Intesidade

Nós dois estávamos suados, deitados sobre a cama, e eu sentia como se tivesse vivido algo único, algo que nunca havia experimentado antes. A intensidade foi tão profunda que me entreguei completamente, atingindo um orgasmo que tomou conta de todo o meu ser.

Cobertos apenas por um fino lençol, ainda ofegantes, ele se virou para mim com um sorriso irresistível, aquele olhar cheio de encanto que só ele tinha. Sem conseguir resistir, me inclinei e o beijei mais uma vez, saboreando cada instante.

Ele então se levantou da cama e foi direto para o banheiro, anunciando que iria tomar banho.

Fiquei ali, sentada, tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer. Peguei meu celular e notei várias mensagens de Sara piscando na tela. Suspirei, sabendo que ela provavelmente estava preocupada.

Mandei um áudio para Sara, tranquilizando-a:

– Estou bem. Não se preocupe, volto cedo para casa.

Enquanto terminava de enviar a mensagem, pude ouvir a voz de Vittorio cantando no chuveiro. Sua energia parecia transbordar, mesmo em pequenos momentos.

Depois de alguns minutos, ele saiu do banheiro ainda molhado, vestindo um roupão branco. Pegou o violão que estava encostado ao lado da cama, sentou-se na beira dela e começou a tocar suavemente, com um olhar intenso voltado para mim.

– Eu sou músico também – disse ele, com naturalidade. – Já tive uma banda.

Eu ri, surpresa:

– Você é tantas coisas!

Ele abriu um sorriso descontraído e respondeu:

– Mais ou menos, bela. O que eu gosto mesmo é de viajar pelo mundo. Meu espírito é livre.

Seus olhos brilhavam enquanto dizia isso, e senti meu coração bater mais forte.

– Sua liberdade me encanta – confessei, quase sem perceber.

Ele assentiu com a cabeça, jogou o violão de lado e, sem hesitar, se aproximou para me beijar novamente, com a mesma intensidade e paixão que fazia cada momento ao lado dele parecer único.

Ele começou a me beijar com mais intensidade e passar suas mãos sobre minhas pernas, foi descendo seus lábios sobre meu corpo e sobre minha barriga. Ele dava leves beijos e cheirava meu corpo inteiro. Abriu minhas pernas suavemente e foi beijando minhas cochas, eu inclinei minha cabeça para cima e apenas permitir sentir seus lábios tocarem todo meu corpo e ele começou a me lamber com intensidade e pressionar sua língua, eu fui gemendo e me contorcendo na cama. Ele subiu sua boca sobre meu corpo e foi até meus seios e os beijou e voltou até minha boca.

A luz do dia me despertou lentamente. Abri os olhos com um leve desconforto, o sono ainda se agarrando a mim, mas a sensação de que algo havia mudado era inegável. O quarto, antes aconchegante e escuro, agora estava banhado pela luz suave da manhã. Olhei para o lado, e para minha surpresa, Vittorio já não estava mais ali. Meu coração disparou por um momento. Onde ele estava?

Me levantei rápido, olhando para o relógio na parede, desesperada para não me atrasar. Vesti-me com pressa, sem saber exatamente o que aconteceria depois. Peguei minha bolsa e, com um suspiro, saí em direção à cozinha.

E lá estava ele. Vittorio estava na cozinha, uma garrafa de vodka em uma mão e uma frigideira na outra. A cena era quase surreal. Ele olhou para mim com um sorriso largo.

— Bom dia, bela — disse ele com aquele jeito que parecia sempre combinar com a palavra "irreverente".

Olhei rapidamente para o relógio novamente. Estava realmente atrasada, e ele parecia tão tranquilo, tão... fora de tudo que eu conhecia.

— Bom dia — respondi, tentando esconder a preocupação. Eu precisava ir logo. — Você está bebendo vodka uma hora dessas?

Ele riu, sem perder a postura.

— Não sabia que você era minha mãe — brincou, como se fosse natural.

Eu ri, mas também senti um desconforto que não sabia se era pela surpresa ou pela maneira como ele conseguia ser tão despreocupado.

— Só achei estranho — falei, tentando disfarçar a incomodação.

Ele apenas deu de ombros e me convidou para experimentar o que ele havia feito.

— Come isso aqui, são ovos mexidos com bacon e um tempero secreto. No caso, eu sou o chefe.

Eu não sabia se deveria aceitar ou se deveria simplesmente sair correndo para o trabalho. O cheiro estava bom. Meu estômago roncava. Olhei para ele e, por um momento, deixei de lado a pressa. Algo nele me fazia querer ficar, mesmo que apenas por mais alguns minutos.

— Eu realmente preciso ir trabalhar, Vittorio — disse, tentando manter minha postura.

Ele me interrompeu, com aquele sorriso fácil que parecia nunca sair do rosto dele.

— Bela, bela, eu sei que você precisa. Mas experimenta só. Bernabe não reclama de nada.

Ri da brincadeira. Era impossível não gostar dele, mesmo com toda a sua atitude descomplicada e, ao mesmo tempo, encantadora. Era como se ele vivesse em um mundo completamente diferente do meu. Um mundo onde as regras podiam ser flexíveis, onde o amanhã não era uma preocupação.

Por fim, eu me rendi. Peguei o prato que ele me ofereceu. Dei a primeira mordida e, imediatamente, percebi o que ele queria dizer: estava delicioso. O tempero, que parecia algo simples, era único, e de alguma forma, o sabor me fez relaxar. Não era apenas o prato, mas o ambiente ao redor. Eu sentia que estava sendo transportada para um lugar onde as preocupações diárias, as responsabilidades, e até o tempo, pareciam não ter tanta importância.

Ele me olhou com um sorriso satisfeito.

— Você é diferente, Vittorio — falei, sem pensar muito nas palavras, mas sentindo que era a verdade.

Ele apenas sorriu mais uma vez, aquele sorriso que fazia tudo ao redor parecer desaparecer.

— Eu sei, bela. Eu sei.

E naquele momento, com ele ali, com aquela energia tão leve, eu não sabia o que o futuro me reservava. Mas sabia que algo estava mudando. Eu estava mudando.

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