Capítulo 16: Um Amor Que Cresce
O quarto estava silencioso agora, preenchido apenas pelo som suave da respiração da nossa filha. Eu a segurava nos braços, e a sensação era indescritível. Seu corpinho pequeno, envolto no cobertor, parecia tão delicado que eu tinha medo de apertá-la demais. Mas ao mesmo tempo, o amor que explodia dentro de mim era tão intenso que parecia impossível não querer segurá-la para sempre.
Eu olhei para Vicente. Ele estava sentado na cadeira ao meu lado, os olhos fixos em nós duas. Havia um brilho neles que eu nunca tinha visto antes, algo que misturava admiração, felicidade e talvez até um pouco de vulnerabilidade. Ele parecia um homem transformado.
"Ela tem seus olhos, Helena", ele murmurou, quebrando o silêncio. Sua voz estava carregada de emoção. "E... o nariz é meu, eu acho." Ele riu suavemente, passando a mão pelos cabelos bagunçados.
Eu sorri, sentindo as lágrimas começarem a se formar novamente. "Ela é a mistura perfeita de nós dois. É como se o universo tivesse nos dado um presente que a gente nunca imaginou que precisava."
Vicente se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e olhando para nossa filha com tanta ternura que eu quase perdi o fôlego. "Eu não sabia que era possível amar tanto alguém que acabei de conhecer." Ele estendeu a mão e acariciou a cabecinha dela com cuidado. "Mas eu amo vocês duas com tudo o que eu tenho, Helena. Você sabe disso, não sabe?"
Eu assenti, incapaz de responder com palavras. Meu coração parecia pequeno demais para comportar tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Era como se, pela primeira vez na minha vida, tudo tivesse encontrado o lugar certo.
Os dias seguintes foram uma montanha-russa de emoções. Cada hora parecia trazer algo novo — desde a descoberta de como trocar fraldas até os primeiros choros que me faziam correr pelo quarto como uma mãe de primeira viagem que não sabia o que fazer. Mas Vicente estava sempre lá, calmo e firme, me ajudando a navegar por esse novo mundo.
Certa noite, enquanto eu embalava nossa filha para dormir, Vicente apareceu na porta do quarto com dois copos de chá. Ele estava sem camisa, usando apenas uma calça de moletom, e parecia exausto, mas havia algo no seu sorriso que me acalmava instantaneamente.
"Você precisa descansar um pouco, Helena", ele disse, entrando no quarto e colocando os copos na mesinha ao lado. "Eu posso ficar com ela."
Eu balancei a cabeça. "Não consigo. Parece que, se eu fechar os olhos, vou perder alguma coisa. Ela é tão pequena, Vicente... E se eu fizer algo errado?"
Ele se aproximou e colocou as mãos nos meus ombros. "Você está sendo uma mãe incrível. Sério, Helena. Eu nunca vi ninguém tão dedicada. Mas você também precisa cuidar de si mesma. Deixe que eu a embale desta vez. Prometo que não vou estragar tudo."
Eu sorri, entregando nossa filha a ele com relutância. Ele a pegou com cuidado, como se ela fosse feita de vidro, e começou a andar pelo quarto, murmurando suavemente uma música que eu não reconheci. Foi então que percebi o quanto Vicente já estava conectado a ela. Ele parecia nascer para ser pai.
Sentei-me na cama, observando-os. Vicente tinha uma maneira única de fazer tudo parecer simples. Mesmo quando estava fora do campo de batalha, ele exalava uma confiança que me fazia acreditar que nada poderia dar errado enquanto ele estivesse por perto.
"Você sabe que ela vai ser mimada com você por perto, não é?" Eu brinquei, cruzando os braços.
Ele riu, olhando para mim por cima do ombro. "Mimada? Talvez. Mas acho que ela merece tudo de bom. E, para ser honesto, você também merece."
Seu olhar encontrou o meu, e por um momento, parecia que tudo ao nosso redor desaparecia. Era só nós dois, conectados de uma maneira que eu nunca imaginei ser possível. Vicente se aproximou, ainda segurando nossa filha, e sentou-se ao meu lado na cama.
"Helena", ele começou, com um tom sério que me fez prestar atenção. "Eu sei que tudo isso começou de um jeito inesperado. Sei que a gente não planejou nada disso. Mas eu não mudaria nada. Você e ela... Vocês são tudo para mim agora."
Eu segurei sua mão, apertando-a com força. "Eu sinto o mesmo, Vicente. Nunca imaginei que a vida me levaria até aqui, mas agora que estamos juntos, parece que tudo finalmente faz sentido."
Ele sorriu, inclinando-se para me beijar suavemente. E ali, com nossa filha entre nós dois, eu soube que o amor que compartilhávamos era real, sólido, e que seríamos capazes de enfrentar qualquer coisa juntos.
Os meses passaram rápido, e cada dia trazia uma nova descoberta. Vicente continuava sendo um parceiro incrível, sempre presente e disposto a ajudar. Ele se destacava tanto como pai quanto como homem, e eu não podia deixar de me apaixonar por ele mais a cada dia.
Uma noite, enquanto estávamos na varanda da nossa casa, observando o céu estrelado, ele segurou minha mão e olhou para mim com aquele olhar sério que eu já conhecia bem.
"Helena, eu nunca fui bom com palavras. Você sabe disso. Mas... você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. E eu quero que você saiba que vou passar o resto da minha vida tentando ser o melhor para você e para nossa filha."
Eu me inclinei para ele, sentindo as lágrimas começarem a se formar novamente. "Você já é o melhor, Vicente. Não precisa tentar. Nós te amamos exatamente como você é."
Ele sorriu, puxando-me para seus braços. E enquanto ficávamos ali, sob o céu estrelado, eu soube que nossa história estava apenas começando.
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Comments
Suzete Mendes Dos Santos
qual é o nome da menina?
2025-04-19
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