A escuridão do galpão parecia mais densa à medida que o tempo passava, e Sara sentia um nó crescente no estômago. O medo apertava seu peito, mas ela tentava se manter calma. Ela ainda não entendia completamente o que estava acontecendo, mas sabia que estava em um lugar perigoso. As palavras da garota que lhe falou sobre dívidas e "mercadorias" ainda ecoavam em sua mente, criando um pânico crescente.
De repente, um som de passos firmes ecoou no silêncio do galpão. Sara estremeceu, seu coração acelerou, e ela levantou a cabeça, tentando localizar a fonte do som. A luz de uma lanterna cortou a escuridão, e uma figura feminina apareceu diante dela, a luz ofuscante iluminando seu rosto. A mulher estava vestida com roupas escuras e tinha uma expressão impassível, quase fria.
— Sara Álvares? — A voz da mulher era firme e autoritária, como se ela estivesse acostumada a comandar e ser obedecida.
Sara engoliu seco, sua garganta estava seca e sua mente estava em frangalhos. Ela se levantou com dificuldade, ainda atordoada e cheia de medo.
— S-sim... sou eu — respondeu, tentando manter a calma, mas a tremedeira em sua voz era evidente. Ela olhou para a mulher, tentando enxergar alguma pista sobre o que estava acontecendo, mas o rosto dela era inexpressivo.
A mulher, com um sorriso cortante nos lábios, aproximou-se de Sara, iluminando seu rosto com a lanterna enquanto a analisava de cima a baixo. Seu olhar era calculista, quase como se estivesse avaliando a mercadoria à sua frente.
— Pois saiba que hoje é o seu dia de sorte, Sara — disse a mulher, com um tom que não transmitia nenhum tipo de empatia. — Você vai para o leilão. E será a peça mais valiosa da noite.
O coração de Sara quase parou por um segundo. Leilão? O que ela queria dizer com isso?
— Leilão? — Ela tentou manter a voz firme, mas a incredulidade era evidente. — Isso é... isso é um crime! Você não pode fazer isso!
A mulher deu um passo à frente, sua expressão endurecendo.
— Crime? — Ela riu baixinho, como se a ideia fosse absurda. — Você tem razão, é um crime. Mas, para você, o que importa é que está viva e intacta, e que vai ser vendida. Agora, se você continuar falando demais, vai aprender da pior forma que é melhor ficar quieta.
Sara sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela tentou se afastar, mas a mulher agarrou seu braço com força, puxando-a para ficar em pé. Antes que ela pudesse reagir, a mulher lhe deu um tapa forte no rosto, fazendo com que seu corpo estremece-se com o impacto.
— Se você não aprender a respeitar as regras, vai ver o que acontece com quem não sabe o seu lugar. Você tem sorte de estar intacta, isso é tudo o que importa. E, acredite, se alguém perder um pedaço de você, nem mesmo o dinheiro vai valer a pena. — A mulher a soltou, empurrando-a para frente com um empurrão brusco.
Sara ficou parada, a dor no rosto queimando, mas não se atreveu a reagir. As palavras da mulher eram frias e cruéis, e Sara sabia que qualquer tentativa de lutar seria em vão. Ela olhou ao redor, procurando alguma saída, mas o galpão estava cheio de outros rostos vazios e apáticos. Parecia que todos estavam esperando pelo mesmo destino.
A mulher então a olhou uma última vez, com um sorriso que não tinha nada de gentil.
— Agora, venha. Você tem uma apresentação a fazer. — Ela acenou com a lanterna, indicando o caminho, e Sara, sem outra opção, teve que seguir, sua mente em confusão e seu corpo marcado pela humilhação.
O que ela poderia fazer agora? Nada. Ela estava sendo levada para o leilão, tratada como uma mercadoria, uma peça a ser vendida. O desespero e a raiva começavam a tomar conta de sua mente, mas, ao mesmo tempo, havia uma sensação de impotência que a deixava sem forças para lutar.
