Capítulo Dezessete!

Joarah González

Enquanto estávamos no carro, senti uma tensão entre nós. Emmanuel parou na frente da igreja onde nos casaríamos em alguns dias. Era uma construção antiga, mas cheia de charme, um lugar que simbolizava esperança e novos começos. Saímos do carro, e segurei a mão dele, sentindo a força e a segurança que ele sempre transmitia, mas também percebendo uma leve hesitação.

Caminhamos juntos para dentro da igreja, onde o silêncio e a paz nos envolveram. As paredes de pedra antiga e os bancos de madeira traziam uma sensação de eternidade. Parei no meio do corredor, virando-me para ele, vendo a sombra de dor em seus olhos.

— Emmanuel — comecei, minha voz um sussurro, mas carregada de emoção. — Eu perdoo a Laura. Sei que o que ela fez parece imperdoável, mas guardar ressentimento só nos prende ao passado.

Ele me olhou, surpreso, e pude ver a batalha interna que ele travava. Coloquei minha mão em seu rosto, acariciando sua pele.

— Você precisa seguir em frente — continuei, minha voz firme mas gentil. — Lembre-se que, apesar de eu parecer muito com Laura, eu não sou Laura. Eu não vou te machucar, nem mesmo o Antony.

As palavras pareciam encontrar um eco dentro dele, mas sabia que o processo seria lento. A dor que ele carregava era profunda, mas eu queria que ele soubesse que estava ao seu lado, que podia confiar em mim.

— Espero que um dia você possa se libertar desse peso tão grande que carrega — acrescentei, segurando suas mãos nas minhas. — A mágoa e o medo de se machucar novamente não devem definir nosso futuro.

Ele fechou os olhos por um momento, respirando fundo, e quando os abriu novamente, vi uma nova determinação ali. Ele me puxou para um abraço, e fiquei ali, sentindo seu coração bater contra o meu.

— Obrigado, Joarah — ele murmurou, sua voz embargada.—Ainda não consigo me libertar e perdoar a mãe do meu filho ,as me esforçarei para dar a você tudo que precisar, pode sempre contar comigo.

Ficamos ali, abraçados, no meio da igreja, por um longo tempo, encontrando consolo e força um no outro. Eu sabia que nosso caminho não seria fácil, mas juntos, poderíamos enfrentar qualquer coisa.

E, naquele momento, percebi que eu o amava, e o amor era a chave para superar todas as adversidades, eu iria me casar com um homem que negava o romance e que eu estava perdidamente envolvida na vida dele.

Os dias se passaram rapidamente, e finalmente chegou o dia do nosso casamento. Eu estava no quarto, terminando de me arrumar. O vestido branco que escolhi parecia perfeito, cada detalhe refletindo a esperança e o amor que eu sentia. Luiza estava ao meu lado, ajustando os últimos detalhes do meu véu.

— Você está linda, Joarah — disse ela, com um sorriso carinhoso.

Sorri de volta, nervosa e ansiosa, mas pronta para começar esta nova fase da minha vida. Dolores entrou e, no entanto, parecia um pouco preocupada.

— Emmanuel precisa falar com você — disse Dolores, seu tom cuidadoso.

Meu coração bateu mais rápido enquanto seguia Dolores até onde Emmanuel estava. Ele estava no jardim, parecendo tenso e perturbado. Quando me viu, seus olhos revelaram uma mistura de dor e confusão.