Meu coração parecia estar se quebrando em mil pedaços, cada batida um lembrete cruel da dor que dominava meu peito. A maquiagem, que levou horas para ser cuidadosamente aplicada, agora estava borrada pelas lágrimas que insistiam em cair, ignorando meus esforços para controlar. Mas, naquele momento, eu não conseguia me importar. Nada importava. Nem a maquiagem, nem o vestido impecável que eu havia escolhido com tanto carinho, nem o sonho que eu estava prestes a viver – ou pelo menos o que eu achava que seria um sonho.
A vontade de abrir aquela porta e acabar com toda aquela vergonha era avassaladora. Expor Diogo e Rose diante de todos, grita ao mundo a traição nojenta que eles cometiam. A raiva fervia dentro de mim como um vulcão prestes a entrar em erupção. Mas, como se algo invisível me segurasse, eu permaneci ali, imóvel. Ouvi claramente a voz de Diogo sussurrando entre os gemidos abafados: Essa será a última vez, eu prometo. Nunca mais faremos isso. Suas palavras eram como ácido, queimando minha alma já ferida. Como ele podia? Como minha irmã podia? A traição se espalhou por mim como uma sombra escura e sufocante.
Engoli o orgulho que restava, forçando-me a silenciar o grito que crescia dentro de mim. A cerimônia estava prestes a começar, e eles provavelmente já estavam terminando. Não havia mais nada que eu pudesse fazer naquele instante, a não ser fechar a porta silenciosamente e caminhar em direção ao jardim, onde os convidados aguardavam com sorrisos e olhares ansiosos, sem imaginar a tempestade que rugia dentro de mim.
O jardim estava perfeitamente decorado, como eu sempre sonhei. Cada detalhe planejado com tanto amor e cuidado agora parecia um cruel lembrete de como minha vida estava desmoronando. As flores vibrantes contrastavam com o cinza da minha alma; cada pétala parecia zombar do meu sofrimento. A família de Diogo, com seu status social elevado, havia contratado repórteres para cobrir o casamento. Membros da alta sociedade estavam espalhados entre os convidados, seus olhares brilhando de expectativa para o "grande momento".
Mas para mim, o grande momento já não significava nada. O peso do que eu acabara de presenciar esmagava qualquer esperança ou alegria que pudesse ter restado. Meu coração estava morto, despedaçado e incapaz de sentir qualquer coisa além de dor. Eu mal conseguia respirar sob o fardo da traição.
Caminhei até meu lugar com a postura impecável que minha família sempre exigiu de mim, mas por dentro eu estava vazia. Cada passo era um esforço monumental; me sentia como se estivesse atravessando um pântano profundo e lamacento. O olhar curioso dos convidados se fixou em mim enquanto eu passava; suas expressões eram uma mistura de espanto e compaixão mal disfarçada.
Eu já não estava mais me importando com isso, pensei enquanto sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Nada poderia ser mais doloroso do que o que eu vi no quarto segundos atrás.
Assim que abri as portas de correr que levavam ao jardim com o tapete vermelho luxuoso sob meus pés, todos se viraram para ver quem estava vindo. Seus rostos se encheram de espanto ao ver a noiva se encaminhando ao altar sozinha antes do noivo, com o rosto marcado pelas lágrimas; sim, a cena devia estar digna de um filme de terror.
Os repórteres ligaram suas câmeras e começaram a tirar inúmeras fotos de mim; flashes brilhavam como estrelas cadentes na noite escura da minha alma. Meus pais correram na minha direção tentando me fazer parar – seus rostos eram uma mescla de preocupação e horror – mas eu continuei o caminho até o altar. Eu anunciaria a todos o motivo pelo qual meu casamento estava sendo cancelado.
Meus sogros me olhavam assustados e forçavam um sorriso mediante a situação; talvez estivessem pensando em como essa cena mancharia seu nome na sociedade ou frustraria seus planos meticulosamente elaborados para unir duas famílias respeitáveis. kkkkk, ri em silêncio, na verdade o que eles queriam era minha ajuda e mão de obra de graça, fortalecendo ainda mais seu império e nome no mercado.
No entanto, tudo isso era irrelevante agora. O único pensamento claro na minha mente era revelar a verdade – expor Diogo e Rose à luz do dia. O desejo ardente por justiça queimava dentro de mim enquanto me aproximava do altar onde deveria estar começando uma nova vida.
O murmúrio da multidão aumentou à medida que percebia os olhares confusos dos convidados; muitos cochichavam entre si em busca de explicações sobre o meu estado desolado. O peso da expectativa tornava-se insuportável; cada segundo parecia uma eternidade enquanto eu lutava contra as lágrimas que ameaçavam transbordar novamente.
Finalmente estava chegando ao altar onde deveria ter sido celebrada uma união sagrada entre amor e compromisso – mas tudo o que sentia agora era traição e desespero.
Um nó formou-se na minha garganta enquanto as palavras pareciam presas nos lábios.
Mas então lembrei-me da dor insuportável que ele havia causado e ganhei coragem para falar. No meu inconsciente eu dizia:
"Eu não posso me casar com você," minha voz saiu trêmula no início, mas logo ganhei firmeza conforme continuava: "Eu vi você... vi você traindo-me com Rose! E agora sei que essa união é uma farsa!"
As palavras ecoaram silenciosamente como um trovão estrondoso.
Os rostos dos convidados mudariam instantaneamente; choque e incredulidade tomariam conta do ambiente elegante em segundos. As flores vibrantes iriam murchar à medida que as verdades começavam a emergir das sombras.
Diogo ficaria paralisado por um momento antes de finalmente abrir os lábios numa tentativa desesperada de defesa: "Isso não é verdade! Você não pode acreditar nisso!" Mas as suas palavras caíram em ouvidos surdos; eu não precisaria ouvir mais mentiras dele.
A reação dos convidados ao me verem foi imediata – murmúrios nervosos se espalharam como fogo em palha seca; alguns tentaram confortar meus pais enquanto outros apontavam dedos acusadores para os traidores expostos diante deles.
E ali estava eu – despojada do sonho perfeito – finalmente livre para buscar minha própria verdade sem as sombras da traição me puxando para baixo. Sentindo uma onda inesperada de alívio misturada à dor profunda da traição ainda pulsando em meu peito.
A vida poderia seguir adiante sem eles – sem as mentiras e os sorrisos falsos – porque agora eu sabia quem realmente valia a pena lutar: EU mesma!
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Nazare Oliveira
difícil, traição é horrível, principalmente de família.
2025-03-04
1
Débora Oliveira
larga tudo e vai embora
2025-04-14
0
Aldenora Tavares
eles mereceram traidores safados
2025-02-25
0