capítulo 16: a Ficha caindo

Enquanto caminhava de volta para o quarto, Theo sentia um peso diferente no peito pela primeira vez, ele não estava apenas agindo por dever ou por interesse; havia algo mais profundo ali ele se deu conta de que seus pensamentos estavam constantemente em Sara: na forma como ela sorria, no brilho de seus olhos quando estava determinada, e até no jeito suave como ela se movia pela casa.

"O que está acontecendo comigo?" — pensou ele, irritado consigo mesmo por perder o controle de seus sentimentos.

Quando entrou no quarto, viu Sara sentada perto da janela, observando o horizonte com uma expressão tranquila o sol iluminava seus cabelos e a brisa movia suavemente os fios, fazendo-a parecer uma visão irreal o coração de Theo acelerou ele limpou a garganta para chamar sua atenção.

Sara se virou e sorriu suavemente.

— Como foi a reunião? — perguntou, sua voz doce mais apreensiva.

Theo hesitou por um momento,ele queria dizer tantas coisas, mas sentia-se preso em suas próprias emoções em vez disso, respondeu:

— Resolvida,eles não vão mais nos incomodar por enquanto.

Ela assentiu e voltou a olhar pela janela,o silêncio entre eles não era desconfortável, mas estava carregado de sentimentos não ditos Theo se aproximou lentamente e ficou ao seu lado.

Ele queria tocá-la, segurá-la, dizer que ela significava mais do que um simples acordo mas a dúvida o corroía por dentro, "E se ela não sente o mesmo?" Ele temia que tudo o que aconteceu entre eles fosse apenas uma consequência das circunstâncias,e que Sara estava o tratando bem só para não ter uma convivência ruim.

Theo respirou fundo e, tentando esconder sua vulnerabilidade, disse com um tom neutro:

— Se precisar de alguma coisa... estarei no escritório.

Sara olhou para ele, seus olhos buscando algo em sua expressão,ela parecia querer dizer algo, mas apenas sorriu e assentiu.

— Obrigada, Theo.

Seu agradecimento simples e sincero o atingiu mais do que ele esperava,ele forçou um sorriso e saiu do quarto, deixando-a sozinha com seus pensamentos.

"Droga," — ele pensou enquanto caminhava pelo corredor. — "Estou me apaixonando por ela, mas e se isso não for real para ela?"

Ele precisava descobrir o que Sara sentia antes que fosse tarde demais.

Theo estava sentado à sua mesa no escritório, os cotovelos apoiados no tampo e os dedos pressionando suas têmporas os pensamentos sobre Sara não lhe davam descanso ele sentia-se perdido, algo inédito para alguém que sempre controlava cada aspecto de sua vida.

Uma batida suave na porta interrompeu sua tormenta interna.

— "Posso entrar?" — perguntou Marta com a voz serena, mas atenta.

Theo levantou a cabeça e forçou um sorriso.

— "Claro, mãe entre."

Marta fechou a porta atrás de si e se aproximou, seus olhos cheios de preocupação.

— "Você está tão pensativo, filho aconteceu alguma coisa?"

Theo suspirou, desviando o olhar para a janela ele hesitou por um instante, mas sabia que não podia continuar guardando aquilo para si mesmo.

— "É a Sara."

Marta sorriu levemente e sentou-se em frente a ele.

— "Eu imaginei o que houve?"

Theo passou a mão pelos cabelos, uma demonstração rara de nervosismo.

— "Eu... acho que estou apaixonado por ela, mãe na verdade, tenho certeza,mas o problema é que não sei se ela sente o mesmo por mim e isso está me consumindo."

Marta olhou para ele com ternura, percebendo o peso daquele momento para seu filho.

— "Você já falou com ela sobre isso?"

Theo balançou a cabeça negativamente.

— "Não,tenho medo de que tudo o que aconteceu entre nós seja apenas parte do acordo, e que para ela seja só uma obrigação e se eu disser o que sinto e ela me rejeitar? Prefiro a incerteza do que o risco de afastá-la."

