.
"Você tinha essas barreiras que nem todos podiam entrar. Então tive que começar pouco a pouco para conhecer realmente a Rosana Alves. E, pela primeira vez na minha vida, não foi apenas uma paixão momentânea. Cresceu tanto que virou amor. Então a minha resposta é..." Ele segurou minha mão por cima da mesa. "Você não foi minha primeira paixão, mas foia que me fez conhecer o que é o amor de verdade."
...(*****De quando eles eram adolescentes...☺️*****)...
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Gatita 😽
Nossa ele é o mascote do time eu espero que continue contando a história deles na adolescência 😻
2025-03-16
3
EnanaRoja.
Muito bom, continue!
2025-02-11
1