Mas Sara não sabia ainda... O que o futuro reservava para ela.
A mulher puxou Sara pelo braço, conduzindo-a para fora do galpão. Sara tentou resistir, mas estava fraca e atordoada, ainda assimilando tudo o que estava acontecendo. Elas caminharam por um corredor apertado, iluminado apenas por lâmpadas fracas que pendiam do teto. Sara sentia cada passo como uma sentença, cada som de seus pés ecoando como um aviso sombrio.
Elas pararam em frente a uma porta de metal. A mulher bateu duas vezes, e a porta se abriu, revelando um pequeno espaço equipado com uma maca e alguns instrumentos médicos. No centro, uma senhora idosa, de jaleco branco e óculos, estava esperando com uma prancheta em mãos.
— Aqui está ela — disse a mulher, empurrando Sara para dentro. — Faça o que precisa ser feito.
Sara olhou para a mulher mais velha com um misto de pânico e esperança. Talvez aquela senhora tivesse piedade dela, talvez a ajudasse.
— Por favor... — começou Sara, mas a mulher de jaleco levantou a mão, interrompendo-a.
— Fique quieta, garota. Isso será rápido.
A mulher examinou Sara com precisão e frieza, como se ela fosse apenas mais um item em uma lista de tarefas. Sara tentou protestar, mas foi ignorada. Após alguns minutos, a mulher de jaleco fez um sinal afirmativo com a cabeça para a outra.
— Está confirmado. Ela é pura.
Sara sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Ela sabia que isso não era um bom sinal, mas não tinha como escapar.
— Perfeito — disse a mulher que a trouxera, com um sorriso satisfeito. — Agora, leve-a para se preparar.
A Transformação Forçada
Sara foi levada para outro cômodo, onde duas mulheres a esperavam com vestidos elegantes, maquiagem e uma seleção de acessórios. Assim que ela entrou, as mulheres começaram a trabalhar, sem dar espaço para perguntas ou resistência.
— O que vocês estão fazendo? — perguntou Sara, tentando se desvencilhar quando começaram a tirar suas roupas.
— Nos poupemos do drama, querida — disse uma das mulheres, revirando os olhos. — Você tem sorte de estar viva. Muitas aqui não têm essa chance.
Sara sentiu as lágrimas queimarem seus olhos, mas engoliu o choro. Era inútil lutar. Ela deixou as mulheres a arrumarem, mexendo em seus cabelos, aplicando maquiagem e vestindo-a com um vestido longo e justo, feito de um tecido brilhante que parecia realçar cada curva de seu corpo.
— Pronta — disse uma das mulheres, se afastando para admirar o trabalho.
Sara se olhou no espelho. Mesmo contra sua vontade, estava deslumbrante. Seu cabelo estava arrumado em ondas suaves, e a maquiagem destacava seus olhos e lábios. O vestido parecia feito sob medida, deixando-a com a aparência de uma princesa... ou de uma prisioneira enfeitada para um espetáculo cruel.
— Você está linda — disse a mulher que a trouxera, surgindo na porta e analisando Sara com um sorriso satisfeito. — E vale cada centavo que irão pagar por você.
Sara sentiu uma mistura de raiva e desespero. Ela queria gritar, destruir tudo ao seu redor, mas sabia que isso só pioraria sua situação.
— Preparem-na para o próximo passo — ordenou a mulher.
Enquanto era conduzida para o local onde o leilão seria realizado, Sara só conseguia pensar em como escapar daquele pesadelo. Mas como fugir, cercada por monstros que só enxergavam nela um preço a ser pago?
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Jullya
tô impressionada , porém amando a história !!
a sara vai se vingar d uma forma ou outra .
2025-03-17
6
Deborah Azevedo
autora vc podia bota as fotos dos personagens
2025-04-01
1
Euridice Neta
Credo como alguém pode vender alguém co.o se fosse mercadoria e se for uma moça inocente e virgem pior ainda é muita crueldade...
2025-03-25
1