Capítulo Sete!

Joarah González

Os últimos dias foram um turbilhão de emoções. A dor da perda do meu pai ainda era aguda, mas Emmanuel estava ao meu lado, cuidando de tudo com uma eficiência impressionante. Ele não apenas lidou com os preparativos para o funeral, mas também começou a investigar as circunstâncias do incêndio. Sua presença era firme, e comecei a ver uma faceta diferente dele, mais humana e compassiva.

Hoje, eu estava no hotel onde estava hospedada, me preparando para deixar esse capítulo para trás e começar uma nova fase da minha vida. Emmanuel veio me buscar, fazendo o checkout no hotel enquanto eu terminava de arrumar minhas coisas. Ele foi breve e direto, como sempre, mas havia um cuidado em seus gestos que me confortava.

Entramos no carro, o silêncio entre nós preenchido por uma compreensão mútua. Seguimos em direção à mansão dele, e no caminho, Emmanuel começou a me falar sobre seu filho, Antony.

— Joarah, preciso que saiba sobre o Antony. Ele tem acreditado que sua mãe passou os últimos sete anos em viagens como médica, salvando vidas. É isso que ele conhece como verdade.

Senti um aperto no coração ao ouvir isso. Antony, um menino inocente, vivendo com a ilusão de que sua mãe estava ausente por uma razão nobre, quando na verdade ela o abandonou.

— Entendo, Emmanuel. Prometo que vou respeitar essa história. Não quero causar mais dor a ele.

Ele assentiu, agradecido, e continuamos a viagem em silêncio. Quando finalmente chegamos à mansão, eu estava nervosa. Não sabia como seria recebida, mas estava determinada a fazer o meu melhor por Antony.

Assim que saí do carro, avistei um menino correndo pelo jardim. Seus olhos encontraram os meus, e ele parou por um momento, como se tentasse entender quem eu era. Em seguida, um sorriso largo se espalhou pelo seu rosto, e ele correu em minha direção.

— ¡Mamá! — ele gritou, pulando nos meus braços.

Fui pega de surpresa, mas rapidamente o abracei de volta, sentindo uma onda de emoções tomar conta de mim. Ele era adorável, e a sinceridade em seu abraço aqueceu meu coração. Eu podia sentir Emmanuel observando, e quando olhei para ele, vi uma mistura de preocupação e alívio.

— Hola, Antony — respondi, segurando-o firme. — É tão bom finalmente te conhecer.

Ele se afastou um pouco, olhando para mim com olhos brilhantes de alegria.

— Papá disse que você voltou para casa. É verdade?

Senti um nó na garganta, mas mantive o sorriso.

— Sim, Antony. Vou ficar aqui e cuidar de você.

Ele sorriu ainda mais e voltou a me abraçar. Suas pequenas mãos seguravam meu rosto enquanto ele dizia:

— Esse é o melhor presente que já ganhei! Não quero que você vá embora de novo, mamá.

As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, e ele me abraçou com força. Senti meu coração se apertar, e as lágrimas também começaram a cair dos meus olhos. Abracei-o de volta, segurando-o firme.

— Nunca mais vou te deixar, Antony. Te prometo.

Sentindo Emmanuel se aproximar, olhei para ele, e vi um brilho de aprovação em seus olhos. Ele assentiu, e juntos, entramos na mansão, com Antony ainda segurando minha mão. Sabia que essa jornada não seria fácil, mas estava pronta para enfrentar os desafios. E, naquele momento, com o calor do abraço de Antony e o apoio de Emmanuel, senti que talvez houvesse uma chance de redenção e felicidade para todos nós.

Dentro da mansão, os funcionários começaram a me chamar de Laura. Emmanuel tentou intervir, mas eu o detive.

— Emmanuel, no te preocupes. Déjalos.

Ele assentiu, mas depois voltou a se dirigir aos funcionários com firmeza.

— Escutem, por favor. Não chamem a senhora por outro nome. Ela é a dona da casa, e assim devem se referir a ela.

Os funcionários assentiram, alguns com olhares de desculpa. Percebi que seria um processo de adaptação para todos, mas estava determinada a assumir meu papel com dignidade e respeito.

— Gracias, Emmanuel — disse suavemente.

Ele assentiu, e juntos começamos a explorar a mansão, dispostos a enfrentar nosso novo começo com esperança e determinação.

Continua...

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