Capítulo Dez!

—Alô? —minha voz saiu rouca, ainda sonolenta.

—Joarah! Finalmente você atendeu! —Era a voz da Luisa, minha amiga mais extrovertida.— Chegamos na cidade e precisamos te ver. Ficamos sabendo do seu pai... Sinto muito, amiga.

—Obrigada, Luisa. —murmurei, sentindo uma pontada de dor no peito ao lembrar da perda. —Estou na mansão do Emmanuel.

—O Emmanuel? —A surpresa na voz dela era evidente. —Você está com o homem mais lindo de todo o México? Amiga, você não perde tempo mesmo!

Sorri, apesar de tudo. Luisa sempre tinha uma forma de me fazer rir, mesmo nos momentos mais difíceis.

—Luisa, por favor!— Ouvi a voz de Dolores ao fundo, sempre a mais sensata.— Joarah, estamos preocupadas com você. Como você está se sentindo? Precisamos conversar e te dar um abraço.

—Estou... aguentando. —Respondi, sentindo as lágrimas se acumularem.— Vocês podem vir aqui? Preciso muito de vocês.

—Claro, estamos a caminho.— Dolores respondeu, com sua voz calma e reconfortante.— Vamos te buscar um café e algo para comer. Não se preocupe com nada, estamos aqui para te ajudar.

Levanto da cama para o meu primeiro dia como futura esposa da família Lopez. A ideia ainda parece surreal, mas preciso me preparar. Caminho até o banheiro, sentindo o frio do piso de mármore nos meus pés descalços. Assim que abro a porta, sou surpreendida pela visão de Emmanuel diante de mim, totalmente nu.

Minha respiração para por um instante. Meus olhos descem, quase involuntariamente, até sua intimidade, e sinto o choque tomar conta do meu corpo. Como um homem podia ser tão volumoso? O pensamento me assusta, e uma onda de nervosismo me domina. Percebo, de repente, que ele não era só grosso em sua personalidade.

Ele me olha e sorri, aquele sorriso arrogante que ele sempre usa para me provocar.

— Bom dia, querida — ele diz, a voz carregada de diversão. — É mais do que você imaginou?

Meu rosto fica vermelho, e eu mal consigo falar.

— E-eu... não sabia que... você estaria aqui.

Ele dá uma risada baixa e avança um passo, a confiança irradiando dele.

— Bem, você vai ter que se acostumar com isso, não é? — Ele se inclina e planta um beijo suave na minha testa antes de sair do banheiro, me deixando ali, tentando recuperar o fôlego e a compostura.

Assim que Emmanuel sai do banheiro, respiro fundo e tranco a porta atrás dele. Preciso de um momento para mim. Entro no chuveiro, deixando a água quente lavar a tensão do meu corpo. Tento não pensar no que acabou de acontecer, mas a imagem dele, tão confiante e provocador, não sai da minha mente.

Termino o banho e, ao estender a mão para pegar uma toalha, percebo que não há nenhuma. Meu coração acelera e olho ao redor, desesperada, mas não encontro nada. Saio do chuveiro, gotas de água escorrendo pela minha pele, e decido que a única opção é correr até o closet.

Abro a porta do banheiro com cautela, espiando o corredor para garantir que está vazio. Em passos rápidos e silenciosos, atravesso o corredor até o closet. Ao entrar, dou de cara com Emmanuel, já todo perfumado e com seu terno impecável. Ele está de costas para mim, ajustando a manga do paletó.

continua...

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