Capítulo 6: Revelações e Laços que Se Fortalecem

A luz do amanhecer invadia o quarto de Eira, tingindo as paredes com um tom dourado suave. Ela despertou com a sensação de calor e segurança que não sentia há anos. A lembrança do beijo de Rowan ainda estava vívida, como uma marca em sua alma. Ele havia saído antes do amanhecer, deixando apenas o leve perfume de sua presença no ar.

Eira se levantou, sentindo-se mais conectada consigo mesma. Sua loba estava desperta, inquieta, mas estranhamente calma, como se estivesse esperando algo. Ao se olhar no espelho, pela primeira vez, viu não apenas uma mulher rejeitada, mas alguém capaz de lutar por si mesma.

Do lado de fora, Guérda estava preparando o próximo passo para desvendar o mistério do passado de Eira e libertar de vez qualquer sombra que ainda pairasse sobre ela. Enquanto isso, Rowan convocava Kael e Lirian para uma conversa importante.

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A Tarefa dos Betas

Rowan estava em seu escritório, um grande salão com paredes adornadas por mapas de território e símbolos antigos das alcateias. Kael e Lirian estavam de pé diante dele, atentos.

“Vocês sabem o que precisam fazer,” Rowan começou, seus olhos brilhando com determinação. “Guérda mencionou que há uma possibilidade de encontrar respostas definitivas sobre o que aconteceu com Eira quando era criança. Precisamos provar que ela não foi culpada por aquilo.”

“E onde entra a gente nisso?” Kael perguntou, cruzando os braços.

“Vocês precisam encontrar Myra, a antiga curandeira da Alcateia das Sombras Eternas. Ela foi expulsa anos atrás por Ulrich, mas Guérda acredita que ela tenha informações que podem incriminar o verdadeiro culpado. Myra era próxima de Eira na infância e pode saber mais do que qualquer um.”

“E onde encontramos essa Myra?” Lirian perguntou, já ajustando sua capa de viagem.

“Ela foi vista no Território das Águas Negras. Não será uma missão fácil, mas confio em vocês.”

Kael sorriu, um brilho de desafio em seus olhos. “Não se preocupe, irmão. Vamos trazê-la. E, se alguém tentar nos impedir, terá que lidar com a nossa força.”

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Diálogos e Emoções

Enquanto os betas se preparavam para partir, Rowan foi ao encontro de Eira. Ele a encontrou no jardim, onde ela observava as flores que se inclinavam com o vento.

“Você está linda aqui,” ele comentou, aproximando-se.

Eira virou-se, surpresa, mas não se afastou. “É estranho... sinto que sou alguém diferente agora. Como se, finalmente, tivesse espaço para respirar.”

“Você é alguém extraordinária, Eira. Só estava presa às correntes do passado. Mas isso está mudando.”

Ela hesitou por um momento antes de perguntar: “Por que você está fazendo tanto por mim, Rowan? Você mal me conhece.”

Ele segurou sua mão, os olhos fixos nos dela. “Porque desde o momento em que a vi, percebi que você foi quebrada injustamente. Ninguém merece viver com tanto peso nas costas. E, além disso...” Ele fez uma pausa, escolhendo cuidadosamente suas palavras. “Meu lobo escolheu você. Quando estou perto de você, sinto algo que nunca senti antes.”

Eira engoliu em seco, sentindo as emoções se misturarem dentro de si. “E se eu não for quem você pensa que sou? E se o que dizem sobre mim for verdade?”

“Então vamos descobrir juntos. E, mesmo que seja verdade, não muda o que sinto. Você merece ser amada, Eira, com ou sem um passado perfeito.”

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A Libertação e a Visão

Mais tarde, Guérda iniciou o segundo ritual, desta vez para desbloquear as memórias mais profundas de Eira. Ela acreditava que parte da verdade ainda estava escondida, protegida por barreiras criadas para protegê-la do trauma.

Eira deitou-se em um círculo de runas, enquanto Guérda entoava cânticos antigos. Rowan estava ao seu lado, segurando sua mão, transmitindo força.

Quando as memórias vieram, foram ainda mais vívidas do que antes.

Eira viu-se novamente como uma criança, mas dessa vez, havia mais detalhes. Ela estava com o filhote de lobo, escondida na floresta. Porém, outra figura apareceu: um homem estranho, vestido com roupas pretas e olhos sombrios. Ele estava atrás do filhote, mas quando Eira tentou protegê-lo, ele jogou um líquido no chão que começou a queimar a terra.

“Você vai aprender que nada aqui é seu!” o homem rosnou, antes de desaparecer na escuridão.

O filhote correu em direção ao território da alcateia, onde os caçadores logo chegaram. Foi então que Eira percebeu que a emboscada não foi culpa dela. Ela era apenas uma criança presa em um jogo muito maior, orquestrado por alguém com intenções sombrias.

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O Despertar

Quando Eira abriu os olhos, estava tremendo. Mas, desta vez, não era de medo. Era de raiva.

“Eu lembro,” ela disse, a voz firme. “Não foi minha culpa. Foi aquele homem. Ele armou tudo para prejudicar a alcateia. E meu pai... ele sabia. Ele escolheu me culpar porque era mais fácil do que admitir que havia falhado como líder.”

Rowan segurou seu rosto, os olhos ardendo de determinação. “Então agora temos uma nova missão. Vamos encontrar esse homem e expor a verdade. Você não será mais o bode expiatório de ninguém.”

Eira assentiu, sentindo algo que não sentia há anos: esperança.

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