Estava me vestindo para ir embora daquele lugar, o coração pesado, como se cada batida fosse um grito de dor. Minha mente era uma tempestade, cheia de memórias e promessas desfeitas. Eu sentia como se estivesse carregando o peso do mundo nos ombros, e a única coisa que eu desejava era escapar daquela realidade cruel. Mas antes que eu pudesse sair e tentar deixar tudo para trás, a porta se abriu bruscamente, e lá estava ela. Minha irmã.
Ela usava o meu vestido de noiva, aquele que eu havia escolhido com tanto cuidado e esperança e ironicamente com ajuda dela. O tecido branco, que deveria simbolizar um futuro radiante, agora moldava o corpo dela como se fosse feito para ela. A visão me atingiu como uma lâmina fria no peito, cortando fundo em minha alma. Meu mundo desabou mais uma vez.
– O que você faz aqui? – Minha voz saiu trêmula, quase um sussurro de incredulidade. Um turbilhão de emoções tomou conta de mim. A raiva começou a ferver como um vulcão prestes a entrar em erupção. – Como se atreve a aparecer depois de tudo que você fez? – gritei, as lágrimas ameaçando cair como um dilúvio prestes a transbordar.
Ela apenas me olhou, os olhos cheios de um misto de soberba e falsa inocência, como se estivesse convencida de que era a heroína da história. O desprezo estampado em seu rosto era como ácido em minha ferida aberta.
– O que foi que eu fiz de tão errado? – respondeu, com um tom calculado e cruel. Suas palavras eram veneno puro. – Eu te salvei de um casamento onde você jamais seria feliz! Diogo nunca foi para você, irmã. Você é fraca, doce demais, submissa. Ele precisa de alguém como eu. Forte, decidida, alguém que o desafie e esteja à altura dele. E, convenhamos, minha beleza combina muito mais com a dele, não acha?
Cada palavra dela era um golpe certeiro, destruindo o pouco de dignidade que ainda me restava. Senti meu peito apertar com força descomunal, como se o ar estivesse sendo arrancado de mim por mãos invisíveis.
– Você é minha irmã... – falei, com a voz carregada de mágoa e descrença. As palavras saíram como um sussurro desesperado em meio ao caos emocional que me cercava. – Minha irmã! Como pôde ser tão cruel? Eu confiei em você! Você sabia o quanto eu amava ele...
Meu corpo tremia de raiva e tristeza enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Era uma corrente incontrolável que refletia toda a dor acumulada dentro de mim. Ela era o meu sangue, a pessoa que eu deveria poder amar e confiar acima de tudo. Mas ali estava ela, usando meu sonho como se fosse seu e pisoteando meus sentimentos como se não valessem nada.
Eu queria gritar até minha garganta ficar rouca, chorar até não restar mais uma gota d'água em meu corpo ou correr para longe daquele cenário devastador... mas acima de tudo isso, queria entender como alguém que eu amava tanto podia me trair de forma tão impiedosa.
"Você tem meu sangue", disse ela com desdém na voz, mas honestamente, você nunca foi boa o suficiente. Não para fazer parte da nossa família. Suas palavras cortaram o silêncio como uma faca afiada e fria; cada sílaba parecia projetada para perfurar meu coração já machucado. E definitivamente não para ele. Ela sorriu cinicamente enquanto respirava fundo, saboreando cada palavra antes de continuar sua tortura verbal.
"Para mim," ela disse com um tom arrogante que fazia meu estômago revirar-se em repulsa, você nunca significou absolutamente nada. Eu só precisava chegar perto o suficiente para afastá-lo de você; foi mais fácil do que eu imaginava. Sua expressão era uma mistura de satisfação e desprezo ao relatar sua traição com tanta frieza.
"Para a minha sorte," continuou ela com um sorriso triunfante nos lábios pintados de vermelho-vivo—como se aquele fosse um jogo divertido— você sempre tão certinha... sempre tão dona da moral, continuava negando a ele o que ele mais queria. A cada palavra dela, sentia-me menor e mais insignificante.
"E eu?" Ela inclinou-se levemente para frente com um olhar provocador nos olhos. Eu estava lá. Sempre disponível, sempre pronta. Cada frase dela parecia uma facada direta ao coração; as palavras eram venenosas e cortantes. "Ele só precisava de um empurrão", disse ela com uma satisfação maliciosa no olhar. "E eu dei isso a ele."
As palavras ecoaram dentro da minha mente como ecos distantes do passado marcado por promessas quebradas e ilusões desfeitas. Com a voz trêmula e meu coração apertado em agonia absoluta, consegui murmurar: "Eu ia me casar com ele... Você entende o que acabou de fazer? Você destruiu tudo! Você destruiu a minha vida inteira!" A voz falhou enquanto as lágrimas finalmente romperam a barreira da dor crônica acumulada dentro de mim.
"Eu acreditava nele," continuei entre soluços emocionais incontroláveis; cada respiração era uma luta contra o colapso total da minha sanidade emocional. "Acreditava em você... Como você pôde fazer isso? Eu o amava tanto! Eu fiz tudo por ele... por vocês!" As palavras estavam carregadas do peso do amor sincero que agora parecia ter virado cinzas diante dos meus olhos.
Como ela pôde ser tão cruel? Era uma dor impossível de descrever; cada palavra daquela verdade cruel parecia arrancar um pedaço da minha alma deixada à mercê do desprezo dela. A confiança despedaçada ecoava dentro de mim enquanto os sonhos se desfaziam em fragmentos impossíveis de juntar novamente.
O silêncio entre nós era ensurdecedor; o ar estava impregnado com ressentimento e traição inconfundíveis. O vazio deixado por suas ações ecoava nas paredes daquele lugar que antes representava esperança e amor—um espaço transformado em campo minado emocional onde os sentimentos eram armadilhas mortais.
E ali estávamos nós: duas irmãs divididas por escolhas irreversíveis—uma vestida para viver seu sonho às custas do outro—e outra lutando contra a maré avassaladora da traição e da dor profunda que não parecia ter fim.
Naquele momento trágico entre nós duas—eu envolta em lágrimas e desespero—percebi que nunca mais poderia olhar para minha irmã da mesma forma novamente; aquela conexão mágica havia sido destruída pela ambição egoísta dela e pela traição insensível ao amor verdadeiro.
E assim permanecemos paradas ali: duas almas perdidas em meio ao caos emocional da vida—uma vestida para casar enquanto a outra lutava contra os destroços do seu próprio coração partido.
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Atualizado até capítulo 130
Comments
Claudia Marques
enredo bom mas muita falação pouca ação cara tudo que essa noiva pensou misericórdia lá se tem cabeça pra pensar tanto com uma situação dessas
2025-04-12
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Sara Niziato
juro que estou lendo pulando estrofes... tá ficando massante a mesma coisa várias e várias vezes, ok é uma dor horrível, mas descrever uma vez só já basta
2025-02-25
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Eliene Moraes Diniz
Nossa quanto dramalhão, eu ja6teria dado na cara da irmã e ido embora e tirado tudo deles, ai quero ver.🤪🤪🤪🤪
2025-02-28
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