Capítulo Quatro

Emmanuel Lopez

Quando Joarah saiu do quarto, fiquei sozinho, olhando para a porta fechada. Um misto de raiva e frustração me dominava. O que eu tinha feito? Beijar e tocar aquela mulher, que tinha o rosto e o corpo idênticos aos de Laura, minha ex-esposa, era algo que eu nunca deveria ter permitido.

Andei pelo quarto, incapaz de me acalmar. Cada canto do cômodo parecia me acusar, me lembrar do quanto eu havia sido fraco. A semelhança entre Joarah e Laura era assustadora, e me fez perder o controle. Mas ela não era Laura. Ela era alguém completamente diferente. E mesmo assim, eu tinha cedido.

Sentei-me na beira da cama, sentindo o peso da culpa e da confusão. Eu odiava Laura por tudo o que ela havia feito, por me abandonar e deixar nosso filho. E agora, aqui estava eu, desejando uma mulher que, de alguma forma, fazia com que todas essas emoções viessem à tona novamente.

—Como pude deixar isso acontecer? —Pensei em voz alta, passando a mão pelos cabelos em um gesto de frustração.

Eu sabia que precisava me controlar, que não podia deixar meus sentimentos por Laura interferirem na minha vida novamente. Mas Joarah... ela me confundia. Era como se cada momento com ela fosse uma batalha interna entre o passado doloroso e o presente incerto.

Levantei-me e fui até a janela, olhando para a cidade lá fora. As luzes brilhantes pareciam zombar da minha agonia. Eu precisava encontrar uma maneira de lidar com tudo isso. De alguma forma, precisava separar Joarah de Laura em minha mente. Mas como? Elas eram tão idênticas que, às vezes, era impossível.

—Ela não é Laura. —murmurei para mim mesmo, tentando me convencer.—Ela não é Laura.

Mas a imagem de Joarah continuava a me atormentar. O jeito como ela havia respondido ao meu toque, a maneira como seus olhos refletiam surpresa e desejo, tudo isso estava gravado em minha mente. E a verdade era que, por mais que eu quisesse negar, eu a desejava.

Agarrei a garrafa de whisky sobre a mesa e despejei um pouco no copo, tentando afogar minha frustração na bebida. Cada gole queimava minha garganta, mas não conseguia apagar o fogo que Joarah havia acendido em mim.

Eu sabia que precisava manter a distância, que precisava focar no que era importante: meu filho e a promessa de dar a ele a sua mãe como presente do seu sétimo ano de vida, achei que a oportunidade de encontrar a irmã gêmea da Laura seria a oportunidade perfeita, mas também queria manter a minha promessa de nunca mais deixar uma mulher destruir minha vida novamente. Mas a presença de Joarah complicava tudo. Ela era um constante lembrete do que eu tinha perdido e do que eu poderia ter, se permitisse.

Deitei-me na cama, encarando o teto. A mente ainda fervilhando com pensamentos contraditórios. Sabia que a luta interna estava apenas começando. E que cada encontro com Joarah seria um teste para minha determinação e controle.

—Ela não é Laura.— Repeti para mim mesmo, antes de fechar os olhos, tentando encontrar algum descanso. —Ela não é Laura.

Mas no fundo, sabia que convencer a mim mesmo dessa verdade seria a parte mais difícil de todas.

Continua...

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