Vendida ao Mafioso
O vento frio cortava o rosto de Sara enquanto ela descia do carro funerário, ainda usando o vestido preto simples que havia escolhido às pressas,o enterro de seu pai, o último pilar que sustentava sua vida, havia terminado,seus olhos ardiam de tanto chorar, mas agora só havia silêncio um vazio que parecia impossível de preencher.
Já na porta da mansão, Lúcia, sua madrasta, esperava por ela com os braços cruzados, um sorriso de falsa simpatia curvando os lábios finos,ao lado dela, Maria, sua filha, examinava as unhas pintadas de vermelho, impaciente ambas estavam vestidas com roupas pretas caras, mas o luto não alcançava seus olhos.
— Finalmente — disse Lúcia, impaciente. — O advogado está esperando para ler o testamento,vamos acabar com isso de uma vez.
Sara assentiu sem falar nada, sentindo o peso do mundo nos ombros enquanto seguia as duas para dentro da casa,o ar da sala de estar, onde o advogado já estava sentado com uma pasta de couro, parecia pesado ela se sentou em uma poltrona que pertencia ao pai, sentindo um aperto no coração ao lembrar como ele costumava rir ali, contando histórias da infância dela,e agora ela não o tinha mais e ela tinha medo pois sua madrasta sempre a tratou muito mal.
Lúcia e Maria sentaram-se lado a lado, ambas ansiosas,Lúcia abriu um sorriso contido.
— Sara querida, saiba que independente do que ele deixou, estaremos sempre aqui para você, como sua família — disse ela, mas o tom de voz não tinha nada de acolhedor.
O advogado limpou a garganta, ajustando os óculos ele abriu a pasta e começou a ler o documento.
— "Eu, Alberto Álvares, em plena posse de minhas faculdades mentais, declaro que todos os meus bens, incluindo a casa, as empresas e as economias, serão deixados integralmente para minha única filha, Sara Álvares,que enquanto for menor de idade será gerenciado pelo meu advogado de confiança ou pelo seu marido se for o caso de se casar."
O som da voz do advogado ecoou como um trovão na sala.
— O quê?! — Maria exclamou, erguendo-se da cadeira. — Deve haver algum engano!
Lúcia ficou pálida, apertando os braços da poltrona como se quisesse se agarrar à realidade que acabara de ruir.
— Isso... isso não pode ser — balbuciou, os olhos arregalados fixos no advogado. — Meu marido jamais faria algo assim!
— Ele foi bastante claro — continuou o advogado, ignorando a indignação. — Todas as propriedades, investimentos e economias estão agora no nome de Sara,e ele também deixou uma nota pessoal para você, senhora Lúcia.
Ele retirou um envelope e o entregou a Lúcia ela o abriu com mãos trêmulas, lendo as poucas palavras escritas com a caligrafia firme de Alberto:
"Eu sempre soube quem você era, Lúcia você pensou mesmo que eu te deixaria alguma coisa depois de você e Maria fazerem a Sara sofrer agora se quiserem ter algo vão ter que depender dela,Sara é minha única herdeira."
O silêncio na sala foi cortante Lúcia amassou o papel entre os dedos, os olhos cheios de ódio, enquanto Sara ainda tentava processar o que havia acabado de ouvir.
— Parece que as coisas mudaram — murmurou Lúcia, se recompondo com um sorriso forçado. — Mas não se preocupe, querida,nós vamos ficar aqui e cuidar de você... afinal somos uma família ainda.
Sara sabia que aquela promessa não era nada além de uma ameaça disfarçada.
— Isso é um absurdo! — Lúcia exclamou, levantando-se da poltrona de um salto,seus olhos estavam arregalados, cheios de incredulidade e raiva. — Uma menina de 17 anos não pode gerenciar tudo isso!
O advogado, que até então mantinha uma postura serena, levantou a mão calmamente para interrompê-la.
