Capítulo 18 Isabela

Sexta-feira 14 de Março de 2020

Isabela sentia o relaxamento da água quente deslizar sobre seu corpo, envolvendo-a como um manto. De olhos fechados, deixava que os pensamentos vagassem, e estranhamente, aceitava o fato de estar com Nico. Não conseguia esquecer o jeito impulsivo como ele a defenderá, algo intenso e inesperadamente excitante.

Envolveu-se na toalha preta que encontrara e seguiu pelo corredor, sentindo o frio do piso contra os pés. O som do noticiário começou a aumentar, chamando sua atenção. Ao chegar à sala, viu Nico, ainda de costas para ela, parado em frente à televisão, onde o repórter relatava a notícia com gravidade.

O título em letras grandes estampava: "Filho do Deputado Edgar Hamilton desaparece misteriosamente." Nico parecia hipnotizado, os músculos das costas tensos, a tatuagem de asas de anjo que ocupava toda a extensão das omoplatas descendo até onde não podia ver. Ele segurava o controle firme, mas nem parecia notar a presença dela. A voz do noticiário enchia o ambiente enquanto ele enviava um áudio para alguém, a voz baixa e tensa.

"Vamos ficar quietos por um tempo,” murmurou Nico no áudio, “Ver o que rola. Passa a mensagem pra frente."

Ao terminar, Nico se virou e a viu ali, parada, os olhos dele se estreitaram em um sorriso de canto, provocador. Ele abaixou o volume do noticiário e passou a encará-la de cima a baixo, notando-a envolta apenas na toalha, o cabelo ainda molhado.

“Bonita toalha,” ele disse, um sorriso enviesado nos lábios. "Mas combina mais com o chão do meu quarto."

Isabela arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços sobre o peito num gesto desafiador. "Grosso," respondeu, mas com um sorriso divertido. "Quem era o cara do noticiário?"

Nico desviou o olhar e deu de ombros, tentando adotar um tom casual. "Achei que conhecia ele, mas… me enganei."

Ela sentiu a hesitação na voz dele, mas antes que pudesse perguntar mais, Nico se aproximou de repente, passando o braço em volta de sua cintura e a puxando contra ele, em um movimento que fez sua respiração acelerar.

Isabela tentou protestar, mas a risada escapou antes que pudesse se conter. “Nico, você é impossível,” disse, enquanto ele a guiava pelo corredor, sem se importar com a leve resistência dela.

Ao chegarem ao banheiro, Nico parou, olhando para ela com um sorriso travesso que fazia seu coração disparar. “Sempre tive curiosidade de saber se o box do banheiro teria espaço suficiente,” ele disse, com o tom descontraído de quem já sabia a resposta.

Ela balançou a cabeça, tentando esconder o sorriso, mas foi puxada gentilmente para mais perto. “Você está maluco, Nico!”

As palavras dela foram interrompidas quando ele inclinou-se, começando a distribuir beijos suaves e provocantes pelo seu pescoço. A respiração quente e lenta contra sua pele fez com que ela perdesse o fôlego por um momento.

“Maluca tá você aparecer assim na minha frente,” ele sussurrou, pressionando seu corpo contra o dela, deixando claro o desejo que já queimava dentro dele. “Não consigo pensar em mais nada.”

Isabela sentiu o calor subir em ondas, espalhando-se por todo o seu corpo. Por um instante, tudo o que a preocupava desapareceu. Não havia noticiário, mistérios ou o peso do mundo lá fora. Apenas o toque de Nico, o ritmo acelerado de seus próprios batimentos, e a intensidade do momento que os envolvia.