Capítulo cinco!

Emmanuel Lopez

Acordei com uma dor de cabeça latejante, resultado do excesso de whisky na noite anterior. A luz do sol penetrava pelas cortinas do quarto do hotel, aumentando minha irritação. Virei-me na cama, tentando ignorar o mundo lá fora, mas sabia que precisava enfrentar o dia.

Depois de tomar um banho gelado e me vestir, ouvi uma batida na porta. Pensei que talvez fosse o serviço de quarto, mas quando abri, uma mulher deslumbrante saiu do quarto ao lado, que era conectada ao meu quarto e nos encaramos. Ela me pediu desculpas, já que não conseguia encontrar o seu cartão para a saída do seu quarto, logo ela saiu pela minha porta.

Assim que abri a porta para aquela desconhecida acabo me surpreendendo com Joarah que estava parada ali, claramente surpresa e desconfortável ao ver a mulher que saía do meu quarto.

Joarah me olhou sem dizer uma palavra. Senti o peso do seu olhar, mas mantive minha expressão fria.

— Entre, Joarah — disse, tentando manter a compostura.

Ela entrou e ficou em pé, os braços cruzados, claramente esperando uma explicação. Eu me sentei na poltrona, tentando parecer indiferente.

— Quem era aquela mulher? — ela perguntou, a voz carregada de desconfiança.

— Não é da sua conta — respondi, a frieza na minha voz era quase palpável.

Ela respirou fundo, tentando controlar a raiva que claramente começava a surgir.

— É por isso que minha irmã te deixou, não é? Porque você é um homem que gosta de seduzir as mulheres e depois as descarta — ela disse, com os olhos brilhando de fúria.

Levantei-me abruptamente, o sangue fervendo nas veias. Caminhei até ela e a encostei contra a parede, meu rosto a poucos centímetros do dela.

— Não ouse falar sobre mim dessa maneira — rosnei. — Você não sabe nada sobre mim ou sobre o que aconteceu entre nós. A minha integridade ninguém pode julgar, especialmente você.

Ela não recuou, mesmo com a minha fúria evidente.

— Sei o suficiente para entender que você usa as pessoas e depois as descarta quando não precisa mais delas. É por isso que ela te deixou. Você pode ter dinheiro, poder, mas no fundo, você é apenas um homem solitário e amargo.

Suas palavras atingiram um ponto sensível, e por um momento, perdi o controle. Minha mão apertou seu braço com força, mas então, me dei conta do que estava fazendo e a soltei, dando um passo para trás.

— Não me julgue sem conhecer a verdade, Joarah — disse, tentando recuperar o controle. — Há muito mais nessa história do que você pode imaginar. E se você quer permanecer comigo, é melhor não tocar nesse assunto novamente.

Ela me olhou com desdém, mas não disse mais nada. A tensão no ar era palpável, e eu sabia que aquela seria uma batalha constante entre nós. Joarah não era Laura, mas ela trazia à tona todos os meus piores momentos do meu passado. E lidar com isso seria mais difícil do que eu jamais poderia imaginar.

Após irmos a casa do Adriano e ela se despedir de sua amiga, fomo para o aerorporto, logo entramos no avião, o silêncio entre nós no avião de volta ao México era ensurdecedor. Cada segundo arrastava-se dolorosamente, como se o tempo tivesse decidido conspirar contra nós. A tensão era palpável, e eu sabia que as palavras ditas no hotel tinham deixado cicatrizes profundas.

Quando aterrissamos, a viagem até o carro que nos aguardava foi igualmente silenciosa. Joarah e eu mal trocamos palavras, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Finalmente, chegamos na minha mansão. Antes que eu pudesse sair do carro, Joarah falou, a voz firme e decidida:

— Emmanuel, não posso continuar com isso.

Olhei para ela, tentando esconder minha surpresa.

— O que você quer dizer? — perguntei, tentando manter a calma.

Continua...

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