— A senhora está parcialmente correta, dona Lúcia. — Ele ajeitou os óculos e consultou os papéis novamente. — Por isso, o senhor Alberto determinou que eu, como seu advogado de longa data e executor testamentário, ficarei responsável por administrar os bens até que Sara alcance a maioridade ou se case todas as decisões financeiras e de gestão serão feitas em nome dela, mas sob minha supervisão.
Lúcia abriu a boca, pronta para retrucar, mas foi interrompida novamente.
— E mais um detalhe importante — continuou o advogado, com um olhar firme. — O senhor Alberto especificou que Sara tem total controle sobre quem pode ou não permanecer nesta casa isso significa que, tecnicamente, a senhora e sua filha, Maria, só poderão continuar morando aqui se Sara permitir.
Maria, que até então estava calada, levantou-se rapidamente, sua voz transbordando indignação.
— Isso é ridículo! Meu pai... — Ela parou, percebendo a contradição, e corrigiu rapidamente: — Quero dizer, o marido da minha mãe nunca faria isso! Ele nos amava!
Lúcia lançou um olhar de advertência para Maria, pedindo silêncio, mas seu próprio rosto demonstrava o choque.
— Ele me prometeu que cuidaria de nós — disse Lúcia, com a voz mais controlada, mas cheia de ressentimento. — Esta casa também é nossa, sempre foi.
O advogado manteve sua postura firme.
— Senhora Lúcia, o senhor Alberto foi muito claro em suas instruções ele confiava plenamente na senhorita Sara e, em seus próprios termos, queria proteger o futuro dela.
Sara, ainda atordoada, olhou para o advogado, tentando entender tudo.
— Eu... não sei o que fazer,eu acabei de enterrar o meu pai.— disse ela, a voz baixa e hesitante.
O advogado inclinou-se para frente, falando de maneira tranquila.
— Senhorita Sara, o senhor Alberto confiou plenamente em sua capacidade de tomar decisões no momento certo até lá, estarei aqui para orientá-la e garantir que tudo ocorra conforme o desejo dele.
Lúcia cruzou os braços, um sorriso amargo surgindo em seus lábios.
— Veja bem, querida, você é jovem demais para entender o que significa administrar um patrimônio como este por isso, seria sensato que eu ajudasse a manter tudo em ordem afinal, somos família.
Sara sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir a palavra "família" vinda da boca de Lúcia ela sabia o quanto a madrasta e Maria eram capazes de manipular, mas, pela primeira vez, estava em uma posição onde poderia decidir por si mesma.
O advogado observou a tensão no ambiente e recolheu os documentos.
— Eu vou deixar vocês refletirem sobre o assunto,senhorita Sara, estarei disponível para qualquer dúvida. — Ele fez uma pausa, dirigindo um olhar profissional a Lúcia e Maria. — Recomendo que respeitem os desejos do senhor Alberto.
Ao sair, ele deixou Sara sozinha com Lúcia e Maria a expressão da madrasta mudou de indulgência para pura frieza assim que a porta se fechou.
— Não pense que isso significa que você está no controle — disse Lúcia, os olhos estreitos. — Você é só uma garotinha ingênua, e cedo ou tarde vai precisar de mim.
Maria riu com desdém, jogando os cabelos para trás.
— Não se preocupe, mamãe ela não vai durar nem uma semana no comando.
Mas Sara, mesmo sentindo o coração pesado, ergueu a cabeça pela primeira vez em muito tempo,havia algo novo surgindo dentro dela, uma chama pequena, mas que prometia crescer.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Kelly Sousa
Eu sei que é uma história mais odeio esse tipo de "pai" , se sabia que a mulher não prestava devia proteger a filha quando tava vivo. Agora oq adianta deixar o dinheiro se as 🐍 podem fazer mal a ela
2025-03-29
5
Euridice Neta
Começando ler em março de 2025 e torcendo.pra Sara mandar essas duas piolho da rua...
2025-03-25
1
Loídes Licá
começando a leitura 15;22dia 23/03/2025espero q Sara não seja ingênua
2025-03-24
2