O vento frio da noite soprava pelas janelas abertas da mansão, fazendo as chamas das tochas dançarem. O peso da descoberta ainda pairava sobre Eira, tornando cada pensamento um labirinto sem saída.
Rowan não a pressionava. Ele simplesmente estava ali, firme como sempre, respeitando seu silêncio, aguardando o momento em que ela estivesse pronta para falar.
Eira olhava pela sacada, os olhos fixos na floresta adormecida. Seus sentidos estavam mais aguçados desde que libertara sua loba. O cheiro da terra molhada, o farfalhar das folhas ao longe, o pulsar das criaturas noturnas… tudo parecia mais vívido.
— Você está mais inquieta do que o normal. — A voz de Rowan soou atrás dela, suave, mas carregada de atenção.
Eira suspirou.
— Como eu deveria me sentir? Passei a vida inteira achando que era um erro, e agora descubro que sou herdeira de algo que nem compreendo.
Rowan se aproximou, parando ao seu lado.
— Você é muito mais do que isso.
Ela o olhou de soslaio.
— É fácil para você dizer. Você sempre soube quem era. Sempre teve uma alcateia que te respeitava.
Rowan soltou um riso baixo.
— Você acha que foi fácil para mim? Assumir um título tão jovem? Manter minha posição diante daqueles que duvidavam? Proteger meu povo mesmo quando tudo parecia desmoronar?
Eira franziu a testa. Nunca havia pensado nisso. Para ela, Rowan sempre parecera inabalável, um alfa que não conhecia o peso da rejeição.
— Eu apenas não demonstro minhas fraquezas — ele continuou. — Mas elas existem.
Ela desviou o olhar, encarando a lua que brilhava intensa no céu.
— E o que eu faço agora?
— O que sua loba quer fazer?
O coração de Eira acelerou. Desde que se transformara pela primeira vez ao lado de Rowan, sentia sua loba cada vez mais forte, mais presente. Mas a verdade era que ela ainda não sabia ouvi-la direito.
Rowan estendeu a mão, tocando a dela de leve.
— Venha comigo.
Ela hesitou, mas seu corpo já respondia antes de sua mente tomar uma decisão. Seguiu Rowan escada abaixo, atravessando os corredores silenciosos da mansão até a porta principal.
— Para onde estamos indo?
— Para onde sua loba quer ir.
Quando saíram para a floresta, Eira sentiu o instinto puxá-la. Seu corpo ansiava por algo que ela ainda não entendia completamente. Rowan a observava, atento a cada movimento.
— Feche os olhos — ele murmurou.
Ela obedeceu.
— Agora, escute. Sinta. Deixe que ela te guie.
Eira respirou fundo, permitindo que a presença de sua loba tomasse conta. Um calor percorreu seu corpo, e, sem pensar, começou a correr.
A terra sob seus pés, o vento em seu rosto… a liberdade.
E então, sem esforço, sua transformação aconteceu.
Sua visão ficou mais aguçada, seus sentidos explodiram em clareza. Seu pelo branco prateado refletia o luar enquanto ela corria ao lado de Rowan, que agora também estava em sua forma lupina.
E naquele momento, sem palavras, sem medos, sem barreiras… ela finalmente sentiu que pertencia a algum lugar.
Ao lado dele.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Claudia Claudia
digamos que essa alcatéia seja invadida o que ela vai fazer ????
2025-03-15
0
Valdenise Nunes
sim deixa ela destruir todos que fizeram mau para ela
2025-03-27
0
Carmilurdes Gadelha
Ela tem quê ter tudo o quê é dela por direito
2025-04-08
0