Capítulo 9: Sob a Luz da Lua

A noite descia lentamente sobre a mansão, trazendo consigo um silêncio acolhedor. Eira estava na varanda do quarto que dividia com Rowan, observando a lua cheia brilhar intensamente no céu. Desde que chegou, aquela foi a primeira vez que conseguiu sentir um pouco de paz, mas seu coração ainda estava confuso.

Rowan entrou no quarto, interrompendo seus pensamentos. Ele se aproximou dela, o olhar caloroso e protetor que sempre a desconcertava.

— A lua é linda hoje — ele comentou, a voz baixa e suave, mas cheia de intensidade.

Eira olhou para ele, tentando esconder o turbilhão de emoções que crescia dentro de si.

— Parece estar mais próxima do que nunca — respondeu ela, evitando encará-lo diretamente.

Ele se inclinou levemente, colocando uma mão no corrimão da varanda ao lado dela. Sua proximidade fazia seu coração bater mais rápido.

— Você está mais tranquila? — perguntou Rowan, seu tom repleto de preocupação genuína.

Eira assentiu, mas não conseguiu esconder completamente a vulnerabilidade em seus olhos.

— É difícil confiar que tudo vai ficar bem. Passei tanto tempo com medo que às vezes não sei o que fazer com... isso tudo.

Rowan ergueu uma das mãos, hesitante, mas finalmente tocou o rosto dela, acariciando sua bochecha com o polegar.

— Você merece mais do que apenas sobreviver, Eira. Quero que viva, que sinta. Comigo.

Ela sentiu seu corpo estremecer com as palavras dele, e um calor começou a surgir em seu peito. Olhou para ele, desta vez permitindo que seus olhos se encontrassem.

— Não sei como confiar nisso, Rowan...

Ele inclinou o rosto, a voz mais baixa, quase um sussurro.

— Então deixe-me te mostrar.

Rowan a beijou com delicadeza, como se temesse que ela recuasse. O toque era tão suave que parecia um sonho. Eira hesitou por um momento, mas logo sentiu seu corpo relaxar, cedendo ao calor que emanava dele. Era como se pela primeira vez alguém a visse, realmente a visse.

O beijo aprofundou-se gradualmente, mas sempre respeitando os limites que ela parecia não saber que tinha. Rowan a guiava com paciência, sem pressa, como se aquele momento pudesse durar para sempre. Quando finalmente se afastaram, ele encostou a testa na dela, ambos respirando rapidamente.

— Eu nunca vou te machucar, Eira. Nunca — prometeu ele, sua voz carregada de emoção.

Ela o olhou nos olhos, as palavras dele derretendo as barreiras que havia construído ao longo dos anos. Pela primeira vez, acreditou.

Quando a noite avançou, Rowan a levou para a cama, mas tudo o que fizeram foi se abraçar. Ele a segurou com ternura, seu corpo quente contra o dela, afastando todo o frio que ela sentia desde a infância. Não houve pressa, nem pressão. Apenas a segurança de que ali, nos braços dele, Eira poderia finalmente ser livre.

Eles se beijam novamente, um beijo calmo e duradouro, só afastaram, quando lhe faltaram ar.

E enquanto os dois adormeciam, os lobos dentro deles uivavam em perfeita harmonia, como se soubessem que um vínculo inquebrável acabava de ser selado sob a luz da lua.

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