Vicent Thunder
Sinopse:
Vicent Thunder, um demônio poderoso, passou 10 mil anos preso em uma casa de vidro, condenado por se rebelar. Durante seu longo cativeiro, sua diversão era atormentar os sonhos de crianças, até que um dia algo inesperado acontece: ele consegue trazer uma menina chamada Olívia para sua prisão através de um pesadelo. Percebendo a oportunidade única, Vicent a engana, prometendo protegê-la em troca de sua liberdade. Olívia, inocente, confia na promessa, mas, como sempre, demônios mentem. Agora livre, Vicent está pronto para retomar seu reinado de caos, deixando Olívia com um futuro incerto.
Dedico este livro a todas as vadias da mente conturbada. Bem vindo ao mundo pitch black, peguem água e vibradores.
Capítulo 1
Meu nome é Olívia. A mamãe sempre disse que meu nome significa algo bonito, algo puro. Eu nunca entendi muito bem o que isso queria dizer, mas gosto de acreditar que tem algo a ver com a maneira como ela me olha.
Nasci e fui criada em uma vila chamada Scorn, Scorn significa algo bonito, puro confiável.
A Scorn parece um lugar que ficou esquecido pelo tempo. Temos aquelas ruas que nunca ficam completamente limpas, mesmo quando a chuva lava tudo. As árvores parecem se curvar sobre as casas, e o céu, em alguns dias, fica tão pesado que eu penso que ele vai nos engolir. Eu sei, eu tenho só dez anos, mas sinto que Scorn guarda segredos. Segredos que não são contados a crianças como eu.
Às vezes, eu saio à noite e olho as estrelas tentando entender o que há de tão especial aqui. Tem um sussurro no ar que ninguém mais parece ouvir, uma sensação de que algo maior e mais assustador nos observa. A mamãe sempre me manda voltar para dentro e rezar, dizendo que a vila protege seus filhos bons. Mas por que, então, sinto como se tivesse algo ali, nas sombras?
Entre Scorn e o resto do mundo, existe uma floresta antiga, e ela guarda um segredo sombrio. Ninguém que tentou atravessá-la voltou para contar o que viu. Papai me falou sobre um monstro terrível que vive entre as árvores, esperando por qualquer um que seja tolo o suficiente para entrar. Ele tem uma voz grave quando fala sobre isso, como se pudesse ouvir os passos do monstro, mesmo daqui.
Então, por mais que eu sonhe em explorar, fico segura aqui, entre as sombras conhecidas da vila, com a sensação de que a floresta nos protege - ou nos prende.
Aqui em Scorn, temos tudo o que precisamos. Nossa vila é pequena, mas temos escola, onde aprendo a ler e escrever, um mercado com cheiro de especiarias e frutas, e um templo que todos na vila devem frequentar aos domingos. As pessoas dizem que lá é onde nos mantemos "puros" e protegidos, embora eu ainda não saiba ao certo o que isso significa.
Hoje, apesar de já estar tarde, eu não estava com sono. Não tinha brincado muito com meus colegas e ainda me sentia cheia de energia, mas a mamãe fez sua verificação habitual para ver se eu já havia menstruado. Ela me explicou que, quando isso acontecer, estarei pronta para o casamento. Eu não entendo bem o que isso envolve, mas sei que é algo muito importante para ela.
A mamãe é bem mais nova que o papai. Ela tem só vinte e um anos, enquanto ele tem trinta e dois. Sempre achei que isso era normal, já que a maioria das mães na vila parece ser mais jovem que os pais.
Essa noite eu estava deitada com eles. A cama sempre se agitava durante a noite, e, de vez em quando, a mamãe perguntava se eu estava dormindo. Isso me deixa nervosa, pois logo depois o papai bate nela. Eu não entendo por que ele faz isso, mas a maneira como a mamãe olha para mim quando isso acontece... Sempre finjo estar dormindo, mas sempre fico assustada... Eu quero dormir logo.
À noite, quando estamos deitados na cama, papai sempre se coloca em cima da mamãe e fala com ela usando palavras que eu sei que são feias, como "vadia". Mamãe, de alguma forma, responde dizendo que gosta disso, mas eu não entendo. Não sei por que alguém iria gostar de ser tratada assim ou de apanhar, mas vejo nos olhos dela algo que me deixa confusa.
Hoje está sendo difícil dormir, a mamãe está grávida, só saberemos se é menino ou menina, quando nascer... Mas... Mesmo assim o papai ainda agride a mamãe.
- Vadia de merda, eu sei que você gosta de ser fodida...
- Isso amor... Mais fundo, isso... -Mamãe murmurou.
Lágrimas escorriam por minhas bochechas, eu tenho que dormir... Céus porfavor...
Papai e mamãe ficaram em silêncio depois de alguns minutos, e eu pude me acalmar, papai sempre me puxa para mais perto para dormirmos juntinhos.
