Intimidade

Assim que entramos em sua casa, Vittorio jogou-se no sofá com a naturalidade de quem está completamente à vontade. Ele tinha bebido muito, e seus movimentos eram um pouco desajeitados, mas ainda assim, aquele charme que ele carregava permanecia intacto. Sentado com as pernas abertas, ele segurava a garrafa de vodca quase vazia, olhando para mim com um sorriso preguiçoso.

Olhei ao redor, tentando absorver o ambiente. A casa era acolhedora, mas tinha um ar de descuido. Livros espalhados, roupas penduradas em cadeiras e uma pilha de discos ao lado de uma vitrola antiga. Eu me sentei ao lado dele, ainda me acostumando àquela sensação de estar ali, em sua intimidade.

Ele virou o rosto na minha direção e, sem dizer nada, me beijou. Foi um beijo breve, diferente dos outros, mas carregado de um calor que fazia minha pele arrepiar. Antes que eu pudesse dizer algo, ele se levantou e, sem aviso, começou a subir as escadas.

— Vem comigo — disse ele, sem olhar para trás.

Fui atrás dele, curiosa e um pouco hesitante. Ele abriu a porta de um quarto espaçoso, com móveis rústicos e uma janela grande que deixava a luz da noite entrar. Sem dizer nada, Vittorio apontou para uma poltrona no canto.

— Espere aqui. Vou tomar um banho rápido e já volto.

Assenti, me sentando na poltrona enquanto ele desaparecia pelo corredor. Ouvi o som da água correndo e, por um momento, fiquei sozinha no quarto, observando os detalhes ao meu redor. Sobre a cômoda, havia fotos de Vittorio quando era mais jovem, junto com um homem que parecia ser seu pai.

De repente, ele apareceu no canto da porta do banheiro, com um sorriso malicioso no rosto. Sua voz rouca ecoou pelo quarto:

— Vem tomar banho comigo agora, bela.

Não consegui evitar um sorriso. Levantei-me, cruzando o quarto em direção a ele.

— Está bem — respondi, tentando parecer mais confiante do que realmente estava.

Ele me puxou pela mão, e juntos entramos no banheiro. O espaço era simples, mas acolhedor, com o vapor começando a embaçar o espelho. Vittorio me olhou com aqueles olhos profundos e sorriu de lado enquanto abria o chuveiro.

Enquanto a água escorria, ele se aproximou e segurou meu rosto com delicadeza, me olhando de um jeito que parecia atravessar todas as minhas defesas.

— Você é uma mulher fascinante — disse ele, antes de me beijar novamente, agora com mais intensidade, enquanto o som da água caindo preenchia o ambiente.

Por um momento, esqueci de tudo: do carro preto que nos seguiu, das dúvidas sobre seus mistérios e até do meu próprio controle. Ali, sob a água quente e em seus braços, era impossível resistir a ele.

Ele foi deslizando suas mãos sobre meu corpo que estava sua frente e completamente nu. Eu levantei minha cabeça alisando seu corpo com meus braços para trás e ali mesmo ele começou a penetrar novamente em mim, eu sentindo comecei a gemer enquanto ele aumentava seus movimentos com mais força e eu acabei me apoiando no boxe do banheiro.

Cada vez que ele acelerava eu sentia meu corpo fraquejando e sentindo ele aumentar me fazia gemer mais forte ainda. Ele passava as mãos em meus seios e os apertava com força e depois apoiava seu braço no boxe e água quente descia sobre nosso corpo.

Quando saímos do banho, senti meu corpo completamente relaxado. A água quente ainda parecia pulsar em minhas veias, e, por um momento, pude esquecer tudo ao meu redor. Vittorio jogou uma toalha branca sobre meus ombros, e, com os cabelos molhados, me enrolei nela, absorvendo a calma que aquele momento me trazia.

Ele, por outro lado, parecia mais tranquilo do que nunca. Pegou sua própria toalha, enrolando-a na cintura com um gesto preguiçoso, e logo acendeu um cigarro. A fumaça se dissipava na madrugada enquanto ele se dirigia até a sacada, puxando a cortina de vidro para fora com um movimento firme.

Fui até a janela e observei-o de longe, encostado na grade da sacada, olhando para a cidade iluminada abaixo. O vento agitava levemente seu cabelo, e ele parecia perdido em seus próprios pensamentos. Eu o observava em silêncio, sem saber se deveria me aproximar ou deixar o momento fluir.

Ele exalou a fumaça lentamente, como se cada respiração fosse mais pesada que a anterior, e de repente me chamou:

— Vem aqui, bela.

Sem hesitar, saí em direção a ele. A brisa fresca da noite tocou minha pele enquanto me aproximava, e eu me envolvi com a sensação de liberdade que parecia pairar no ar. Vittorio sorriu ao me ver chegar, mas seu olhar estava distante, como se ele estivesse tentando decifrar algo.

— O que você está pensando? — perguntei, curiosa.

Ele se inclinou contra a grade da sacada, olhando para a cidade mais uma vez.

— Às vezes, penso no quanto a vida pode ser fugaz. Tudo acontece muito rápido, e a gente acaba se deixando levar por momentos, como se a única coisa que importasse fosse o agora — ele disse, como se estivesse compartilhando uma confissão.

Eu fiquei em silêncio, absorvendo suas palavras. Havia algo nele, uma aura de mistério, que me fazia querer conhecê-lo ainda mais. Talvez ele estivesse certo, e o que ele dizia fizesse sentido, mas algo dentro de mim ainda me questionava sobre ele, sobre nós, sobre tudo o que estava acontecendo.

Ele olhou para mim, com os olhos profundos e, mais uma vez, aquele sorriso despreocupado apareceu em seu rosto.

— O que você acha de viver o momento, apenas isso? — ele perguntou, enquanto dava mais uma tragada no cigarro.

A pergunta ficou no ar, e, por mais que eu soubesse que a resposta talvez fosse incerta, eu estava disposta a tentar. De alguma forma, naquele momento, a ideia de simplesmente deixar a vida seguir parecia ser o suficiente.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***