Capítulo 16

Voltou!!!

Filha desnaturada!

Ela já estava com os olhos cheios de lágrimas novamente, e a minha raiva fervia como um vulcão prestes a entrar em erupção. Antes que eu pudesse colocar aquele homem no seu devido lugar, uma jovem que parecia ser a irmã de Aurora entrou na sala, ostentando um sorriso repleto de desdém.

– Olha só, causando confusão mais uma vez, Aurora? Você não se cansa de fazer nosso pai passar nervoso? Deveria se envergonhar. Um dia desses, ainda acaba matando-o!

A mãe, que até então permanecia em silêncio, levantou-se e caminhou em direção à outra filha. – Não se estressa, Rose. Você não pode. Deixe que seu pai lide com essa ingrata e com esse homem que ela trouxe.

Ah, como eu a desprezei! A irmã de Aurora não me agradava nem um pouco. Ela se fingia inocente, atacando com palavras venenosas enquanto escondia suas verdadeiras intenções sob um semblante de boa moça. Mas eu via através dela; suas expressões traiçoeiras denunciavam suas provocações.

– Creio que seja o momento de me apresentar. Eu sou...

– Eduardo? – Fui interrompido mais uma vez, desta vez por Diogo, meu sobrinho, cuja expressão era uma mistura fascinante de confusão e incredulidade. Ele olhava para mim e para Aurora como se estivesse tentando juntar as peças de um quebra-cabeça.

– Vocês se conhecem? – Rose perguntou com um olhar curioso que alternava entre nós dois.

– Se me derem a chance de explicar minha presença aqui, posso esclarecer tudo. Mas desde que entrei pela porta, ninguém permitiu que eu ou Aurora tivéssemos a oportunidade de nos expressar – declarei friamente, lançando olhares cortantes para todos os presentes.

– Então talvez seja bom que você se explique, Aurora! Nós chegamos e você não estava em casa; agora aparece com ele! O que estavam fazendo juntos? – Diogo questionou, sua voz transbordando confusão e medo.

– Acredito que você esteja questionando a pessoa errada; sua esposa é Rose, não eu!

— E é justamente sobre isso que viemos falar, Sr. e Sra. Valejo. Vim até aqui para pedir a mão da sua filha em casamento. — Esperei que eles absorvessem aquelas palavras; seus rostos estavam chocados, especialmente o de Diogo, cujas bochechas pareciam prestes a explodir de tanta raiva acumulada. — Sei que parece repentino, mas posso garantir que minhas intenções são as melhores.

— O quê? — O homem levantou-se nervoso, mas Rose segurou seu braço com firmeza.

– Papai, talvez seja melhor deixar ela se casar logo; assim ela nos deixa em paz para sermos felizes. Não quero viver sob o peso das pragas da minha irmã; garanto que ela nunca encontrará alguém tão bom quanto Diogo. O que vier já será uma bênção! Depois do escândalo que ela causou, duvido que tenha pretendentes no futuro! – Ela olhava para o pai como uma pessoa coberta de razão, segurando sua mão suavemente, e ele parecia se acalmar por conta do carinho dela.

Era evidente para mim que Aurora nunca foi bem tratada naquela casa; seus pais pareciam não se importar nem um pouco com sua dor.

Enquanto isso, ela permanecia em silêncio enquanto a irmã falava; Diogo a observava intensamente, seus olhos viajavam entre ela e eu.

– Bom, pensando dessa forma, minha filha tem razão: quem em sã consciência iria querer alguém como Aurora? Uma mulher que desonrou a família em público e sem nenhum arrependimento!

– Creio que meu prestígio e respeito sejam suficientes para silenciar qualquer um que ouse falar mal dela – respondi com firmeza, fixando meu olhar na irmã maldosa.

– Então você pode nos responder quem é você? – Rose perguntou com uma expressão desafiadora.

– Eduardo Bennett, esse é o nome dele. Disse Diogo.

– Obrigada, mas eu posso responder por mim mesmo. Sou CEO das empresas Bennet, Cassinos, Joalheria e outros empreendimentos, e para mim, seria um prazer e uma honra me casar com essa belíssima mulher. – Minhas palavras ecoaram no ar, enquanto segurava novamente as mãos de Aurora nas minhas, diante dos olhares perplexos de sua família, que parecia congelada em um misto de surpresa e incredulidade.

Rose estava ali, com o rosto distorcido pela raiva que não conseguia esconder. A inveja a consumia como um fogo ardente, revelando a verdadeira natureza que ela tentava disfarçar.

Aurora, a quem eu tanto admirava, estava em silêncio. Lágrimas escorriam por seu rosto, refletindo a dor de um momento que deveria ser de alegria. Finalmente, ela rompeu o silêncio:

- Já que estou desacreditada pelo meu comportamento... Por ter transformado o que seria meu casamento em um desastre, vou me casar com Eduardo. Ele me fez o pedido e eu aceitei. Peço humildemente desculpas por ter atrapalhado um momento tão íntimo da família de vocês. Estou saindo desta casa e da vida de vocês. Pensem que maravilha! Não precisarão mais viver com a vergonha da minha presença. Rose se casou com uma família de sobrenome de peso, alta sociedade.

Suas palavras cortavam como uma faca afiada. A dor dela era palpável, e mesmo assim havia uma determinação feroz na sua voz: "A partir de hoje, vocês estão livres da minha presença e da minha ajuda financeira. Vou poupar vocês de tudo." A ironia nas suas palavras era quase insuportável.

Ela olhou para Diogo e disse: "Ah! Diogo. Como você percebeu, serei sua tia. Família... um pequeno detalhe: Eduardo é irmão do Sr. Cássio." A tensão no ar aumentou ainda mais com essa revelação. "Bacana, estaremos em família... só que não! Eduardo é um bilionário bastardo! Não é mesmo, Diogo?"

Um silêncio ensurdecedor tomou conta do ambiente; as palavras dela pairavam no ar como uma tempestade prestes a se desabar. O choque na sala era palpável; cada membro da família parecia estar tentando processar a avalanche emocional que acabara de desabar sobre eles.

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