O silêncio no ambiente era cortante, tenso como uma corda prestes a se partir. O ar estava pesado, carregado de sentimentos não ditos e mágoas profundas. Rose, até então calada ouvindo o meu pai, ergueu o rosto determinado. Sua voz soou firme, não havia um traço de desespero escondido em suas palavras.
— Eu me caso! — Ela declarou, sua voz reverberando pela sala como um trovão em um dia ensolarado. — No lugar da minha irmã.
Todos os olhares se voltaram para ela, perplexos e incrédulos. A sala parecia encolher ao redor daquela declaração audaciosa. Diogo manteve a cabeça baixa, como se estivesse enfrentando uma tempestade que poderia arrasá-lo a qualquer momento.
— Nós dois nos amamos — continuou ela, sua voz tremendo levemente, mas cheia de convicção. — Só queremos ficar juntos. Se minha irmã permitir, viveremos nosso amor da maneira certa, com dignidade.
Mas por trás daquela determinação havia um turbilhão de emoções conflitantes. A presença fria e calculista daquele homem que ela conhecia tão bem pesava sobre seus ombros como uma sombra. Uma parte do coração dela se apertou ao pensar na ironia cruel da situação: o homem que amava estava agora se tornando acessível. Aquela manipulação era algo que ela jamais imaginaria enfrentar. Mas ela sabia que precisava lutar não apenas por ele, mas por ela e por tudo o que iria construir juntos.
O ambiente parecia pequeno demais para conter tantas emoções: raiva, traição e desespero dançavam no ar como um balé macabro. Cada palavra pronunciada era como um golpe certeiro em corações já fragilizados.
Mais um golpe atingiu meu coração já tão machucado, como uma faca cortando cada pedaço de esperança que ainda restava. Como ela teve coragem de me pedir algo tão cruel? Como minha própria irmã pôde desejar aquilo que era meu? O homem que eu amava agora se tornava o centro daquela batalha emocional sem fim. Era algo inimaginável; parecia saído de um pesadelo sem fim.
— Rose, não, isso não é o que você pensa… — tentei argumentar, mas minha voz saiu fraca e sufocada pela dor crescente dentro de mim.
— Será assim e ponto final! Vocês se casarão hoje e eu não quero ouvir mais nenhuma palavra! Já chega de vergonha para todos nós! — A voz firme e autoritária do pai de Diogo ecoou pelo ambiente como um trovão distante que se tornara realidade.
Olhei ao redor, perdida e traída enquanto minha irmã irradiava felicidade com um sorriso largo. Ela abraçava Diogo como se aquilo fosse a realização de um sonho muito esperado. Enquanto isso, meus pais assistiam à cena sem dizer uma única palavra em minha defesa; eram estranhos em seu silêncio cúmplice. Ela estava radiante, saltando como uma criança que acaba de ganhar o brinquedo mais desejado do mundo. Mas eu… eu chorava em silêncio. Cada lágrima era um grito silencioso de dor profunda e humilhação insuportável.
Minha alma parecia estar sendo arrancada do meu peito em pedaços dolorosos. O amor que eu sentia por Diogo agora se misturava à dor intensa de vê-lo ali aceitando tudo sem resistência alguma e à amargura da traição vinda de quem deveria ser minha maior aliada: minha própria irmã.
— Aurora, tire o vestido e dê para a sua irmã — a voz fria e cortante da minha mãe soou como um golpe final nas minhas esperanças desvanecidas. — Vou pedir ao motorista que te leve para casa; você não está em condições de ficar aqui.
Fiquei parada ali no meio daquela tempestade emocional atônita enquanto aquelas palavras retumbavam na minha mente como sinos funerários ecoando na distância. Era como se o mundo inteiro tivesse conspirado contra mim; agora eu estava sozinha com meu coração despedaçado e meu amor roubado.
A imagem dos dois juntos, começou a me assombrar: Diogo segurando a mão dela com carinho enquanto ela sorria para ele com aquele olhar cúmplice que costumava ser meu. Era uma cena insuportável; cada momento compartilhado entre eles era uma facada profunda na ferida aberta da minha alma.
Eu queria gritar; queria chorar até secar todas as lágrimas do mundo; queria fazer com que eles sentissem a dor excruciante que agora consumia cada parte do meu ser. Mas só consegui ficar ali paralisada pela incredulidade diante da crueldade do destino.
Minha irmã sempre foi aquela figura radiante em minha vida, pelo menos eu achava – cheia de sonhos e ambições – mas agora ela estava disposta a destruir tudo por causa daquele amor? O amor dela por Diogo realmente superava qualquer laço familiar? Eu mal conseguia processar essa ideia absurda enquanto tentava encontrar forças dentro de mim para lidar com essa traição devastadora.
A dor crescia dentro de mim como uma tempestade furiosa prestes a explodir em mil fragmentos. Queria entender o porquê disso tudo; queria entender onde havia falhado ao longo do caminho para chegar até aqui – neste momento agonizante onde tudo parecia ruir ao meu redor.
Enquanto observava Diogo sendo puxado para aquele futuro incerto ao lado da minha irmã – uma nova vida repleta de promessas e esperanças – percebi que o amor não é sempre suficiente para vencer as adversidades da vida; às vezes ele é apenas combustível para as chamas da traição e da desilusão.
E assim eu fiquei ali, perdida em meus pensamentos turbulentos enquanto o mundo continuava girando à minha volta sem se importar com as cicatrizes profundas que estavam sendo deixadas em mim naquele dia fatídico...
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Suzine Fatima
zNem a mãe de Aurora deu palavra de conforto prá ela ? Aurora tem que rasgar o vestido .quem quiser q faça outro e a mexerá da irmã q case noutro dia .Aurora tem q mudar de moradia e não ajudar mais a ninguém ninguém.
2025-02-22
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claudineia alves do prado maximiano
reprovo de mais sei k está terminada a obra por isso tô do pulando p ler o l interessa espero no preencho lindo k ler seu não tenha mais essa repetições se não não faz p ler ou seguir vc
2025-02-28
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Suzine Fatima
O povo de Aurora vão sentir na pele , pois a irmã dela não tem capacidade de tomar conta da empresa e muito menos o tal de Diogo .
2025-02-22
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