Capítulo Catorze!

Emmanuel Lopez

Respirei fundo, sabendo que a verdade era a única maneira de ganhar a confiança delas.

— Eu entendo a preocupação de vocês — comecei, escolhendo as palavras com cuidado. — Joarah é uma pessoa muito especial para mim, e há algo que vocês precisam saber.

Expliquei tudo: a situação com Laura, o perigo que Joarah corria, e o pedido desesperado de Carolina. Contei sobre Antony e a complexidade de manter a verdade oculta. À medida que falava, vi as expressões de Luisa e Dolores mudarem de curiosidade para perplexidade e, finalmente, para compaixão.

Quando terminei, houve um momento de silêncio. Elas processavam tudo o que eu havia dito.

— Isso é... muita coisa para assimilar — Dolores disse finalmente, a voz suave e cheia de empatia. — Não sabíamos que Joarah estava envolvida em algo tão perigoso.

— E você passou por tudo isso com a irmã dela? — Luisa perguntou, ainda tentando entender a magnitude da situação.

Assenti, sentindo o peso das memórias dolorosas.

— Sim, e tudo o que quero agora é garantir que Joarah e Antony estejam seguros.

Elas se entreolharam, uma compreensão silenciosa passando entre elas.

— Nós vamos ajudar — Luisa declarou, com uma firmeza renovada. — Joarah é nossa amiga, e faremos o que for necessário para protegê-la.

Dolores assentiu, concordando com a decisão da amiga.

— Obrigada — disse sinceramente. — A ajuda de vocês será essencial.

Nosso café terminou com uma sensação de alívio. Saber que Luisa e Dolores estavam ao meu lado me dava uma nova esperança. Juntos, talvez pudéssemos enfrentar qualquer ameaça que surgisse e garantir a segurança dela.

Chego em casa a tempo para o jantar. Ao entrar, ouço as gargalhadas do meu filho ecoando pela sala extensa. Antony e Joarah estão brincando no chão, cercados por brinquedos espalhados.

Assim que Antony me vê, ele corre até mim com um sorriso radiante.

— Papá!

Abaixo-me e o abraço apertado, sentindo o calor e a alegria dele me preencher. Levanto os olhos e encontro o olhar de Joarah. Por um momento, nos encaramos em silêncio. Ela levanta e se aproxima de mim com um sorriso no rosto.

— Como foi seu dia? — ela pergunta, envolvendo-me em um abraço. Sinto a suavidade e o calor de seu corpo contra o meu, e por um segundo, fico confuso.

Meu coração bate mais rápido, mas mantenho a compostura. O que ela está fazendo? Essa gentileza, essa proximidade...

— Foi... movimentado — respondo, tentando parecer despreocupado. — E o seu?

Ela sorri novamente, seus olhos brilhando.

— Foi ótimo. Passamos a tarde brincando e nos divertindo.

Antony puxa minha mão, animado.

— Papá, a mamá me ensinou um novo jogo! Quer ver?

Sorrio para ele, sentindo a tensão desaparecer um pouco.

— Claro, campeão. Quero ver sim.

Enquanto Antony corre para pegar os brinquedos, olho para Joarah novamente. Há algo diferente nela hoje. Tento entender, mas decido que talvez, por uma vez, posso simplesmente aproveitar o momento.

Jantamos juntos, uma sensação de normalidade e paz envolvendo a casa. Mesmo com tudo o que está acontecendo, há esses pequenos momentos que fazem tudo valer a pena.

Continua...

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