Marta sorriu suavemente e colocou a mão sobre a de Theo.

— "Meu filho, você sempre foi tão forte e determinado,mas o amor... o amor exige coragem de um tipo diferente,você acha que ela estaria ao seu lado dessa maneira se não sentisse algo também?"

Theo encarou a mãe, absorvendo suas palavras.

— "Eu não sei,ela é gentil, mas também reservada,fico com a impressão de que ela se protege tanto quanto eu."

Marta apertou sua mão com carinho.

— "Então alguém precisa dar o primeiro passo para quebrar essas barreiras e conhecendo você, sei que é forte o suficiente para fazer isso."

Theo respirou fundo, deixando as palavras da mãe penetrarem em seus pensamentos.

— "Talvez você esteja certa,talvez eu deva arriscar."

Marta sorriu, seus olhos brilhando com orgulho.

— "A vida é muito curta para se viver em dúvidas, Theo se você a ama, diga a ela você pode se surpreender com o que ela sente também."

Theo assentiu lentamente, sentindo um peso sair de seus ombros.

— "Obrigado, mãe,eu precisava ouvir isso."

Marta se levantou, deu um beijo em sua testa e saiu do escritório, deixando-o sozinho com seus pensamentos renovados.

Theo olhou para a porta fechada e murmurou para si mesmo:

— "Está na hora de parar de fugir."

Ele sabia o que precisava fazer.

Theo estava prestes a sair do escritório quando seu celular vibrou em cima da mesa ele franziu o cenho ao ver o nome de um de seus homens na tela.

— "Fale," — ele atendeu com firmeza.

— "Temos uma missão urgente esta noite, senhor,recebemos informações sobre movimentações de uma gangue rival. Precisamos agir rápido,e sinto muito interrompe sua lua de mel."

Theo respirou fundo,sabia que adiar aquela conversa com Sara era necessário.

— "Entendido,prepare tudo estou indo para lá."

Ele encerrou a ligação e ficou alguns segundos parado, frustrado por ter que deixar de lado seus sentimentos novamente,com passos firmes, foi até o quarto e se preparou, vestindo-se com precisão cada peça do traje escuro lembrava-o do perigo que estava prestes a enfrentar,ele colocou seu colete e pegou suas armas e munições.

Antes de sair, foi até o quarto de Sara,ele bateu suavemente e a porta se abriu quase de imediato,Sara estava de pé, usando um vestido leve, os olhos refletindo surpresa ao vê-lo pronto para sair.

— "Você vai sair?" — ela perguntou, a voz preocupada.

Theo assentiu, tentando manter o tom firme.

— "Sim, é uma missão importante,volto tarde, não precisa me esperar,e quando eu chegar temos que conversar."

Ele estava prestes a se virar quando sentiu os braços dela envolverem sua cintura o gesto o surpreendeu, e por um momento, ele ficou imóvel.

— "Por favor, tenha cuidado, Theo,volte vivo," — ela sussurrou contra seu peito.

O coração dele acelerou,aquelas palavras, simples e sinceras, fizeram com que a dureza que ele carregava começasse a derreter ele deslizou as mãos pelas costas dela, retribuindo o abraço com firmeza.

— "Eu prometo que volto para você," — ele respondeu, a voz baixa e rouca.

Ela se afastou ligeiramente para olhar em seus olhos, e ele viu a preocupação clara no rosto dela sem pensar muito, inclinou-se e depositou um beijo suave na testa dela.

— "Cuide-se," — ela murmurou, tentando esconder o nervosismo.

Theo não confiava facilmente em promessas, mas naquele momento, ele sabia que tinha algo precioso demais para perder ele soltou-a devagar e deu um último olhar antes de sair pela porta.

Ao descer as escadas, ele sentia uma nova determinação. Não era apenas por ele ou pela máfia. Agora, ele tinha uma razão maior para voltar em segurança.

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