Acabei adormecendo, e o sonho veio como sempre, sombrio e imutável. Parecia me esperar, como se fosse parte de uma rotina, um ritual. Na escuridão do meu sono, eu me via em pé, sozinha, cercada pela floresta densa que rodeia Scorn. O silêncio era absoluto; nem o vento ousava sussurrar entre as folhas. Era um silêncio que pesava no ar, pressionando meu peito e me deixando imóvel por alguns instantes. Mas, no fundo do bosque, algo se movia - algo que eu sabia estar ali, esperando, procurando.
Eu começava a correr. Minhas pernas se moviam com todo o meu esforço, mas cada passo parecia pesado, como se o chão estivesse me puxando de volta. Senti o cheiro de folhas molhadas e de musgo, mas logo ele foi encoberto por um odor estranho, que misturava o cheiro da terra com algo metálico, quase como o sangue. Meus pés pequenos batiam contra o solo coberto de galhos e raízes, cada passada mais desesperada que a anterior. Eu não sabia exatamente para onde estava indo, mas qualquer direção parecia melhor do que ficar ali e deixar que ele me alcançasse.
Era nesse ponto do sonho que sempre o ouvia - o som de suas patas grandes esmagando folhas e gravetos enquanto ele me perseguia. Um tigre, negro como a própria noite, com olhos que pareciam brilhar em um amarelo doentio, surgia por entre as árvores. Ele não fazia barulho ao se mover, exceto pelo leve roçar de sua cauda contra as plantas e o estalar ocasional de galhos sob seu peso. Não havia pressa nos movimentos dele; era como se soubesse que, cedo ou tarde, me pegaria.
O tigre era diferente de qualquer animal que eu já tinha visto. Ele não tinha pressa, e seus passos eram quase preguiçosos, mas havia algo neles que me deixava aterrorizada. Suas garras afiadas afundavam na terra úmida, deixando marcas profundas, e a cada segundo que passava, eu o sentia mais próximo.
Eu tentava correr mais rápido, forçando minhas pernas pequenas e curtas a me levar adiante. O medo pulsava dentro de mim, e eu já podia sentir o peso do olhar do tigre sobre minhas costas. Os galhos das árvores me arranhavam os braços, e raízes se erguiam como se quisessem me fazer tropeçar. Em meio à corrida desesperada, perdi a noção de direção, girando para todos os lados, sem saber mais para onde ia. As sombras ao meu redor pareciam se fechar, e meu corpo já começava a fraquejar.
Foi então que meus pés acertaram um galho grosso, escondido sob folhas mortas, e eu tropecei. O chão frio e úmido me recebeu com um impacto que tirou o ar dos meus pulmões, e o mundo ficou em silêncio por um segundo que pareceu uma eternidade. Levantei o rosto e, antes mesmo de tentar me pôr de pé, o vi - o tigre, a poucos metros de mim, com os olhos fixos e penetrantes. Ele estava ali, pronto, paciente, como se tivesse me esperado cair.
Ele avançou com uma velocidade assustadora, suas garras estendidas, prontas para me alcançar. O tempo pareceu desacelerar enquanto eu observava aquelas garras enormes se aproximando, afiadas e ameaçadoras. Com um rugido que fez meu sangue gelar, ele pulou, e suas garras se cravaram em mim, perfurando minha pele com uma dor que eu só conhecia em meus pesadelos.
A dor era intensa, ardente, quase como se estivesse sendo queimada de dentro para fora. Eu sentia o calor do sangue escorrendo, a pele rasgada, o peso esmagador de suas patas em minhas costas. A cada segundo, eu esperava acordar, esperava que aquilo fosse apenas um sonho, mas a dor parecia tão real que me fazia duvidar.
Foi então que, com um último suspiro trêmulo, eu acordei. Meus olhos se abriram de repente, e eu me vi deitada na cama, ofegante, com o corpo tremendo e o coração batendo acelerado. Olhei ao redor, mas estava sozinha. O quarto estava iluminado pela luz do sol, mas o medo ainda pulsava em minhas veias. Eu estava segura na cama, e, ainda assim, a imagem do tigre e a sensação de suas garras ainda estavam ali, gravadas em mim, como uma sombra que não iria embora.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Thaliaa Vieira
Nossa isso é um trauma pra criança, por isso que dizem pra não ter relação sexual na mesma cama ou quarto que a criança dorme com os pais!!!! Eu tive esse trauma e só pedia em silêncio pra mim conseguir dormir, pra não escutar
2025-02-03
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Thaliaa Vieira
Nossa que ridículo isso, ainda se dizem puros de viverem na igreja, onde a mocinha menstrua e já tem que casar? são antigos que absurdo
2025-02-03
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Thaliaa Vieira
Nossa que puros 🙄
2025-02-03
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